“Toda a cadeia logística é essencial para a assertividade da saúde e do tratamento do paciente”. A frase da gerente Sênior de Qualidade, Farmacovigilância e Atendimento ao Cliente da Novo Nordisk, Laura Orlando, permeou o Temp Log Experience, evento que reuniu, no dia 20 de setembro último, em formato híbrido, cerca de 150 especialistas e executivos da indústria farmacêutica interessados nos resultados oferecidos pela metodologia Just in Time aliada à cultura do Lean.
O encontro foi realizado pela Temp Log, operadora especializada em logística farmacêutica, e aconteceu presencialmente no Hotel Pullman, na capital paulista, com transmissão pelo canal do Youtube da empresa. Foram mais de duas horas de discussões e uma certeza: o foco deve ser sempre o cliente. Para isso, é preciso comunicação, responsabilidade e compromisso em todo o processo.
“Em todas as mudanças que fazemos, procuramos conversar com o cliente. Nossas metas são reflexo das metas deles. Se não os envolvermos de nada adiantaria. É uma preocupação constante da empresa e temos investido em formas de aumentar a comunicação, fazer uma ponte com a indústria. Ao ser avisado com antecedência sobre alguma intercorrência na operação, o cliente consegue ter uma ação rápida, reagendar a consulta, o exame, enfim, o tratamento”, destacou o diretor Comercial da Temp Log, Ricardo Canteras.
A Operadora Logística implantou recentemente a filosofia Lean buscando otimizar os processos e reduzir o tempo de entrega. O resultado tem sido maior eficiência e a garantia de manutenção da integridade do produto até a chegada ao consumidor final, evitando, sobretudo, a excursão de temperatura. “A adoção de modelos específicos de negócio está intimamente ligada à excelência profissional”, enfatizou o diretor do Grupo IMAM, Eduardo Banzato, mediador do encontro.
Dentro desse cenário, o engenheiro apontou alguns critérios que devem ser priorizados para o sucesso dos negócios. Segundo ele, é fundamental ter produtividade, qualidade e ser competitivo, ou seja, dar resultados. Isso significa aliar pessoas, tecnologia e inovação, ações que também envolvem qualidade de vida, custos e nível de serviço, foco do cliente e responsabilidade (ESG). “São estratégias que estão puxando as operações”, afirmou Banzato, enquanto compartilhava da opinião dos especialistas participantes dos debates.
Para o Head do Lean Institute Brasil e Professor da FEA USP, Alvair Silveira, o Just in Time é uma maneira diferente de fazer logística e faz sentido ser aplicado na conjuntura atual, semelhante à vivida pela Toyota ao criar a metodologia. Isso porque, mencionou Silveira, os médicos hoje precisam saber de tudo. “O Lean tem um conjunto de ferramentas e raciocina como remover aquele obstáculo do fluxo, que é um desperdício. Junto com o Just in Time, ele forma uma cultura de melhoria contínua até estabilizar o fluxo interno. A base do Lean é o pensamento diferente usando métodos científicos para o negócio. É uma ciência empírica onde se faz o teste, cronometra o resultado e observa os movimentos”, explicou.
Já Laura Orlando reiterou que as boas práticas, até a chegada do produto ao paciente, são vitais não apenas para a operação acontecer, mas para o consumidor receber a mercadoria no padrão que ele merece. “Cerca de 50% dos medicamentos termolábeis, como vacinas e insulinas, podem chegar danificados ao paciente devido à cadeia. E, consequentemente, o impacto na saúde é prejudicial, sem o efeito esperado”, disse a gerente Sênior da Novo Nordisk, observando como uma grande dificuldade da logística a mão de obra, muitas vezes, pouco especializada, sendo necessária melhor qualificação para atender as demandas e exigências do setor. A médica dermatologista Iara Resende corroborou com a gerente, falando sobre a importância de tudo chegar perfeito na clínica. Além disso, ela fez um apelo sobre a necessidade de haver um canal mais direto com as indústrias e os seus prestadores de serviço envolvidos no processo. “A logística é muito importante quando fazemos os pedidos. Quanto mais problemas temos, menos viramos clientes. Quando compramos da empresa certa ganhamos credibilidade”, concluiu.