Operadores Logísticos contrataram mais de 30 mil em 2022, segundo a ABOL

Os maiores Operadores Logísticos do País, filiados à Associação Brasileira dos Operadores Logísticos – ABOL, contrataram, aproximadamente, 30 mil novos colaboradores em 2022. O número é 58% maior do que o total de admissões feitas em 2021, quando o setor abriu 13 mil postos.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pela entidade, onde 66,7% dos entrevistados afirmaram ter contratado mais profissionais do que no período anterior. E se depender dos OLs, 2023 também será de novas oportunidades para aqueles que buscam ingressar nesse mercado, pois 66,7% pretendem abrir vagas este ano.

O resultado positivo acompanha o incremento nacional verificado no ano passado, quando apenas nos primeiros sete meses, de janeiro a julho, mais de 94 mil novas vagas de emprego foram abertas pelo setor de Transporte, Armazenamento e Correios, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Os dados representam alta de 64,8%, impulsionada, principalmente, pelo e-commerce. Desde o início da pandemia, as vendas online têm subido significativamente.

Vale lembrar que o movimento de novas contratações também é sazonal, com picos em datas comemorativas, como Natal, black friday e dia das mães.

Um dos índices que chamou a atenção na pesquisa elaborada pela ABOL foi a quantidade de empresas que destinou parte das vagas para funcionários temporários (mais de 66%). De modo geral, os Operadores Logísticos costumam contratar mais pessoas em caráter permanente, oferecendo estabilidade aos seus colaboradores. O último estudo realizado pela Associação com o perfil do OL no Brasil, divulgado em meados de 2022, apontou que para cada empregado terceirizado há 4,5 CLTs. Entre 2020 e 2021, proporcionalmente falando, a quantidade de funcionários CLT aumentou em relação à contratação de terceiros entre 2020 e 2021. 

Qualificação

No entanto, apesar do cenário otimista e promissor, os Operadores Logísticos ainda encontram algumas dificuldades na hora de contratar novos funcionários. Entre os principais desafios mencionados pelas empresas estão a captação de talentos, profissionais qualificados, capacitação técnica e comportamental, localidade, supervalorização salarial de alguns setores e pouca adesão de público dos grupos de diversidade.

A carência de empregados habilitados também chegou a ser apontada na pesquisa com o perfil do OL, desenvolvida em parceria com o Instituto de Logística ILOS. Na ocasião, 45% dos entrevistados disseram que quase sempre esbarram em obstáculos na contratação de mão de obra especializada. 

“O levantamento feito junto às empresas retrata a importância e a participação do setor de logística no impulsionamento da geração de empregos no País. Cada vez mais as empresas buscam profissionais que atendam às novas demandas do mercado e isso inclui, principalmente, o uso de novas tecnologias. E na maioria dos casos, quando não encontram colaboradores prontos para exercer as funções, oferecem capacitação interna com cursos e treinamentos, que costumam demandar altos investimentos”, destaca a diretora executiva da ABOL, Marcella Cunha.

Estagiários

A contratação de estagiários também faz parte da rotina dos OLs, afirmaram 83,3% das empresas. Apenas em 2022, 66,7% dos operadores admitiram até dez estudantes, enquanto outros 33,3% contrataram entre 10 e 20 graduandos. Ao todo, cerca de 80% das empresas filiadas à ABOL contam com programa de estágio, apontou a sexta edição do Estudo Setorial ABOL encomendado à consultoria organizacional Korn Ferry.

O material aponta que os OLs priorizam estudantes dos cursos de Administração, Economia, Engenharia e Tecnologia da Informação no processo seletivo. Falar inglês é considerado um diferencial. E o estágio pode ser o primeiro passo para uma carreira no setor. O estudo da Korn Ferry mostra que 37% dos estagiários são efetivados ao término do contrato.   O panorama do setor apresentado pela consultoria também traz à tona outra realidade no pós-pandemia, o home office. Quase a totalidade das empresas (92%) implantou políticas de trabalho remoto para a área corporativa. Outras 17% têm políticas para outros departamentos que possam trabalhar de forma remota. Entre as áreas nas quais se faz necessário pelo menos um colaborador trabalhar presencialmente todos os dias, a de tecnologia ficou em primeiro lugar, seguida de Recursos Humanos.