Indústria automotiva pode perder força, aponta a FGV

Pesquisa elaborada pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e a AES Eletropaulo, para antecipar as tendências da atividade industrial no Estado – denominada SPI (Sinalizador da Produção Industrial) -, revela que houve ligeiro recuo de 1,1% em junho para 0,1% em julho no ritmo de produção das empresas paulistas.

Segundo Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV , essa tendência deve prosseguir nos próximos meses e a indústria automotiva de São Paulo, um dos carros-chefes da produção do Estado, apresenta alguns fatores que podem conduzir a uma redução na expansão produtiva. "Os estoques das montadoras estão elevados", disse.

O cenário desse setor pode contribuir para um enfraquecimento de ritmo na produção de São Paulo, na avaliação do economista. Embora observe que a demanda no mercado interno continue aquecida, Picchetti lembrou que o aperto da política monetária em relação à taxa básica de juros (Selic) permanece, assim como seus efeitos sobre o aumento do consumo, afetando as compras a crédito, por exemplo.

Em sua avaliação, os primeiros sinais de esfriamento na produção paulista já haviam sido detectados no SPI de maio deste ano, que registrou queda de 1,3%. Picchetti lembrou que a expansão da indústria paulista, atualmente, está bem acima da média nacional, acumulada em 12 meses até junho, que é de 6,7%.

O economista observou que muitos analistas no mercado financeiro já prevêem produção industrial entre 6% e 6,5%, um desempenho inferior à taxa acumulada até junho.

Picchetti também comentou sobre a taxa acumulada em 12 meses até julho do SPI, que é de 9,3%, acima do resultado acumulado até junho do índice, de 8,9%.

Para ele, com a possibilidade de continuidade no arrefecimento da expansão da indústria paulista, essa taxa acumulada também deve desacelerar, nos próximos meses.

 

Fonte: Diário do Grande ABC – www.dgabc.com.br


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