E se a ferrovia fosse considerada na cadeia logística de uma empresa que transporta os seus produtos, exclusivamente pela rodovia? Qual seria a redução da emissão de gases do efeito estufa na atmosfera? Uma pergunta, até então, difícil de responder, foi simplificada por um trabalho recente, desenvolvido pela MRS Logística. Trata-se da calculadora de CO2, um recurso inédito no país, que contribuirá para a análise por parte dos empresários da região Sudeste que exportam os seus produtos ou que transportam suas cargas pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
As empresas que utilizam o modal ferroviário garantem uma expressiva redução nas emissões de CO2. É o caso da Suzano, que já se beneficia da significativa redução de emissões que a opção ferroviária proporcionou. Transportando sua carga por 152 km, entre Jacareí e Santos (SP), estima-se que a companhia emitiria, considerando o modal rodoviário, 434 toneladas de CO2 por mês. Já no transporte ferroviário, a empresa emite apenas 140 toneladas de CO2 mensalmente. Isso representa um total de 294 toneladas de CO2 que seriam emitidos na atmosfera e que foram evitados. Na comparação entre os modais, isso representaria uma redução de 67%.
“Na Suzano, a sustentabilidade é um norteador de nossas ações. Nós buscamos sempre desenvolver iniciativas em prol do meio ambiente e das regiões onde estamos presentes. Em parceria com a MRS, temos atingido ótimos resultados nesse sentido”, ressalta o Gerente de Logística da Suzano, Thiago Pereira.
A tendência para os próximos anos é de aquecimento do mercado de carbono não só no Brasil, mas também no restante do globo, o que pode significar melhores preços e maiores ofertas de créditos de carbono.
“À medida que surgirem apelos cada vez maiores para que as indústrias adotem ações mais concretas para reduzir as emissões de dióxido de carbono, mais e mais empresas perceberão a necessidade de migrar as suas cargas para a ferrovia, tendo em vista que a redução pode ultrapassar a marca dos 70% e essa redução é imediata, simplesmente através da mudança do modal utilizado”, afirma o gerente de Meio Ambiente da MRS, Fabio Morelli.
Segundo o assistente da área de Meio Ambiente e idealizador do projeto, Milton Brovini, a ferramenta desenvolvida pela MRS é bastante simples e prática.
“Ela faz um cálculo específico da redução de emissões de dióxido de carbono com base em características específicas de cada transporte: origem, destino, distância rodoviária da origem até o ponto de carregamento ou descarregamento mais próximo, capacidade do veículo rodoviário e tipo de carga. Os resultados podem então ser usados para definir metas, orientar tomadas de decisões sustentáveis, reduzir custos e permitir que as empresas compensem as emissões de suas atividades de transporte”.
A iniciativa está em linha com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que, neste ano, tem como tema a “poluição do ar” e vem ao encontro das metas de redução de emissões de CO2 assinadas pelo Brasil, em 2016, no Acordo de Paris. O país se comprometeu a reduzir as suas emissões em 37% até 2025, considerando o registrado em 2005 – há possibilidade de chegar a 43% até 2030. Além disso, o projeto está alinhado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) proposto pela ONU, em específico o objetivo nº13, mitigação das mudanças climáticas.