Porto de Santos contrata universidade para pesquisar impacto do aprofundamento de canal

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) assinou hoje, 21 de dezembro,  contrato com a Universidade de São Paulo (USP) para a realização de estudos em vista do aprofundamento do canal de navegação do Porto de Santos para 17 metros, visando adequá-lo para receber navios de maior porte sem que haja transtornos à região. A avaliação da capacidade da atual configuração do canal de acesso, o estudo do comportamento do canal com 15 metros de profundidade, a possibilidade geométrica para navegação de embarcações com 360 e 400 metros de comprimento, bem como quais as obras de proteção necessárias para evitar processos erosivos e deposição de sedimentos, objetivando otimizar o volume de sedimentos a serem dragados e as investigações das restrições que devem ser superadas para uma profundidade de 17 metros, bem como a capacidade máxima do canal em termos de atracações são os principais tópicos a serem abordados no estudo.

Durante a assinatura do contrato, o diretor-presidente da Codesp, Alex Oliva, anunciou que o Porto de Santos vai ganhar um laboratório de centro de pesquisas, com laboratório, a ser construído em uma oficina desativada da Companhia Docas. “Dentro desta negociação com a USP foi acordado que um modelo reduzido do estuário de Santos será construído em uma de nossas oficinas”, declarou o presidente. Segundo Alex Oliva, o laboratório estará à disposição da cidade de Santos como um centro permanente de pesquisa. “Os cientistas poderão realizar experiências em escala reduzida neste modelo físico. Esta estrutura estará muito próxima do porto, permitindo uma interação entre o modelo reduzido e a realidade”, explica. “Faremos convênios com todas as outras universidades da Baixada Santista, para que haja aqui um grande laboratório, embrião de um centro de pesquisa para o Porto de Santos e para a região.”

O pró-reitor da USP, José Eduardo Krieger, afirmou que o objetivo da universidade é contribuir com base científica. “É um assunto muito complexo que incide em questões fundamentais para a logística da região”. A entidade fará, com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), ligado a Secretaria de Portos da Presidência da República, a pesquisa para avaliação da capacidade da atual configuração do canal de acesso, a capacidade máxima do canal em termos de atracações e quais as obras de proteção necessárias e restrições que devem ser superadas para uma profundidade de 17 metros.

Os estudos envolverão recursos da ordem de R$ 10 milhões para avaliar, inclusive, os efeitos da dragagem nas praias. “Com este acordo de cooperação, nós vamos poder dar respostas aos nossos questionamentos. Alguns acham que o porto é o único responsável pelo assoreamento da Ponta da Praia. Isso não é verdade, mas o que vai dar resposta com muito mais embasamento é o estudo que vai ser feito”, afirmou Alex Oliva. Ele explicou que a Codesp tem 45 dias para apresentar um primeiro relatório ao Ministério Público (MP). “Dentro do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o MP, nós temos um acordo em duas etapas. A primeira era contratar o estudo. Acabamos de fazê-lo. A segunda é entregar o relatório que ainda não será conclusivo, mas que já vai trazer luz ao problema do assoreamento na Ponta da Praia”.

Além do diretor-presidente da Codesp e demais diretores da empresa, participaram do evento representantes da Universidade, o secretário municipal de Assuntos Marítimos e Portuários de Santos, Eduardo Lopes, e o capitão dos Portos de São Paulo, Ricardo Fernandes Gomes.