O setor de transporte e logística começa a dar sinais de recuperação. Ainda que a retomada não tenha superado as expectativas do mercado, análises da Opentech relativas ao primeiro semestre de 2019 indicam melhora no desempenho e reaquecimento dos negócios no segmento de transporte rodoviário.
De janeiro a junho, a Opentech rastreou R$ 110 bilhões em cargas. Entre o primeiro semestre de 2018 e o mesmo período deste ano, o volume geral de viagens rodoviárias monitoradas pela empresa aumentou 21%, incluindo gerenciamento de risco e gestão logística.
Em gerenciamento de risco, o crescimento foi de 19,5%, resultado da captação de novos clientes e aumento de operações na base existente, considerando-se ainda que, em maio de 2018, a greve dos caminhoneiros trouxe impactos importantes para o setor. “Tivemos um aumento relevante se comparado à evolução do PIB brasileiro no mesmo período”, avalia o CEO da Opentech, Duani Reis.
Em logística, o crescimento foi maior. As viagens de monitoramento logístico tiveram incremento de 74% no período comparado. De acordo com Duani, o resultado positivo foi motivado, principalmente, pela necessidade de as empresas melhorarem a eficiência nas operações e pela criação de novos conceitos, como as torres de controle logístico.
Ainda de acordo com o CEO da Opentech, a desaceleração da economia nos últimos anos afetou diretamente o setor de transporte e logística, trazendo desafios de redimensionamento das operações e busca intensa por eficiência. “Em um ambiente altamente competitivo, as companhias vêm se mostrando cada vez mais focadas e preocupadas com a diferenciação de seus serviços frente aos concorrentes”, diz.
Confiante no crescimento das operações de transporte no Brasil motivadas pela concentração – nos próximos meses – de datas importantes relacionadas ao consumo, Duani espera resultados ainda melhores para a Opentech neste segundo semestre. “Este é o momento ideal para que as iniciativas inovadoras prosperem. É a inovação que traz resultados reais, transforma trabalhos manuais em eletrônicos, simplifica e reduz atividades intermediárias.”
Volume de roubos e roubos evitados
Entre os anos de 2013 e 2017, o Brasil vivenciou uma escalada no número de roubos de cargas nas estradas do país, com média de crescimento anual de 15%. Em 2018, o país teve seu primeiro registro de retração nas estatísticas em comparação aos últimos cinco anos. Em 2019, a tendência também é de queda.
Nas operações gerenciadas pela Opentech, a análise dos roubos ocorre por duas perspectivas: uma considera as cargas recuperadas e outra, os roubos evitados. Nas cargas recuperadas, o resultado foi 78,5% superior em relação ao primeiro semestre de 2018.
Já os roubos evitados são analisados em relação ao volume de viagens. Por isso, a Opentech considera que quanto menos ocorrências de roubos forem registradas por viagens realizadas, maior foi a capacidade de evitá-los. Neste primeiro semestre, o resultado foi 43% melhor no indicador roubos evitados, comparando-se com o mesmo período do ano anterior.
Inteligência e tecnologia
O CEO da Opentech, Duani Reis, explica que as ações de inteligência policial em regiões críticas contribuíram de forma relevante para os resultados positivos, além das iniciativas internas adotadas pela empresa para o refinamento da classificação de risco das viagens. Os segmentos mais afetados foram os de defensivos agrícolas, alimentos e farmacêuticos.
Os históricos da Central de Monitoramento mostram como as quadrilhas de roubos de cargas costumam agir no país. Nos roubos em viagens de distribuição, as cargas são de menor valor e os crimes ocorrem, na maioria das vezes, durante o dia, com abordagens do veículo em movimento e em ambientes urbanos. Nestas situações, a tecnologia de detecção de casos suspeitos é fundamental para garantir bons resultados.
Nas viagens de longa distância, os valores da carga são maiores e não há predominância de horários nas ocorrências de roubo. Aproximadamente 60% das abordagens ocorrem com veículo em movimento. O restante, em paradas nos postos de combustível ou durante o pernoite. “Nestes casos, uma combinação de inteligência de campo, ferramentas protecionais e tecnologia para detecção da ocorrência no menor tempo possível são os diferenciais para a obtenção de bons resultados”, explica Duani.