Lideranças da Midea Carrier, InBetta e Arezzo compartilharam suas experiências na aplicação de projetos de S&OP (Planejamento de Vendas e Operações, na tradução) durante o 2o Seminário de Desafios e Tendências em Supply Chain, promovido pelas empresas E-Sales e VE3 na manhã desta quarta-feira, 11, no Teatro do CIEE, em Porto Alegre.
No case da Midea Carrier, apresentado pelo gestor de logística e planejamento, Luiz Trento, foi destacada a complexidade vivida pela empresa líder de mercado no segmento de climatização no país em relação à previsão da demanda e gestão de estoque. “Nossa matéria-prima vem da China e leva cinco meses para termos em mãos”, enfatizou. “Como prever a demanda com esse tempo?”. Nesse cenário, há dois anos a empresa iniciou um projeto de S&OP em parceria com a VE3, por meio do software Colplan, buscando envolver pessoas, informações, processos e tecnologia. “Foi preciso envolver pessoas de diferentes setores, traduzir as inúmeras informações obtidas, construir processos internamente e aplicar todo esse conhecimento em uma solução tecnológica para maior integração, velocidade e colaboração”, concluiu Trento.
Outra empresa que vive complexidade semelhante é a InBetta, que realiza 38 mil entregas por mês, conta com 16 centros de distribuição e mantém parceria com 92 transportadoras em três tipos de operação. O case foi apresentado pelo coordenador administrativo de logística, Douglas Machado, que destacou os ganhos em prazo de entrega (de 78% em 2013 para 93% em 2015) e retorno da informação em até 24 horas (de 59% em 2013 para 72% em 2015) depois de aplicar o sistema entregou.com, da E-Sales. Além do investimento em S&OP, a empresa estabeleceu um nível de performance contratual com multas e premiações com os parceiros que entregam os produtos. “Passamos a ter mais eficiência operacional controlando as rotinas e monitorando as informações”, destacou Machado.
Por fim, a coordenadora de sourcing da Arezzo, Renata Razera, também explicou a implementação do sistemaentregou.com, que foi batizada de Portal das Fábricas pela empresa, utilizado para gerenciar uma produção de 11 mil modelos de sapato por ano, 2,5 mil pontos de venda em todo o país e uma estrutura com 2,2 mil funcionários. A implementação durou apenas seis meses e ajudou a fazer uma gestão sistematizada de todas as marcas [hoje a Arezzo controla as marcas Arezzo, Schutz, Alexandre Birman e Anacapri]. “Antes toda comunicação com as fábricas e muitos dos processos eram feitos apenas com a troca de e-mails e agora, com essa gestão, reduzimos custos operacionais, a comunicação tornou-se automatizada e houve a padronização de processos”, destacou Renata.
O Seminário também teve apresentação de Carlos Panitz, da VE3, que falou sobre gestão de demanda e visibilidade, e do PhD. em Engenharia de Produção e professor da UFRGS, Ricardo Cassel, que defendeu a necessidade de as empresas atuarem num formato de consórcio para gerar inovação aberta e tecnologia pré-competitiva. “Temos que pensar mais global para, em conjunto, resolvermos alguma coisa”, enfatizou. A mediação do encontro foi de Arthur Hill, mestre em Engenharia de Produção pela USP, e teve o apoio da Assespro-RS (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação do RS).
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