Depois de contabilizar em 2015 um crescimento de 10,9% em número de usuários e um incremento ainda maior em faturamento, o Hapvida Saúde planeja investir cerca de R$ 170 milhões para a expansão da operadora ao longo de 2016. A boa notícia é que o Ceará será um dos estados nordestinos mais contemplados na aplicação dos recursos, que serão destinados à ampliação da rede própria, além de investimentos em equipamentos e tecnologia. Entre os investimentos previstos, o Hospital Luís França terá ampliada sua capacidade de leitos pediátricos. Já o Hospital Antônio Prudente ganhará este ano um novo espaço para realização de partos.
“Esses R$ 170 milhões vão para a construção e ampliação de hospitais, investimento em equipamentos, ampliação e aparelhamento de leitos hospitalares de emergência e consultórios, construção e ampliação de ambulatórios de diagnóstico por imagem e tecnologia da informação”, detalha Jorge Pinheiro, presidente do Hapvida.
Segundo ele, “Ceará e Pernambuco são os dois estados que mais receberão investimentos em termos percentuais. Se não me engano, a prioridade é o Ceará”, observa. Sobre Fortaleza, que concentra a maior parte dos usuários do plano, Pinheiro informa que tem “investimentos em fase final de planejamento, aguardando o alvará junto aos órgãos responsáveis”. Na Capital cearense, de acordo com ele, a carteira de clientes da empresa ultrapassa 500 mil vidas em planos médicos.
No total, o Hapvida soma 3,2 milhões de usuários no Norte e Nordeste (2 milhões na medicina e 1,2 milhão na odontologia), onde a rede privada reúne 20 hospitais, 71 clínicas, 17 prontos atendimentos, 61 centros de diagnóstico por imagem e 57 laboratórios com diversos postos de coleta, distribuídos em 11 estados nas duas regiões. “O Hapvida tem hoje 28% dos usuários de plano de saúde no Norte e Nordeste. Se considerarmos só as áreas metropolitanas, temos mais de 46% de todos os usuários de planos de saúde nessas duas regiões onde a operadora atua com rede própria”, afirma.
Nordeste
No Nordeste, o market share da operadora corresponde a 30,5% do total de usuários de planos de saúde. No Ceará, o percentual é 41,1%. Em Fortaleza e Região Metropolitana, o market share chega a 46,4%. Em todo o Estado, há cerca de 386 mil clientes de odontologia e mais de 500 mil clientes em planos médicos. Conforme Pinheiro, o perfil do usuário do plano se concentra nas classes B e C. “Quase 60% da base de clientes é de planos coletivos, mas 20% são oriundos das classes A e B1, sendo que, na classe A, a maioria (dos clientes) possui planos individuais”, diz.
Sucesso
O sucesso do Hapvida contrasta com o cenário econômico árido enfrentado pelo País. De acordo com o Boletim Saúde Suplementar em Números, do Instituto de Estudos e Saúde Suplementar, em 2015 os planos médico-hospitalares do Brasil perderam 766 mil beneficiários, queda de 1,5% ante 2014. Para Jorge Pinheiro, esses usuários voltaram à rede pública.
“Apesar de o benefício saúde ser o primeiro mais valorizado, a situação recessiva do País foi decisiva para esse resultado. É a primeira vez que há queda (no setor). Mesmo com esse cenário, o Hapvida cresceu quase 11% em número de vidas no ano passado. Em faturamento nosso crescimento foi maior”, antecipa o executivo, segundo o qual, “em função dessa confiança, a empresa decidiu manter os investimentos”. “A gente confia na recuperação da economia e se baseia principalmente na confiança do usuário”, ratifica.
Foco
Em relação ao plano de expansão da empresa em 2016, o presidente do Hapvida afirma que será mantido o foco na área metropolitana do Estado. “O foco comercial da rede é Fortaleza e região metropolitana, com destaque em Maracanaú e Pacajus. Não é política da empresa atuar fortemente no interior do Estado, apesar de não excluirmos o interior”, pondera Pinheiro.
Em princípio, ele diz que o interesse do Hapvida é investir na expansão da própria rede. “Quando falo de investimento, o nosso principal vetor é o crescimento orgânico, através de vendas próprias. Porém, não descartamos o crescimento por meio da compra de outras empresas ou de planos de saúde”, diz.
Perspectiva
Para 2016, a expectativa do Hapvida é manter o patamar de crescimento do ano passado. “Planejamos algo mais próximo ao desempenho de 2015, mas vai depender de projetos e do cenário econômico. Apesar das dificuldades, continuamos com muita confiança por ter uma gestão eficiente, que prima em atender bem, sem deixar de lado o preço acessível”, resume.
Fonte: Diário do Nordeste