Oscar Gutierrez é VP Latam South da JDA Solution do Brasil (Fone: 11 3549.9813), que oferece soluções de planejamento avançado e otimização para a cadeia de abastecimento, atendendo empresas de manufatura, varejo, distribuidores e Operadores Logísticos. Nesta entrevista especial para a Logweb, Gutierrez, além das tendências e benefícios do armazém do futuro, fala sobre as tecnologias que serão usadas e as que se tornarão obsoletas, os problemas nestes novos armazéns e a função do “homem” nestas novas instalações, entre outros assuntos. Acompanhe.
Logweb: Explique como será o armazém do futuro.
Gutierrez: A internet mudou o hábito de consumo do consumidor final. Este consumidor hoje em dia tem muitas opções, é mais exigente e se habituou a prazos de entrega cada vez mais curtos. Algumas empresas entregam em 1, 2 dias e, em alguns casos, no mesmo dia. Além disso, este novo consumidor tem espectativas de poder trocar e devolver suas compras, sem burocracia e em locais de fácil acesso. Para atender este novo consumidor, as empresas estão tendo que reinventar sua cadeia de abastecimento, fazer entregas em múltiplos locais, permitindo aos clientes comprar na internet para receber em casa, comprar na internet e buscar na loja ou em pontos públicos de entrega, etc. Isto tem pressionado os custos ao longo da cadeia para que as empresas possam melhorar o atendimento a seus clientes. Com isto, verificamos as seguintes tendências para o armazém do futuro: Redesenhos mais frequentes das malhas logísticas; forte mudança no sentido de fazer mais separação de unidades (“picking unitário”), ao invés de manuseio de paletes fechados, com custos adicionais de separação e preparação de pedidos ao cliente final; armazéns desenhados para receber múltiplos fluxos e expedi-los o mais rápido possível, considerando fluxos das fábricas, fornecedores, distribuidores, com muito cross docking e mais composições de cargas (flow throught); armazéns mais próximos dos clientes; armazéns mais adensados para fazer frente aos altos custos do metro quadrado por estarem mais próximos aos centros de consumo; armazéns “Pop Up”, Armazéns móveis e “On-Demand” para fazer frente a demandas sazonais; lojas dos varejistas como parte de cadeia, fazendo funções de entrega, armazenagem, recebimento, cross docking e separando pedidos para entrega ou retirada do cliente final; e maior utilização de tecnologia para aumentar o “thoughput” dos armazéns e reduzir custos.
Logweb: Quais tecnologias serão mais utilizadas nestes armazéns?
Gutierrez: Para iniciar, tecnologias mais sofisticadas para prever a demanda através de data science para analisar a “ big data”, análise preditiva, inteligência artificial e monitoramento em tempo real. Robótica, através do uso de drones e robôs para verificar posições de estoques, fazer entregas e trazer os produtos das posições de estoque para os separadores. Softwares que permitam um rearranjo dinâmico de posições de estoque em função da demanda e o façam de maneira a não interferir no caminho crítico do recebimento de produtos, separação e expedição e, ao mesmo tempo, permitam o balanceamento dinâmico das várias tarefas com o objetivo de atender os níveis de serviço dos clientes finais e dar visibilidade às várias tarefas que estão sendo executadas.
Logweb: Quais tecnologias atuais serão obsoletas nestes novos armazéns?
Gutierrez: Sistemas de WMS com pouca visibilidade, capacidade para realocar produtos em função da demanda futura, assim como pouca flexibilidade para gerenciar paletes, caixas e unidades em função da demanda e fazer o gerenciamento dinâmico de tarefas e de mão de obra (Labor Management System).
Logweb: Quais os benefícios trazidos por estes novos armazéns?
Gutierrez: Maior throughput; maior nível de serviço ao cliente final; maior visibilidade em tempo real e controle dos produtos que entram, saem e são armazenados; e maior visibilidade e produtividade da força de trabalho.
Logweb: E os problemas que poderão surgir com estes novos armazéns?
Gutierrez: Aumento de custos, caso tecnologias e sistemas adequados não sejam utilizados, decisões inadequadas na malha logística e previsão da demanda não sejam empregadas.
Logweb: Como ficará a questão do trabalho do “homem” nestes novos armazéns? O “homem” não será mais necessário nestas novas instalações? Quais as funções que terá?
