A Polícia Federal concluiu a avaliação sobre a segurança do Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e propôs a instalação de "radares inteligentes" que permitam a leitura das placas dos veículos para identificar irregularidades e, com isso, evitar crimes na área do aeródromo. A medida está entre as orientações feitas pelo delegado Hermógenes de Freitas Leitão Neto à concessionária gestora, por causa do roubo de R$ 11 milhões no terminal de cargas, em fevereiro. O grupo que participou do crime não foi localizado.
"É importante a utilização destes radares com tecnologia OCR [reconhecimento óptico de caracteres] nas entradas e saídas do aeroporto, uma vez que a leitura das placas irá mostrar se o veículo foi furtado ou roubado", explicou o delegado. Embora as investigações sobre o caso sejam mantidas em sigilo pela PF, Leitão Neto mencionou acreditar que o roubo foi facilitado por alguém com dados sobre o funcionamento do terminal de cargas.
Melhorias e atualização
A PF também recomendou à concessionária gestora de Viracopos outras melhorias na segurança realizada no perímetro da área operacional do aeroporto, incluindo a ampliação de pontos iluminados e atualização das cercas e grades. "Elas podem ser atualizadas, por meio da colocação de sensoriamento remoto. É preciso também reconhecer o atual momento do aeroporto, já que a ampliação também resultou em mais pontos para vigiar", explicou.
Leitão Neto, entretanto, defendeu por outro lado sucesso em trabalhos das polícias Civil e Federal no combate às quadrilhas que atuam no tráfico de drogas e usavam o aeroporto como rota. Segundo estatísticas da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), não houve casos em 2014.
Os furtos de veículos no aeroporto, segundo o governo, diminuíram 33% no ano passado, em relação a 2013. No total foram 20 casos em 2014, contra 30 no ano anterior. Sobre os roubos de veículos, foram registradas duas ocorrências em 2014 – mesmo número do ano anterior.
Roubo milionário
A carga roubada no terminal de Viracopos, proveniente de Cingapura, estava há uma semana no local e iria para a empresa Flextronics, em Jaguariúna (SP). "A forma de atuação é muito próxima com a quadrilha do roubo da Samsung, porque os ladrões foram muito precisos, direto no local", afirmou à época o delegado da PF em referência ao assalto de R$ 80 milhões ocorrido em julho de 2014, às margens da Rodovia Dom Pedro I (SP-065).
De acordo com o delegado, os criminosos usaram ao menos quatro armas longas, que seriam fuzis e metralhadoras, e ocupavam dois veículo, modelos Jeta e Audi A3, ambos pretos. A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, responsável pelo terminal aéreo de Campinas, informou que foram levadas quatro caixas, com peso de 70 kg.
Empresas respondem
A concessionária gestora do aeródromo informou, em nota, que as recomendações feitas pela PF estão em estudo e Viracopos realizou uma série de ações para aumentar a segurança no terminal de cargas. "Entre as medidas adotadas estão o trancamento de todos os portões a partir das 21h com correntes e cadeados, a instalação de uma nova cancela e a revisão de todos os botões de pânico. Além disso, Viracopos vai afastar as guaritas de segurança dos portões", informou a assessoria ao alegar que, na ára interna do terminal, são trancados todos os portões de acesso ao trânsito após expediente administrativo", diz texto.
Segundo a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, o aeródromo tem 672 câmeras de segurança e 79 postos de vigilância dentro do sítio, incluindo terminais de cargas e passageiros, além de vias internas, áreas de ampliação e estacionamento. "É importante ressaltar que as ações de segurança do aeroporto são integradas com as forças policiais presentes. A Polícia Militar possui uma base na entrada do aeroporto e um posto dentro do saguão. As polícias Civil e Federal têm delegacias dentro do terminal de passageiros."
À época do roubo, a assessoria da Flextronics informou que colaborava com as autoridades.
(Fonte: G1)
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