Guilherme Ramalho, assessor da Casa Civil do governo federal, fez uma explanação geral dos investimentos do PAC em infraestrutura no Brasil, no dia 7/6, na abertura da XV Conferência Nacional de Logística, em São Paulo. Segundo ele, o governo já entregou 82% das obras multimodais para desafogar o gargalo logístico do País, porém, há uma limitação de recursos. Este ano, apenas 0,9% do PIB será destinado para a reestruturação dos transportes rodoviários, ferroviários, aéreo, hidroviário ou portuário.
A apresentação, no entanto, não agradou aos empresários, do setor de logística, presentes na conferência, promovida pela ASLOG. Para Carlos Perobelli (foto), diretor de operações da 5A Consultoria, especialista em gestão de operadores logísticos, “o que o governo federal apresentou está muito distante da realidade”.
De acordo com Perobelli, a velocidade da implantação dos projetos do PAC é incompatível com a necessidade de implementação das ações. “Gostaríamos de ter ouvido simplesmente quais são os desafios do setor, quais as soluções e as prioridades, o total em milhões de reais previsto para os investimentos e o cronograma dos projetos. Precisaríamos de uma estratégia e um prazo mais realista e integrado”, reclama Perobelli.
Segundo o gestor da 5A, o ideal seria investir em todos os modais simultaneamente, “mas sabemos que isto é impossível em curto prazo. Então, o governo poderia agir em duas frentes de trabalho: a primeira, no transporte fluvial e portuário como forma de escoar a produção e incentivar a importação e a exportação”, acredita. “A segunda etapa de investimentos inicialmente estaria relacionada às rodovias, para garantir a distribuição mais rápida dos produtos internos, e, em longo prazo, na construção e expansão das redes ferroviárias com vocação ao apoio da cadeia produtiva. Uma política clara poderia, inclusive, trazer investimentos da iniciativa privada”, explica.
“Pelo visto, o governo Dilma ainda não aprendeu a ouvir o clamor do empresariado nacional e continua fazendo tentativas incipientes para solucionar os históricos gargalos logísticos, que impedem o Brasil de crescer e se desenvolver, na escala que se espera de uma 7º economia mundial”, conclui Perobelli.
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