Nova regulamentação do e-commerce dificulta logística própria de marketplaces

A decisão do Governo de mudar a regulamentação do serviços de entregas deve afetar todos os operadores logísticos que atuam no e-commerce brasileiro. A proposta está sendo elaborada pelo Ministério das Comunicações, com o objetivo de fortalecer os Correios, empresa estatal que enfrenta problemas de competitividade. No entanto, a criação de uma nova regulação deve afetar todo o ecossistema logístico, é o que explica Rodrigo Garcia, diretor executivo da Petina Soluções em Negócios Digitais, startup especializada em gestão de vendas online via marketplaces.

“Essa regulamentação irá beneficiar os Correios, mas deve vir com algumas limitações para quem quer fazer a logística própria. Então, automaticamente, irá dificultar a iniciativa privada de empresas como o Mercado Livre ou Amazon, por exemplo. Até mesmo o serviço fulfillment, no qual o cliente recebe sua mercadoria no mesmo dia, ou os serviços FBA (Fulfillment By Amazon) e DBA (Delivery By Amazon), da Amazon. Enfim, existem diversos marketplaces que têm logística própria, nos quais a agilidade de recebimento, hoje, é mais eficiente que a dos Correios. Essa regulamentação, então, deve restringir a autonomia deles para o desenvolvimento desse tipo de logística”, diz Garcia.

A proposta do Governo é revisar a legislação de serviços postais no Brasil, de 1978, para alterar algumas regras,até então, só se aplicavam à empresa estatal e a partir de então criar um novo marco regulatório que deve atingir todo o setor. Com isso, os Correios terão melhores condições de competir com as concorrentes, que realizam entregas de compras feitas no e-commerce.

“Além de alterar as restrições de transportes de cargas que a empresa estatal possui atualmente, como  o envio de plantas, animais e vírus inativos, o que tornaria o mercado mais competitivo. Além disso, a ideia também é assegurar padrões de qualidade para as entregas e garantir uma instância de reclamação dos serviços. Essas novas regras serviriam tanto para os Correios, quanto para os operadores privados”, explica Garcia.