Dados do último anuário do transporte da Confederação Nacional do Transporte (CNT) de 2021, mostram que 61,9% das rodovias brasileiras avaliadas, em 2020, apresentaram algum tipo de problema no estado geral. 52,2% dos trechos avaliados têm problemas no pavimento. Especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior, com mais de 50 anos de experiência, explica como as más condições das estradas prejudica o crescimento do país.
Embora o sistema rodoviário seja o principal modal de transporte do País, a malha pavimentada cresceu apenas 0,5% entre 2009 e 2019, de acordo com o Anuário 2021 da CNT. Os dados revelam que 58,9% dos trechos avaliados apresentam deficiência na sinalização e 62,1% dos trechos têm falhas na geometria. O especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior, Paulo César Alves Rocha, explica que a precariedade das rodovias brasileiras impõe um crescimento menor e mais lento ao país.
“Uma avaliação preliminar no setor de transportes de carga em outros países nos da conta de que este é, sem dúvida, um dos grandes desafios dos governantes nos próximos anos. Em um país continental como o Brasil, essa avaliação ganha amplitude e extrema relevância. Ao longo das últimas quatro décadas, vimos uma evolução muito tímida na criação de alternativas para o setor de transporte de cargas no país. Este assunto não pode mais esperar. É urgente”, afirma Paulo César Rocha, que dirige a LDC Comex Experienced .
O especialista, que tem mais de 50 anos de experiência, está correto. Os dados da pesquisa da CNT mostram que a frota cadastrada para transporte de cargas no Brasil em 2020 foi de 1.382.651 veículos de empresas, 859.729 registrados como autônomos e 28.481 veículos de cooperativas. Totalizando assim, 2.270.861 veículos autorizados para realizar transporte de cargas no Brasil.
Rocha esclarece que a lentidão para investimentos e a falta de um planejamento a longo prazo faz o Brasil literalmente parar no tempo. Para ele, não há razões que justifiquem a lentidão para o país ter uma malha viária que seja condizente com a atividade industrial e do transporte de cargas.
“Se considerarmos, por exemplo, que mais de 77% das estradas brasileiras tem problemas de geometria, 31,1% apresentam ângulos das pistas em situação péssima, veremos que o problema é muito mais grave do que pensamos. É lamentável que um país como o nosso tenha que seguir enfrentando problemas de ordem tão rudimentar como este e também a questão do saneamento básico”, afirma o especialista.
Outras deficiências de sinalização foram encontradas e mapeadas pela CNT. Os dados mostram que em 59,2% das rodovias analisadas, 13,2% a sinalização é péssima e em 14,1% é ruim. Os problemas no asfalto atingem 50% dos trechos, com pavimentação péssima em 2,8% dos casos e ruim em 13,2%.