Apesar dos avanços no Produto Interno Bruto (PIB) do país, que registrou avanço de 0,6% no terceiro trimestre contra os três meses anteriores, o setor de infraestrutura, que tem forte potencial em geração de emprego e renda, segue com patamar de investimento quase 24% abaixo do período pré-crise, segundo cálculos da Abdib, que reúne as empresas do setor e das indústrias de base.
Em todo 2019, o aporte total deverá ser de R$ 131,7 bilhões, um tombo na comparação com os R$ 172,9 bilhões registrados em 2014, ano em que o Brasil entrou em recessão, sempre considerando valores atualizados a preços de 2018. O valor deste ano, já reflete o início de uma retomada, considerando que o aporte de 2018 foi de R$ 122,8 bilhões. Mas está ainda aquém do total de dez anos atrás, quando chegou a R$ 139,9 bilhões.
No país como um todo, o investimento avançou 3% no terceiro trimestre sobre o segundo. Em infraestrutura, porém, a taxa de investimento de setembro deste ano, com base em indicadores do Ipea, segue 20% abaixo da registrada em maio de 2014, início da crise econômica.
O presidente-executivo da Abdib, Venilton Tadini, avalia que a partir de 2020 o investimento em infraestrutura vai subir, principalmente a reboque projetos de concessão que o governo vem tocando em setores como os de óleo e gás, saneamento básico, enegia elétrica e transportes. Pesam ainda reformas regulatórias como a do saneamento.”Os investimentos vão começar a crescer de forma mais acelerada e isso vai ajudar a puxar a taxa de crescimento econômico para cima”, explicou Tadini.
Ele reconhece, contudo, que os investimentos públicos em infraestrutura continuam “em patamar muito deprimido” e que é preciso que eles cresçam para que, em parceria com a iniciativa privada, colaborem para a retomada da economia com maior vitalidade.
O investimento do país em infraestrutura não superou 2,4% do PIB ao longo dos últimos 15 anos, segundo a Abdib. Para reduzir aumentar a produtividade e reduzir entraves à competitividade do país, no entanto, seria preciso investir 4,3% do PIB por ao menos dez anos.
Fonte: O Globo