Com mais de 500 quilômetros (km) de costa litorânea, Santa Catarina recebeu nos últimos anos investimentos bilionários do setor portuário. Ao lado dos tradicionais portos públicos de Itajaí e São Francisco do Sul, a iniciativa privada decidiu levantar dois grandes terminais especializados na movimentação de contêineres: Portonave e Itapoá, hoje na lista dos mais modernos e eficientes do País.
Os empreendimentos foram estruturados em meados dos anos 2000, no primeiro mandato do governo Lula. Na época, o setor enfrentava enormes gargalos nos portos administrados pelo poder público, o que incentivou uma onda de investimento em terminais privados. O primeiro a ser construído no Estado foi a Portonave, um empreendimento idealizado pelo empresário Agostinho Leão, em 1998, ao lado do Porto de Itajaí.
O projeto tornou-se viável apenas em 2005 com a formação do consórcio Portonave, formado por um conjunto de empresas, entre elas a Triunfo Participações e Investimentos, que vendeu recentemente sua participação para a suíça Terminal Investment Limited (TIL), por R$ 1,3 bilhão. Em 2016, o terminal teve um crescimento de 34% na movimentação de contêineres e, neste ano, o desempenho também tem sido bastante positivo.
“Completamos dez anos de operação e tivemos, até o momento, um resultado otimista. A Portonave é o segundo maior movimentador de contêineres do País, com 11,5% do total nacional”, afirma o diretor-superintendente administrativo, Osmari de Castilho Ribas. Mas o terminal tem concorrência de peso no Estado, com forte apetite para crescer e ampliar a participação no mercado.
Inaugurado em 2011 na Baía da Babitonga, em frente ao Porto de São Francisco do Sul, Itapoá já iniciou investimentos de R$ 1 bilhão na ampliação do terminal. A capacidade atual de 500 mil teus (medida padrão de um contêiner de 20 pés) deve chegar a 1,2 milhão de teus até 2018. “Iniciamos as obras em novembro do ano passado porque estávamos operando no limite”, afirma Cassio Schreiner, presidente do porto, que tem como sócio grupos como a multinacional Hamburg Süd e Log-Z Logística. Segundo ele, o terminal tem conseguido conquistar até carga do Rio de Janeiro por causa de tempo menor no embarque das mercadorias, além de cargas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A primeira fase das obras de ampliação do terminal foi concluída, com a finalização da obra de engenharia de uma área de 60 mil m², que será acrescida ao pátio de manobras. O projeto inclui ainda a expansão do píer de 630 metros para 800 metros.
O executivo afirma que a empresa tem um plano conservador de em três anos atingir a capacidade que será alcançada com a atual expansão. Isso significa que novos investimentos estão no radar da companhia, numa terceira fase de expansão. “Temos uma área de 450 metros quadrados (m²); operamos 150 mil m²; e agora estamos expandindo mais 100 mil m². Ou seja, ainda temos muito espaço para crescer.” Ele acrescenta ainda que as licenças obtidas para a ampliação do terminal foram conseguidas para toda a área do porto.