Sem dúvida, a inteligência artificial captou a atenção de todos este ano e poderá ter um maior impacto financeiro na economia global. Segundo um estudo da Goldman Sachs Economics Research, realizado em 2023, a tecnologia pode alcançar a receita de US$ 200 bilhões globalmente até 2025, com a previsão de utilizar a quantia em novas adoções da IA em todas as vertentes da indústria.
Embora a IA ainda esteja em estágio inicial, estamos claramente em um ponto de virada. Outro levantamento, encomendado pela Universidade de Stanford em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), revela que a aplicação de sistemas de inteligência artificial generativa, como o ChatGPT, pode aumentar em até 14% a produtividade dos trabalhadores.
Ainda de acordo com o estudo, o impacto na produtividade é maior para funcionários menos habituados com essa tecnologia. Para esses, o resultado foi a execução de suas tarefas 35% mais rápido do que aqueles colaboradores mais acostumados a usar IA no dia a dia.
“A evolução da IA generativa está em pleno crescimento e aquelas empresas que não se adaptam em tempo, serão superadas pela concorrência facilmente”, disse Waldir Bertolino, Country Manager da Infor no Brasil.
IA e o empurrão que a logística precisa
No Brasil, com o boom do e-commerce e o surgimento de diversas plataformas de last-mile (ou última milha da logística) nos últimos anos, usadas para atender as expectativas de consumidores, um dos setores que pode se beneficiar do potencial da Inteligência Artificial é a logística. “Um das vantagens de usar IA no setor é a automação do processo de dock scheduling (agendamento de carga e descarga), o tornando mais produtivo e inteligente por meio de robôs autônomos, responsáveis por agendar e garantir agilidade nos processos de recebimento e expedição. Além disso, a IA otimiza as tarefas de movimentação e classificação de pacotes, coleta e embalagem de pedidos, realocação de paletes dentro dos armazéns, tudo isso por meio de veículos guiados autônomos (AGVs)”, afirma o executivo.
Grandes empresas do mundo estão usando IA para operar em cadeias de suprimentos cada vez mais complexas, com objetivo de melhorar a comunicação com o ecossistema de parceiros e, principalmente, automatizar todo o processo da gestão do supply chain. Em um país de dimensões continentais, os gestores logísticos precisam de uma solução que ofereça informações real time dos seus fornecedores e clientes, para evitar interrupções nas cadeias de suprimentos. E a IA generativa cumpre muito bem esse papel”, diz Bertolino.
Desafios e oportunidades
Uma mercadoria parte de um centro de distribuição e chega ao destino final no dia seguinte. Poucos sabem, mas para garantir o sucesso dessa engrenagem, milhares de processos precisam ser realizados, e em muitos casos, ainda de forma manual.
“A logística no Brasil enfrenta muitos desafios estruturantes, como alto custo com transporte, modal quase que restrito à rodovias e a falta de controle de estoques. Porém, é importante considerar que a manualidade dos processos é outro fator que impacta na eficiência das operações logísticas, e, consequentemente, nos negócios das empresas”, comenta o executivo.
Embora enfrente enormes gargalos, o setor logístico brasileiro ainda tem muito espaço para crescer. Segundo dados da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), a estimativa é que o segmento vai investir R$ 124,3 bilhões em transporte e logística até 2026. Esses números reforçam a importância do setor para a economia brasileira e o investimento em novas tecnologias, como a IA generativa, se torna obrigatória para garantir maior eficiência operacional.
Para o Country Manager, a IA será uma aliada dos gestores logísticos para ajudá-los na tomada de decisão, além de melhorar a qualidade da gestão dos estoques. “Com a IA, é possível, por exemplo, ler tendências recorrentes (picos de demandas) e sinais de desaceleração de pedidos. Isso ajuda os gestores a identificar os itens mais solicitados e assim reduzir os prazos de entrega, evitando o excesso de estoque”, explica.
A análise dos dados históricos de vendas por família de produtos também oferece ganhos de provisionamentos, melhorando a disposição física dos estoques. “Essa capacidade de resposta ágil é crucial para fortalecer as parcerias com os players de supply chain e melhorar o atendimento aos clientes. Além disso, a IA permite otimizar a rota de transportes, organizar de forma inteligente o picking, e até auxiliar na gestão de recursos humanos, entre outros benefícios”, acrescenta.
A Infor, empresa que oferece softwares empresariais específicos por indústria, preparou suas soluções para a integração com inteligência artificial. Especificamente no mercado da logística e distribuição, o Infor WMS (software de gestão de armazéns), permite agregar uma camada de IA que analisa os dados da própria operação, para identificar pontos de melhoria. Ela é extremamente eficiente para operadores logísticos sem perfil técnico, porque permite interação através de chat e voz em linguagem natural.