Conforme diz um dos importadores, antes, além dos subsídios para a produção local, havia o risco do aumento dos impostos de importação, mas agora há maiores chances de uma redução dos impostos.
Quando se fala em importação de empilhadeiras, a questão que vem à mente é: hoje em dia, ainda é vantagem?
Na opinião de Jessica Forti, diretora de vendas da Hyster-Yale Brasil (Fone: 11 4173.4700), sim, uma vez que o mercado brasileiro está passando por esta fase de transição, onde não somente o custo de aquisição é levado em conta, como também os custos operacionais. “E é nesta relação que o produto importado se torna vantajoso, por desempenhar funções mais específicas na operação logística, com maior eficiência em se tratando de custos operacionais.”
Já para Henio Hissao Tamura, consultor especialista da Toyota Material Handling Mercosur (Fone: 11 3511.0400), esta é uma questão bastante controversa – a mudança na condução da política econômica trouxe novas variáveis para o mercado de empilhadeiras.
A existência do FINAME PSI (2010 a 2015) notadamente era fator de incentivo à produção local em detrimento às importações. Contudo, devido ao fim do PSI e da equalização das taxas de juros (TJLP e SELIC), esse diferencial diminuiu consideravelmente. Neste caso, a importação é bastante atrativa em determinadas classes de equipamento.
“Antes, além dos subsídios, havia o risco do aumento dos impostos de importação, agora podemos afirmar que há maiores chances de uma redução dos impostos se considerarmos a mentalidade da atual equipe econômica.
A tendência aparente é a de que esta visão prevaleça nos próximos anos, porém será notadamente foco do debate eleitoral”, comenta Tamura.
Sobre os maiores desafios na importação de empilhadeiras, Jessica, da Hyster-Yale, salienta que eles estão relacionados à variedade de especificações que uma empilhadeira pode oferecer, bem como ao fato de que o planejamento na importação deve ser meticulosamente estudado para oferecer um equipamento que atenda a maior parte das operações em um menor prazo de entrega.
Já para o representante da Toyota, os maiores problemas de importação estão ligados à infraestrutura portuária, à burocracia no despacho aduaneiro e à alta carga tributária.
Desempenho do setor
Agora fazendo um balanço do segmento de empilhadeiras em 2017, como importador, o consultor especialista da Toyota aborda que, sob a ótica da importação, embora o nível do câmbio registre níveis acima da média dos últimos anos, permaneceu relativamente estável no patamar de 3,20 R$/US$ durante a maior parte do ano, o que favoreceu fortemente o planejamento do fluxo.
Com relação ao cenário internacional – continua Tamura – 2017 foi marcado pelas incertezas da política econômica do presidente dos EUA, Donald Trump, das tensões na Coréia do Norte e da Síria. Tais eventos causaram alguns ruídos na taxa de câmbio, porém com efeitos bem modestos, nada que mudasse de forma veemente a perspectiva do mercado de empilhadeiras.
No que tange ao mercado de empilhadeiras, o consultor especialista acredita que 2018 irá seguir bastante próximo ao nível da produção industrial e do comércio atacadista.
“O mercado brasileiro está passando por um processo de consolidação e nesta rota encontram-se os equipamentos importados pela Hyster-Yale, mais específicos e eficientes em suas funções e por conta deste processo, projetamos um cenário promissor para o mercado de equipamentos importados”, completa Jessica, da Hyster-Yale.
Rebocadores
Os representantes das duas empresas também falam sobre o segmento de rebocadores.
De acordo com Tamura, da Toyota, trata-se de um mercado pequeno, onde a maior parte dos equipamentos é importada, portanto não vislumbram grandes mudanças e/ou empecilhos para a importação, pois a maioria dos produtos gozam de ex-tarifários.
Também falando sobre as vantagens, ou não, de importar os rebocadores, Jessica salienta que os rebocadores da Hyster-Yale empregam uma tecnologia de mercados desenvolvidos e, por trazerem os benefícios tecnológicos destes mercados, a importação desta classe de equipamentos traz competitividade.
Mas há problemas na importação, ainda segundo a diretora de vendas da Hyster-Yale Brasil: no caso dos rebocadores, a oferta de customizações é menor, e com isto o desafio está em oferecer a melhor solução em um mercado com uma concorrência a cada dia mais acirrada.
Neste aspecto de problemas de importação, Tamura, da Toyota, repete os mesmos que para empilhadeiras: Infraestrutura portuária, burocracia no despacho aduaneiro e alta carga tributária.
Desempenho do mercado – Concluindo, os dois representantes de empresas importadoras fazem um balanço do segmento de importação de rebocadores.
Primeiro, Jessica, da Hyster-Yale, referindo-se ao ano de 2017, diz que o segmento de rebocadores está diretamente relacionado à produção industrial e devido a se tratar do segmento que mais sofreu nos anos anteriores, o ano passado foi de recuperação moderada. “Para 2018 há uma perspectiva de recuperação do segmento de produção industrial e com esta os rebocadores irão seguir esta tendência de mercado, uma vez que são amplamente utilizados no abastecimento das linhas de produção”, completa.
Pelo seu lado, Tamura diz que o mercado de rebocadores do qual a Toyota participa – pequeno e médio porte – registrou ligeiro crescimento em 2017, principalmente seguindo a retomada da cadeia automotiva. Este mercado ainda é pouco desenvolvido e relativamente pequeno se comparado aos grandes rebocadores portuários e aeroportuários. “Em 2018, o mercado de rebocadores de pequeno e médio porte seguirá em maior parte influenciado pela cadeia automotiva”, completa o consultor especialista.