Treze pessoas foram presas e 80 carretas de produtos foram apreendidas na Operação Negócio da China, da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, nesta terça-feira (25), no Rio e no Espírito Santo. Segundo a polícia, estima-se que o grupo, responsável pela rede de varejo Casa e Vídeo, teria sonegado cerca de R$ 100 milhões em impostos só nos últimos dois anos.
Ainda de acordo com a PF, oito carros blindados foram apreendidos e uma pessoa continua foragida. Os presos serão indiciados por sonegação fiscal, evasão de divisas, descaminho, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Paraísos fiscais
As investigações começaram há dois anos e, segundo a Receita Federal, a maior dificuldade foi encontrar os sócios responsáveis. Segundo a PF, a Casa e Vídeo pertence a várias empresas, e os imóveis utilizados pela rede são alugados em nomes de outros grupos comerciais.
Segundo a PF são mais de 50 empresas envolvidas, algumas delas com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fiscal. A polícia ainda não sabe ainda quantas delas são fantasmas e quantas realmente existem, mas afirma que em todas elas se chega ao mesmo grupo.
O esquema
De acordo com a Receita, a Casa e Vídeo não tem habilitação para importar mercadorias, e, por isso, "contratava" outras empresas para importar produtos subvalorizados da China. No esquema, um mesmo grupo fazia encomendas diretamente no produtor, importava, revendia e tornava a enviar o dinheiro para fora do país.
“A diferença de pagamento era feita à margem do declarado. Essa falsidade do valor já prevê apreensão da mercadoria. Usava-se varias empresas importadoras pra não configurar importação e não pagar IPI”, explica a superintendente da Receita Eliana Pólo Pereira.
Segundo Eliana, essas importadoras eram do mesmo grupo e tinham como cliente único a Casa e Vídeo. Ela afirma ainda que o grupo possui uma dívida de R$ 40 milhões com a previdência social.
“A origem do dinheiro ainda está sendo investigada, mas pelo tipo de esquema, com dificuldade de identificação dos sócios e blindagem de patrimônio, é ilícito”, completou o superintendente da PF Waldinho Jacinto Caetano.
Fonte: Diário do Comércio – www.dcomercio.com.br
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