A atualização da RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 430/2020 para a 653/2022 – que dispõe acerca das Boas Práticas de Distribuição, Armazenagem e Transporte de Medicamentos, impacta diretamente no transporte de medicamentos, ampliando ainda mais os requisitos da ANVISA. Com isso, o traslado por aviões torna-se alternativa mais ágil e eficiente para a indústria farmacêutica.
No entanto, ao mesmo tempo em que o transporte aéreo tem suas vantagens para o setor, as empresas precisam avaliar outros pontos (urgência e monitoramento) na hora de decidir qual rota seguir. As cargas de modal aéreo são caracterizadas principalmente, por sua urgência, já que a proporção do preço frete no produto é de um para dez. “Considerando isso, ainda que a carga não tenha tanta urgência, ela sendo transportada pelo modal aéreo, ficará exposta por um período bastante menor” – pontua Jackson Campos, especialista em comércio exterior para a indústria farmacêutica.
Todavia, essa opção é primordial para o transporte de medicamentos perecíveis e de alto valor agregado que demandam mais atenção e por isso precisam estar sob constante monitoramento de temperatura, umidade, luz e choque (balanço).
O Brasil dispõe de um dos maiores mercados do setor farmacêutico da América Latina e um dos maiores do mundo, mesmo com o cenário oferecendo dificuldades em transportar produtos para regiões mais afastadas. “Ou seja, se falarmos especificamente de logística nacional existem diversos complicadores como extensão geográfica brasileira, problemas de infraestrutura, aeroportos e o alto custo para o uso de aeronaves destinadas aos voos domésticos. No caso da logística internacional a demanda é ainda mais complexa” – resume.
O transporte aéreo para medicamentos apresenta algumas peculiaridades. As companhias aéreas classificam os produtos transportados em grupos. Cada um contém uma série de exigências que precisam ser de conhecimento de todos os embarcadores e transportadores ao utilizarem este modal. O processo logístico no transporte aéreo pode ser separado em dois fluxos: o físico e o da informação. O primeiro envolve todas as ações pertinentes ao volume (caixa), como: separação, embalagem, conferência, identificação, pesagem, sorteamento (roteirização), carregamento e descarregamento na companhia aérea. Já no fluxo da informação, acontecem as emissões dos documentos eletrônicos: importação do XML da NF-e, emissão de CT-e e MDF-e pelo transportador rodoviário, emissão de CT-e e MDF-e pelo transportador aéreo, manifestação na base de origem e de destino.
Na importação e exportação de medicamentos por este modal, há inúmeras exigências e regras a serem seguidas, que vão desde a embalagem do produto até a entrega no armazém do aeroporto, armazenamento em câmara fria, despacho aduaneiro, preparação ou paletização para embarque, puxe de carga, embarque na aeronave e acondicionamento em ambiente climatizado até o transporte aéreo. As etapas se repetem no momento do desembarque da aeronave até a entrega final.