O ano de 2009 se foi, afetado quase completamente pela crise econômica mundial. Mas 2010 já chega promissor, com esperanças de estabilidade para o segmento e a realização de novos negócios, conforme atestam os locadores de empilhadeiras.
Após o fim de 2009, é hora de as empresas fazerem um balanço do ano e revelarem as perspectivas para 2010. É o que expõem a seguir as empresas locadoras de empilhadeiras.
Em 2009, a Aesa (Fone: 11 3488.1466) obteve um aumento significativo na demanda em locação de empilhadeiras, conseguindo manter os contratos em 100%. Além disso, investiu em treinamento de pessoal e renovou a frota. Para 2010, a perspectiva é otimista, revela José Roberto Roque, supervisor de rental. “Estamos preparados para o crescimento de nossas atividades. As empresas que não investiram em 2009 em movimentação de carga devido à crise, estão retomando a produção normal e, com isso, o cenário para nosso setor será propício ao crescimento”, declara.
Já Armando Campanini Neto, gerente de vendas da Auxter Soluções em Máquinas e Equipamentos (Fone: 11 3622.4845), conta que o primeiro semestre de 2009 foi muito fraco, e que houve uma ligeira recuperação no segundo semestre, porém o mercado teve queda de 60% em relação a 2008. “Acreditamos que em 2010 o mercado deve manter a alta verificada nos últimos meses de 2009, projetando um crescimento no mercado de equipamentos”, opina.
Guilherme Gomes Martinez, gerente comercial da Bauko Máquinas (Fone: 11 3693.9339), também fala das dificuldades de 2009 no primeiro semestre, estagnado como consequência da crise do final de 2008. “O mercado em 2008 atingiu em torno de 14.800 máquinas, e estimamos que em 2009 chegou no máximo a 7.450 máquinas, ou seja, tivemos uma redução em torno de 49% em relação a 2008, voltando, assim, ao tamanho de mercado do ano de 2005. Daí é fácil de concluir que, além de 2009 ter sido muito difícil, também foi um ano de readequação.”
Sobre 2010, Martinez diz que, apesar de ser um ano de eleições presidenciais, provocando uma perda de inércia na economia nacional devido às tensões populares durante o segundo semestre, deve ser promissor, com vários projetos saindo da fase embrionária, visto que muitos deles foram “congelados” na virada de 2008 para 2009 e agora começam a reaparecer em estudos e projeções para 2010.
Em 2009, a Brasif Rental (Fone: 0800 7098000) obteve um crescimento de aproximadamente 16% sobre a receita total de 2008, deste total, 2% no setor de empilhadeiras. A expectativa para 2010, segundo Maurício Rangel, gerente nacional de negócios da empresa, é que os investimentos privados na produção industrial voltem a ocorrer e, consequentemente, o mercado de empilhadeiras tenha um crescimento significativo neste ano. “Esperamos que o mercado reaqueça e o negócio de locação de empilhadeiras para a Brasif tenha um crescimento em torno de 15% em relação a 2009, prova disto é que os fabricantes já começam a ter dificuldades de atender à demanda para o primeiro trimestre de 2010”, revela.
Apesar da expectativa otimista de retomada e crescimento para 2010, Guilherme Antunes, gerente rental da Commat Comércio de Máquinas (Fone: 11 2808.3333), diz que ela é cautelosa, pois ainda há uma incerteza diante do comportamento das economias nos EUA e na Europa, além do crescimento do PIB brasileiro abaixo do esperado.
Dado o reflexo da crise, a Empicamp Comércio e Serviços de Empilhadeiras (Fone: 19 3246.3113) teve um ano de franca ascensão. “Após uma devolução próxima de 10% dos equipamentos locados, hoje estamos com o pátio limpo e adquirindo mais equipamentos”, conta Jean Robson Baptista, do departamento comercial. A empresa acredita que 2010 será um ano muito bom. “Mesmo que não alcance os números do início de 2008, ainda assim cremos que o ano será mais estável para o segmento”, expõe.
Segundo André Ribeiro, diretor comercial da Fornecedora Máquinas e Equipamentos (Fone: 85 3366.1205), a crise mundial teve reflexos pequenos na região de atuação (Nordeste) se comparado ao restante do Brasil. “Tivemos uma queda no volume de negócios mais expressivos nas indústrias, principalmente a siderúrgica. Entretanto, o cenário apresentado em 2009 foi bastante satisfatório, principalmente no último trimestre, o que nos dá a esperança de um 2010 promissor, com um crescimento geral de 15% nas vendas em relação a 2009”, diz.
