Maior porta-contêiner operando em águas brasileiras atraca no Porto do Rio de Janeiro

Desde a última dragagem, em 2017, a infraestrutura aquaviária do Porto do Rio de Janeiro apresentou melhores condições para o acesso de navios de grande porte, entre 300 e 336 metros de LOA. Mas diante da evolução desses gigantes do mar, a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) está trabalhando para que o Porto do Rio de Janeiro receba, em breve, navios de 349 metros e, futuramente, de 366 metros.

Como exemplo dos meganavios que chegam ao Porto do Rio de Janeiro, no último dia 27 de julho, atracou o navio MSC NITYA B, que é o maior em operação em águas brasileiras. Trata-se de um porta-contêiner da classe Sammax com 330 metros de comprimento e capacidade para transportar 12 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Mas os navios da classe Sammax (a maior disponível na América do Sul) podem chegar a medir 336 metros de comprimento, 48 metros de largura e 15,2 de calado máximo (distância medida entre a lâmina d’água e o fundo da embarcação).

Nos últimos anos, os navios evoluíram em capacidade e tecnologia, podendo transportar mais carga com menor custo. Para receber esses mega conteineiros e manter o Porto do Rio de Janeiro entre os principais do país, a CDRJ vem adaptando o porto para atender aos parâmetros operacionais de calado e de manobra. “O Porto do Rio de Janeiro está cada vez mais qualificado para receber os maiores navios em operação, tanto por possuir as características ambientais adequadas e profissionais capacitados, como também por causa dos investimentos em tecnologia para a melhoria da infraestrutura aquaviária que a Autoridade Portuária e os terminais conteineiros têm realizado, com o apoio da Marinha do Brasil e da Praticagem”, ressaltou o diretor-presidente da CDRJ, Francisco Antonio de Magalhães Laranjeira.

Outros meganavios como o Northern Justice, com 332,8m de comprimento e 42,2m de largura; e Ever Laurel, com 334,9m de comprimento e 45,8m de largura também fazem escalas no Porto do Rio de Janeiro. Segundo o gerente de Acesso Aquaviário do Porto do Rio de Janeiro, Roque Pizarroso, “as manobras de atracação e desatracação de navios desse porte exigem muita experiência de toda a equipe envolvida. São especialistas e técnicos portuários, além de práticos atentos a cada detalhe para que as operações de entrada e saída transcorram com segurança.”

Projetos de melhoria do acesso aquaviário com alta tecnologia

Com foco no incremento da segurança e do calado operacional máximo dos navios que navegam na Baía de Guanabara, desde abril deste ano, a CDRJ tem realizado manobras experimentais noturnas com navios porta-contêineres pelo Canal de Cotunduba. Segundo o superintendente de Gestão Portuária do Rio de Janeiro e Niterói, Leandro Lima, “esse canal é o mais importante acesso ao porto em função de sua profundidade e recebeu uma moderna sinalização náutica recentemente com a instalação de Boias Articuladas Submersíveis dotadas de AIS AtoN (Auxílio a Navegação)”.

Em breve também será empregado um software para cálculo da folga sob a quilha em tempo real, também conhecido como “calado dinâmico”, que renderá consideráveis ganhos financeiros ao porto, com o incremento do calado operacional máximo dos navios e a redução do volume de “frete morto”.

Também no intuito de gerar maior eficiência e segurança, a CDRJ vai implementar o VTMIS – sigla inglesa para o Sistema de Gerenciamento e Informação do Tráfego de Embarcações, moderno sistema de auxílio eletrônico à navegação, com capacidade para prover a monitoração ativa do tráfego aquaviário e a proteção ao meio ambiente. A primeira fase do Projeto do VTMIS prevê a implantação, no 1º Trimestre de 2021, de um Local Port Service (LPS) nos Portos do Rio de Janeiro e Itaguaí.

Para tanto, o gestor de VTMIS, Marcelo Villas-Bôas, explica que “estão sendo instaladas câmeras em diversos locais estratégicos para visualização dos canais de acesso, bacias de manobra e áreas marítimas dos terminais arrendados e de fundeio na Baia da Guanabara, que deverão estar operacionais ainda em 2020”. O LPS também contemplará a implantação de um moderno Sistema de Monitoramento Ambiental, com a instalação de estações meteorológicas, boias meteo-oceanográficas e marégrafos, além da integração de um radar da Marinha do Brasil (MB), a compra de estações base do Sistema de Identificação Automática (AIS) e toda uma gama de equipamentos e sistemas para melhoria do controle e da segurança do tráfego aquaviário.