Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em 2023, foram coletados mais de 553 milhões de litros de Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (OLUC) no Brasil. Para se ter uma ideia, um único litro de OLUC é capaz de contaminar 1 milhão de litros de água, em termos comparativos, o volume coletado em 2023, se não tivesse o destino correto, teria a capacidade de contaminar 55 mil vezes o volume de água presente na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, com estimados 10.000.000.000L. Um case de sustentabilidade no Brasil, a logística reversa do OLUC impede a degradação do meio ambiente, com um potencial poluidor desta magnitude, todos os anos.
O OLUC é aquele resíduo preto que sai dos motores após a troca do óleo e é um vilão ambiental classificado como altamente contaminante. Ele está presente em motores de automóveis e equipamentos industriais, e deve ser destinado de forma adequada, sendo considerado altamente perigoso à saúde e ao meio ambiente, caso seja descartado de forma irregular.
“O potencial de contaminação do OLUC é muito alto, imaginar a contaminação de 55 mil Lagoas da Pampulha nos faz refletir em como ações ambientais efetivas são parte da preservação do meio ambiente e dos ecossistemas que nos afetam. Apesar de termos uma legislação consistente é preciso aumentar a conscientização da população. O OLUC é um resíduo que está presente no cotidiano das pessoas, porém invisível, uma vez que fica armazenado dentro dos motores dos nossos carros, motos, no transporte coletivo, e a sua troca e manuseio ocorre em oficinas e/ou postos de combustíveis/super trocas, por exemplo. Por isso, sempre orientamos a questionar nos estabelecimentos: Para onde vai o óleo lubrificante usado após a troca?”, afirma Aylla Kipper, presidente da AMBIOLUC, entidade que representa a logística reversa do setor de rerrefino de óleo lubrificante usado no País e Head de relações institucionais e sustentabilidade da Lwart Soluções Ambientais.
Devido ao impacto ambiental significativo, a legislação brasileira* determina que todo OLUC deve ser coletado e destinado para o rerrefino e proíbe o uso do resíduo como combustível ou para quaisquer outros fins.
Rerrefino é o termo que descreve o processo industrial de reciclagem do OLUC, que consiste na transformação do resíduo em óleo básico, matéria prima para produção de óleos lubrificantes. O Brasil possui uma planta de rerrefino, pertencente à Lwart Soluções Ambientais, que é capaz de realizar esse processo praticamente sem gerar resíduos, sendo um exemplo de logística reversa perfeita. E é por isso que o rerrefino do OLUC contribui diretamente para a sustentabilidade no país e evita a contaminação de recursos naturais.
De acordo com a executiva, o Brasil possui tecnologia, expertise e legislação na vanguarda da gestão ambientalmente correta desse resíduo. A forma como o País vem avançando anualmente ao ampliar o volume de OLUC coletado demonstra uma maturidade tecnológica na indústria nacional de rerrefino, assim como uma capilaridade logística para coletar o resíduo em todo o território nacional.
“Podemos nos orgulhar de o País ser um case de sucesso mundial na gestão desse resíduo, seja pela força da legislação, seja pelo potencial industrial e tecnológico. Uma das maiores rerrefinarias de OLUC do mundo está instalada no interior paulista”, finaliza Aylla.