Quanto às perspectivas para 2010, Ribeiro diz que será um ano repleto de novos investimentos, que refletem positivamente no mercado de empilhadeiras. Estão chegando novas redes de hipermercado na região, além do incremento das existentes, com criação e ampliação de CDs. Há uma crescente implementação do parque industrial no Ceará e Piauí, inclusive com a construção da Siderúrgica do Pecém. “Os nossos clientes estão com planos de investimentos agressivos, visando atender ao forte crescimento da economia para o ano de 2010. Em resumo, o ano de 2010 será de muitas oportunidades e crescimento acentuado na região”, diz o diretor comercial da Fornecedora.
Apesar das dificuldades globais em 2009, para a Marcamp Equipamentos (Fone: 19 3772.3333) foi um ano em que a empresa conseguiu ter um bom desempenho operacional. Sobre 2010, o gerente comercial, Antônio Carlos Silvestre Júnior, declara que o cenário de FINAME a 4% ao ano até junho de 2010 e o PIB crescendo entre 5 e 6,5% leva a planejar um significativo aumento de faturamento. “Acrescente-se, também, o fato de um dos nossos parceiros estar implantando uma fábrica no Brasil e outro mudando para uma planta fabril maior.”
José Renato Corrêa, gerente comercial da Tradimaq (Fone: 31 2104.8004), também aposta no crescimento do PIB e na retomada do setor industrial. “Esperamos que os números se aproximem dos de 2008 em termos de quantidade de máquinas vendidas”, diz. Ele acrescenta que a produção e o investimento das empresas foram menores em 2009, impactando diretamente nas vendas e na locação de máquinas, tendo uma recuperação no último trimestre do ano, sinalizando melhoras para 2010.
Com a retração do mercado em 2009, Oswaldo Sabo, supervisor de marketing da Movicarga (Fone: 11 5014.2477), diz que a venda de equipamentos novos caiu muito, entretanto, isso refletiu diretamente no setor de locação de equipamentos, mas no geral foi um ano complicado para todos (fornecedores e clientes). Para 2010, as perspectivas são muito boas. “O Brasil atravessou muito bem a crise, e o mercado já está dando respostas positivas. A indústria voltou a crescer, gerando automaticamente demanda para nosso segmento”, diz.
"No ano de 2009, tivemos vários momentos de instabilidades, como diria nosso presidente, ‘várias marolinhas’, porém todas as incertezas de alguma forma foram vencidas ou abrandadas, eu diria até que todos nós, de certa forma, aproveitamos o momento para desenvolver novas metodologias para o enfretamento das anunciadas dificuldades, que felizmente não ocorreram de forma generalizada, e ainda estamos nos beneficiando com estas novas estratégias desenvolvidas”, declara Valentim Maia, gerente técnico da Real Empilhadeiras (Fone: 11 2047.8731).
Ele continua, dizendo que no caso específico de empilhadeiras, houve em um primeiro momento certa estagnação no que diz respeito aos lançamentos e novos contratos de locações e serviços, que foi sentido até a primeira metade do ano, mais por uma precaução dos grandes Operadores Logísticos do que pela queda de consumo no final da cadeia. “Isso levou tanto os fabricantes como os locadores e os Operadores Logísticos a uma operação mais cadenciada, poucos investimentos, menos contratações de mão de obra, serviços e equipamentos, cenário este que não visualizamos hoje”, diz.
Maia considera dois momentos marcantes no ano de 2009 e com resultados já esperados e conhecidos, que refletirão nas ações de 2010. Os momentos de ansiedade econômica, que necessariamente não refletiram na queda da produtividade como um todo, foram suficientes para o empresário de um modo geral criar e/ou desenvolver métodos visando à proteção de seu parque, clientes, equipamentos e poder de negociações. “Felizmente a ‘crise’ não se apresentou com a força imaginada pelos analistas de plantão, o consumidor continuou consumindo, seja bens duráveis ou não. Podemos citar como exemplo a indústria automobilística, de materiais de construção e eletrodoméstico, entre outros segmentos”, expõe o gerente técnico da Real Empilhadeiras.
De acordo com ele, o empresário, como um todo, e, na espera do tempo que lhe permitisse medir o tamanho da iminente crise, a fim de programar ações visando ao menor impacto possível em seus negócios, foi adequando suas ações, investindo em pessoas, máquinas, tecnologia e treinamentos no menor nível possível. Este é o segundo momento marcante de 2009.
