Atuando no mercado de educação há mais de 15 anos, o Grupo Uninter (Fone: 0800 7020500) oferece produtos e serviços com foco neste segmento para todo o Brasil. Justamente por este fato, um dos desafios logísticos é o transporte, como conta Carolina Gomes do Amaral, gerente do Centro de Distribuição do grupo. “Nossas entregas são realizadas em cidades como Altamira e Monte Dourado, PA, onde é preciso investir inclusive no modal fluvial para chegar aos alunos. Mesmo assim, o material didático é entregue no prazo contratado, assim como é feito para quem está nas capitais.”
Para atender o mercado, a empresa estabeleceu parceria com mais de 20 transportadoras especializadas em diferentes regiões que atuam, principalmente, com os modais rodoviário e aéreo. Todo o transporte é terceirizado, mas a armazenagem é própria, feita no CD da Uninter, localizado em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Totalmente voltado para atender os cerca de 170 mil alunos matriculados em mais de 470 polos, a unidade tem 38.000 m3, de onde saem 1.400 toneladas de material didático anualmente.
O CEO, Osny Augusto Junior, explica que a cadeia de entrega dos itens é composta pelas etapas: previsão da demanda; aquisição dos materiais didáticos (requisição, cotação e ordem de compra); produção dos materiais (gráficas terceirizadas); recebimento; preparação (picking e packing); roteamento; e envio para o cliente. “Todas elas demandam planejamento detalhado, pois as atividades devem ser iniciadas com cinco ou seis meses de antecedência à data de chegada dos itens às mãos dos alunos”, conta Osny.
Segundo ele, cada fase tem o seu grau de complexidade e dificuldade, mas a previsão da demanda é considerada a mais complexa, devido ao número de variáveis que entram na equação, como: cenário político-econômico, planejamento e lançamento de novos cursos, movimentação de alunos (transferências, evasão, trancamentos), etc. “Um erro de previsão acentuado pode gerar custos de estoque elevados e, também, insatisfação do cliente com consequentes danos à imagem da instituição. Hoje nosso modelo matemático de previsão está bastante ajustado e contamos com pessoas antenadas nos movimentos de mercado para gerar fatores de correção para o modelo a cada nova demanda”, destaca. Atualmente, a acurácia de previsão de demanda oscila entre 87% e 92%.
Estratégias
O CD do grupo Uninter é dividido nas áreas de planejamento logístico, relacionamento com os polos de estudo, gestão de transportes, gestão de estoques, gestão de malotes, produção e expedição. Estas duas últimas são consideradas os principais processos da logística, pois envolvem maior número de pessoas e impactam diretamente no resultado percebido pelo aluno.
Recentemente houve uma integração nas áreas dos processos de planejamento, armazenagem e distribuição. Para atender aos polos de estudos em todo o Brasil, o CD Uninter passou a usar duas metodologias de produção: Lean Manufacturing e Milk-run. A primeira tem como objetivos eliminar desperdícios, utilizar o tempo como métrica primária e elevar a produtividade e a qualidade. A segunda consiste na consolidação de cargas, com o intuito de entregar os materiais no dia e na hora exatos. Vale lembrar que para manter o nível de atendimento e o baixo custo, a empresa também monitora o processo constantemente e pratica a melhoria contínua (kaizen).
Comparando com o modelo usado anteriormente, houve uma redução de 60% nos custos de transporte. “Esse formato exige bastante disciplina e acompanhamento, mas o resultado final é o atendimento dos prazos dentro dos padrões de qualidade exigidos pelo grupo”, ressalta Carolina.
Antes da implantação destas ferramentas, o processo logístico era truncado e lento, muitos erros aconteciam pela falta de padronização e balanceamento das atividades, sem falar no tempo que era despedido com retrabalhos. O uso das metodologias permitiu um aumento de 400% da produtividade, tomando como base o ano de 2012. “Isso quer dizer que quadruplicamos nossa capacidade de preparação de kits sem aumentar o quadro funcional e, praticamente, sem investimentos. Também conseguimos reduzir em 25% o custo do material entregue nas mãos do aluno e em 60% o gasto com estoque”, conta Osny, acrescentando que todos os resultados contam com outro fator importantíssimo: as pessoas, pois, para a empresa, nenhum processo funciona sem colaboradores motivados e engajados.
Com relação à tecnologia, o CEO diz que a empresa é bastante espartana sobre esse ponto, utilizando softwares básicos para controle de estoque e acadêmico.