Lucro da Cargill sobe 42% no terceiro trimestre, para US$ 650 milhões

A Cargill, maior companhia de agronegócios do mundo, registrou um lucro líquido de US$ 650 milhões no terceiro trimestre do ano fiscal de 2017, encerrado em 28 de fevereiro. O resultado foi 42% maior do que no mesmo período do ano passado. No acumulado em nove meses, o lucro líquido cresceu 5%, somando US$ 2,49 bilhões, impulsionado por desinvestimentos em vários negócios.

As receitas do trimestre totalizaram US$ 27,3 bilhões, um aumento de 8%, enquanto no acumulado do ano fiscal totalizaram US$ 81,4 bilhões.

O lucro operacional ajustado — que exclui os ganhos com desinvestimentos — cresceram 50% no terceiro trimestre, para US$ 715 milhões. No acumulado em nove meses, o lucro operacional ajustado avançou 55%, para US$ 2,58 bilhões.

No trimestre, a Cargill acertou a venda da participação de 40% no moinho Allied Mills Australia para a Pacific Equity Partners, empresa de investimentos no setor de panificação, que deve ser concluída no quarto trimestre. A multinacional também acertou a venda de seu negócio de trading de petróleo para a Australia’s Macquarie Group, que deve ser concluída no primeiro trimestre do ano fiscal de 2018.

“Nós tivemos fortes resultados neste trimestre em nossos segmentos, uma evidência de que nós estamos no caminho certo”, afirmou David MacLennan, presidente do conselho da Cargill e CEO, citando também os desempenhos positivos nos negócios de ingredientes alimentares, proteína animal e industrial, e da ampliação da base de clientes da companhia.

O ramo de ingredientes alimentares e aplicações foi o que mais contribuiu para o lucro operacional ajustado, com destaque para os ganhos globais em adoçantes e em plantas de produtos bioindustriais na América do Norte. A companhia também registrou crescimento nos ganhos do negócio de cacau e chocolate na Europa, sustentado pelo aumento da originação da amêndoa no oeste da África.

Os negócios da Cargill baseados na Ásia também se recuperaram de um período “desafiador” no ano anterior com um bom desempenho dos negócios de amido à base de milho e adoçantes na China e óleos comestíveis na Índia.

O segmento de nutrição animal e proteínas apresentou crescimento “significativo”. Esse resultado foi puxado pelo desempenho de proteínas animais diante do aumento da demanda por carne bovina e ovos para o “food service”, além do aumento das exportações de carne de frango para o sudeste asiático e venda de aves para a Europa.

Já as vendas de nutrição animal tiveram um desempenho pior na comparação anual por causa do aumento da competição na China e na Rússia e de um foco de gripe aviária na Coreia.

Quanto ao negócio de originação e processamento da Cargill, o desempenho foi ligeiramente abaixo do mesmo trimestre do ano anterior diante da redução do esmagamento na América do Sul, onde houve redução do ritmo de comercialização por parte dos produtores e atraso nos trabalhos em campo na Argentina por causa das chuvas, além de redução das exportações brasileiras de milho.

Fonte: Valor Econômico