IPT concebe nova embalagem para armazenamento e transporte de urnas eletrônicas

Você já pensou em onde e como são guardadas as urnas eletrônicas fora dos períodos das eleições?

As urnas têm uma vida útil de aproximadamente dez anos e, portanto, podem ser utilizadas em cerca de cinco ou seis eleições antes de serem repostas. Para garantir que isso aconteça, são necessários cuidados no armazenamento e no transporte das urnas, a fim de que seu funcionamento não seja afetado por choques, quedas ou outras condições externas. Foi pensando nisso que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitou ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) um novo projeto de especificação da embalagem individual de cada urna.

O IPT já era o responsável pela definição e realização dos testes aos quais os fabricantes deveriam submeter as embalagens para que elas fossem aprovadas e adquiridas pelo TSE, mediante o cumprimento de um edital. Contudo, em virtude da reprovação de amostras de embalagens em algumas das últimas licitações nos citados testes – relacionados a transporte, empilhamento, queda e resistência das alças – o TSE optou por contratar o Instituto para elaboração de um projeto definitivo para embalagens, que deverá ser utilizado como modelo pelos fabricantes.

“Estabelecemos especificações relacionadas à qualidade e ao dimensionamento do papelão e da espuma que compõem a caixa, e também criamos um desenho mais favorável ao armazenamento, considerando modelos antigos e novos de urnas eletrônicas” – explica Mara Lucia Siqueira Dantas, pesquisadora do Laboratório de Embalagem e Acondicionamento do IPT.

A principal mudança está no sistema de acolchoamento da caixa. Segundo a pesquisadora, após ensaios relacionados ao transporte e queda das caixas, algumas urnas apresentavam problemas ao ligar, devido aos impactos sofridos. Junto ao Laboratório de Equipamentos Mecânicos e Estruturas do Instituto, testou-se então a resistência ao choque do produto – a urna –, e a partir desse parâmetro e de dados que o IPT possui sobre o comportamento da espuma, foram redefinidas a área de cobertura e a espessura da espuma interna da caixa.

Outro problema recorrente estava na lingueta de abertura da embalagem, que usualmente se rasgava com o uso frequente, deixando as urnas expostas e fazendo com que fosse necessária a substituição da caixa. Foram propostas alterações no desenho da lingueta para evitar tal problema.

Para definir a qualidade do material utilizado na embalagem, a equipe do laboratório ainda visitou alguns espaços de armazenamento das urnas em São Paulo. “Consideramos fatores de temperatura e umidade de diversas regiões do País, tempo de armazenamento, forma de empilhamento, tipo de transporte e manuseio. Se bem armazenadas, transportadas e manuseadas, as embalagens podem acompanhar toda a vida útil das urnas, evitando a compra de novas caixas”, finaliza Mara.