Gutierrez: Pelo contrário, o homem sempre será peça-chave, mas terá que se adequar às novas tecnologias. Para acesso às novas tecnologias já estão disponíveis treinamentos em 3D, onde a pessoa se vê dentro do armazém, reduzindo o risco e tempo de aprendizado. Por outro lado, sua produtividade será medida e alinhada por sistemas especialistas (Labor Management System).
Logweb: Como ficará a integração fornecedor/consumidor em função das novas tecnologias?
Gutierrez: Ficarão cada vez mais próximos, considerando o fluxo logístico entre o fornecedor e o cliente final e colaborativa em função de ferramentas que permitam maior colaboração e visibilidade ao longo da cadeia de abastecimento.
Logweb: De que forma as novas tecnologias permitirão reduzir os custos logísticos?
Gutierrez: A entrega ao cliente final, em prazos cada vez mais curtos, custa caro, mas com uma melhor precisão no planejamento da demanda, uma estrutura da cadeia de abastecimento preparada para atender estas demandas e ferramentas de otimização que permitam um abastecimento inteligente, estes custos podem ser reduzidos, colocando as empresas na mente do consumidor pela eficiência e serviço, melhorando suas vendas e margem.
Logweb: Com as novas tecnologias, também mudarão as estruturas dos armazéns – tipo sem janelas, sem iluminação, etc.?
Gutierrez: Através da automatização, muitas tarefas podem ser feitas à noite, sem necessidades extremas de ar condicionado e iluminação, como contagens cíclicas de estoque, por exemplo.
Logweb: Estes novos armazéns exigirão investimentos vultosos ou tornarão os armazéns mais baratos?
Gutierrez: Depende do tipo de armazém. Os sazonais terão que ter custos mais competitivos, os the flow throught são mais caros, mas se pagam pelos altos volumes processados e valor agregado gerado.
Logweb: As novas tecnologias tornarão viável o investimento em armazéns próprios?
Gutierrez: Sim, desde que devidamente integrados à nova cadeia de abastecimento otimizada.
JDA, líder nos cinco Quadrantes Mágicos do Gartner
Falando especificamente sobre a JDA Software Group, Gutierrez diz que a inovação não acontece da noite para o dia. “Na JDA, investimos mais de 30 anos nela. É por isso que somos a única empresa do planeta que pode dizer que é líder nos cinco Quadrantes Mágicos do Gartner focados em soluções de cadeia de suprimentos e merchandising. E é por isso que mais de 4.000 dos maiores varejistas, fabricantes, empresas de logística e distribuidores de todo o mundo trabalham com a JDA!”
Ainda segundo o executivo, o JDA Software é o fornecedor líder da cadeia de suprimentos que impulsiona a transformação digital de hoje. “Ajudamos as empresas a otimizar a entrega aos clientes, permitindo-lhes prever e moldar a demanda, entregar de forma mais rápida e inteligente e melhorar a experiência e a fidelidade dos clientes. Nossos clientes globais usam nosso portfólio de soluções de ponta a ponta para unificar e encurtar suas cadeias de suprimentos, aumentar a velocidade de execução e entregar aos seus clientes com rentabilidade.”
Fundada em 1985, a JDA tem sede em Scottsdale, Arizona, Estados Unidos, e mais de 40 localizações em todo o mundo, abrangendo centros de excelência globais em Monterrey, México; Bangalore e Hyderabad, Índia; e Varsóvia, Polônia, contando com 4.300 profissionais.
“Somos líderes de marcado com: mais de 4000 clientes em todo o mundo; mais de 400 patentes concedidas e pendentes; 20 das 25 principais cadeias de abastecimento da Gartner; 73 dos 100 maiores varejistas; 71 das 100 principais empresas de bens de consumo; 13 das 16 principais empresas de logística de terceiros; 4 das 5 melhores empresas de vestuário; top 6 empresas de alimentos e farmácias; todas as 12 empresas de produtos de consumo de alimentos; top 12 varejistas especializados; 4 das 5 melhores empresas farmacêuticas; 5 dos 6 maiores atacadistas de alimentos e mercearias; e 3 das 4 principais empresas de telecomunicações”, explica Gutierrez.
E ele finaliza: “Nossa tecnologia de planejamento e execução de varejo e cadeia de suprimentos, de ponta a ponta, é projetada para abordar as complexidades do mercado mundial, conduzido pelo consumidor. Do planejamento para a entrega, essas soluções baseadas em nuvem podem ajudar a empresa a reduzir custos, aumentar a lucratividade e melhorar a colaboração para que se possa cumprir com as promessas de clientes sempre”, completa Gutierrez.