“Estas ações preventivas nos levam a um cenário de início de ano atípico, ou seja, os empresários diante de um novo cenário econômico tenderão a manter sua enxuta e adaptada estrutura funcional surgida lá em 2009, o que poderá atravancar a evolução de novas ações mais arrojadas e a geração de novas oportunidades em todas as áreas. Devemos levar em conta, também, que 2010 será um ano de eleições majoritárias. É fato que começamos a trabalhar após o carnaval, e é fato que paramos antes das eleições”, aponta.
Em sua análise sobre 2009, Fábio D. Pedrão, diretor executivo da Retrak Comércio e Representações de Máquinas (Fone: 11 2341.6464), conta que o ano iniciou-se com uma expectativa sombria para o mercado de bens duráveis e não tardou para que as vendas caíssem de forma acentuada. “A crise que se abateu no mercado mundial e batia a porta das empresas criou um cenário negativo e vicioso. Na contramão das expectativas, a Retrak foi à luta, negociou pacotes de equipamentos e contratos e fechou novos negócios. Quando o mercado retomou o nível de 2008, a Retrak já estava preparada para o crescimento do segundo semestre.”
Segundo o profissional, o mercado de empilhadeiras retomou o crescimento perdido no primeiro semestre, os compradores voltaram ao mercado, mas, devido ao planejamento do primeiro semestre, sobrou cliente e faltou produto. “Os fabricantes estão iniciando 2010 com uma forte expectativa de crescimento, quem sabe retomando os números do melhor ano para o setor, que foi 2008”, espera Pedrão.
Ele revela que os investimentos da empresa em equipamentos durante 2009 somaram mais de R$ 10.000.000,00. “O otimismo no mercado tem se mostrado recompensado. Muitos são os novos clientes conquistados pela confiança no Brasil e no mercado. ‘Quem tem, aluga, quem não tem, reclama’”, declara.
Obras movimentam o setor
Sobre como as obras do PAC, para as Olimpíadas e a Copa do Mundo no Brasil podem ajudar o setor de empilhadeiras, Roque, da AESA, diz que com a aceleração da economia no Brasil e os eventos esportivos que estão por vir, a empresa acredita que haverá grande investimento das companhias para o setor logístico e, consequentemente, o setor de empilhadeiras será beneficiado.
Campanini Neto, da Auxter, lembra que um dos objetivos do PAC é desenvolver o PIB, com algo em torno de 5%. “Se chegarmos a estes níveis de crescimento, com certeza todos os mercados serão beneficiados, e o mesmo vale para a Copa do Mundo e as Olimpíadas.”
Para Martinez, da Bauko, de uma forma meio indireta, isto ajudará a impulsionar o mercado de locação de empilhadeiras, “afinal, crescendo a economia com o advento de vários novos investimentos em infraestrutura como um todo, com certeza um número bem maior de bens será movimentado, impactando no nosso negócio”.
Jean, da Empicamp, também concorda que para o setor de empilhadeiras o cenário é positivo. “Cada vez que há um setor em crescimento, mesmo que indiretamente, ele colabora para o crescimento do segmento.”
De fato, segundo Rangel, da Brasif Rental, o setor de construção é uma das principais molas propulsoras da economia e, com certeza, todos os investimentos neste setor aumentarão a geração de emprego e a renda da população economicamente ativa e, consecutivamente, aumentando o fluxo de dinheiro no mercado e a demanda por produtos em geral. “Para atender a esta demanda, a necessidade de expansão da produção industrial será inevitável, com destaque para o setor automotivo, fabricantes de eletroeletrônicos e bens de consumo”, expõe.
Falando sobre o Nordeste, Ribeiro, da Fornecedora, conta que as obras do PAC estão mudando o cenário da construção pesada no Ceará e Piauí. O reflexo para o negócio de empilhadeiras se dá em função do movimento geral que estas obras causam. Por exemplo, o aumento do consumo de aço, que aumenta a necessidade de movimentação nas siderúrgicas e, por sua vez, faz crescer a necessidade por aquisição de máquinas. O mesmo raciocínio vale para as obras referentes à Copa do Mundo.
Pedrão, da Retrak, concorda com o impacto positivo de mais obras, que exigem mais materiais, mais mão de obra, mais renda, que, com certeza, chegará às empresas e aos produtos que precisam ser fabricados, armazenados e expedidos. “Certamente mais empilhadeiras serão locadas e/ou vendidas ao mercado”, diz.
Segundo Sabo, da Movicarga, a demanda será gerada, “mas somente aqueles com capacidade e expertise poderão se aproveitar dela”.
Tabelas:
Locadores de empilhadeiras instalados no mercado brasileiro – Parte 1
Locadores de empilhadeiras instalados no mercado brasileiro – Parte 2
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