Infraero avança em novo modelo de mercado com licitação do complexo logístico do Aeroporto de Manaus

A Infraero abriu nesta segunda-feira, 14, a licitação para operação e exploração do complexo logístico do Aeroporto Internacional de Manaus/Eduardo Gomes (AM). O edital já está disponível no portal da Infraero, onde podem ser consultados os documentos referentes ao processo licitatório.

A concessão abrange uma área total de 49.382 m², compreendendo os três terminais de carga do complexo logístico do aeroporto, o prédio administrativo e a guarita de segurança. A arrematante, além da oportunidade de explorar as atividades diretas de logística de carga, poderá também agregar atividades acessórias à exploração do terminal, como restaurante, centro de treinamento, áreas de reparo e limpeza de caminhões, bancos e terminais de autoatendimento, armazéns não alfandegados, entre outras, sendo que não há investimentos vinculados previstos em edital. O prazo de vigência do contrato de concessão é de dez anos, com preço mínimo mensal de R$ 2,7 milhões e preço básico inicial de R$ 3 milhões.

A concessão da operação das atividades do Teca de Manaus representa uma oportunidade para a ampliação do portfólio de serviços de um dos maiores complexos logísticos da América Latina, seguindo as novas diretrizes da Diretoria Comercial e de Soluções Logísticas da Infraero. O propósito é, além de expandir o portfólio de serviços e produtos de logística integrada oferecidos pela empresa, e ampliar a parceria com a iniciativa privada nos negócios.

Com essa política, a Infraero tem o objetivo de ampliar as oportunidades de operações multi e intermodais, agregando a expertise dos parceiros nos modais marítimo, rodoviário e ferroviário ao know how da Infraero no modal aéreo. As novas diretrizes permitirão inclusive a oferta futura de serviços como crossdocking, picking and packing, porta a porta, gestão de estoques, cargas de projeto e outros, além da consultoria e assessoria já disponibilizadas pela empresa.

“A ideia com a concessão do complexo de Manaus é, acima de tudo, aproveitar uma estrutura pujante e arrojada para oferecer serviços cada vez melhores para os clientes, aprimorando assim a cadeia logística da região e do país em um ritmo célere, alinhado com sua capacidade operacional e seu potencial econômico”, pontua Edson Antunes Nogueira, superintendente de Desenvolvimento de Negócios em Soluções Logísticas da Infraero.

Manaus e sua importância no modal aéreo da logística de carga brasileira

Maior terminal de cargas da Rede Infraero, o complexo do Eduardo Gomes conta com uma posição estratégica, escoando a produção da Zona Franca de Manaus, e uma das maiores movimentações de carga pelo modal aéreo no Brasil inteiro.

Somente no primeiro semestre de 2017, o complexo manauara movimentou nas áreas de importação e exportação 15.449,3 toneladas (t), 3.688,2 t acima das 11.761,1 t processadas no primeiro semestre de 2016, um crescimento da ordem de 31%. Os principais itens movimentados nesse período foram componentes eletrônicos, produtos farmacêuticos, partes e peças de moto, metais e artigos de decoração. A ênfase em produtos de alto valor agregado na área de importação, além de demonstrar a importância e capacidade do terminal de carga, também chama a atenção para o potencial econômico do complexo.

Para sustentar a demanda, o terminal conta ainda com uma infraestrutura moderna e ampla, que inclui um transelevador para o armazenamento de cargas verticalizadas de importação exclusivo para as empresas habilitadas no regime da Linha Azul e um sistema de pesagem de cargas de importação inteiramente automatizado, entre outros diferenciais de infraestrutura. O Teca tem capacidade máxima de movimentação de cerca de 960 mil toneladas anuais, tendo considerável margem de expansão operacional nas condições atuais.

Outras concessões logísticas na Rede Infraero

Além de Manaus, cinco processos de concessões de complexos logísticos já foram realizados até o momento pela Infraero: Goiânia (GO), Curitiba (PR), Vitória (ES), São José dos Campos (SP) e Recife (PE). Os terminais de Goiânia e Curitiba foram os primeiros a iniciar as operações com a nova parceira, que assumiu a concessão no mês de julho. Os demais terminais já tiveram seus contratos assinados, agora passando pelos trâmites de transição das operações.

Todos os contratos em questão preveem prazo de concessão de dez anos, sem investimentos vinculados por parte das empresas concessionárias. Os valores de luva (preço mínimo mensal) totais obtidos com os cinco contratos somam R$ 2,95 milhões.