O Porto do Itaqui sediou, na última terça-feira (10), o workshop Ship to Ship na Operação de Granel Líquido, em realização conjunta da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), Marinha do Brasil e Petrobras. O presidente do Itaqui, Ted Lago, e o capitão dos Portos do Maranhão, capitão de Mar e Guerra Marcio Ramalho Dutra e Mello, participaram do evento, que reuniu o capitão de corveta, Péricles Arraes; o capitão de Mar e Guerra, Sergio Costa Moura, da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil; o gerente de Implantação de Novas Operações da Petrobras, Geraldo José Ferreira, a equipe de Operação da EMAP e outros profissionais o setor.
Esse tipo de operação, que consiste na transferência de carga líquida entre navios amarrados, um ao lado do outro, já vem sendo estudada pela equipe técnica do Porto do Itaqui, que esteve em São Paulo, acompanhando pesquisas no Tanque de Provas Numérico (TPN) da Escola Politécnica (Poli) da USP.
“A ideia agora é ter um debate aprofundado sobre a viabilidade do ship to ship no Porto do Itaqui para que possamos reunir todas as condições necessárias. Hoje fazemos o transbordo de combustíveis de navios atracados (entre berços). Com essa modalidade poderemos ter os chamados ‘berços virtuais’, aumentando nossa capacidade de movimentação de granéis líquidos”, afirma o presidente do porto público do Maranhão, Ted Lago.
O evento foi iniciado com uma apresentação do comandante Péricles Arraes, que ofereceu uma visão geral de como são realizadas essas operações pelo mundo e, especificamente, no Brasil, quais as regulamentações e as diretrizes da indústria. “A operação ship to ship é um tipo de operação entre navios que pode acontecer tanto em mar aberto (underway) quanto em áreas portuárias, com navios atracados (double banking). É um instrumento de facilitação, de impulso das operações portuárias, um incremento que agiliza a operação portuária e vem sendo utilizado no mundo todo”, afirmou.
Para o gerente de Operação e Manutenção do Terminal da Transpetro no Porto do Itaqui, Eduardo Rocha Bastos, o encontro foi uma oportunidade de fomentar discussões em relação à ampliação das operações de transbordo do Porto do Itaqui usando o ship to ship. “Esse evento é importante porque vem apresentar uma solução que já vêm sendo utilizada pela empresa em outros locais para compartilhar e tentar viabilizar esse tipo de operação por aqui”, disse.
As operações ship to ship crescem a cada ano no Brasil, ao ponto de o país ter saído do patamar de busca de autossuficiência para exportador de petróleo. Para que o país se consolide nesse perfil de exportador, no entanto, é necessário uma revisão regulatória que possa atender às dinâmicas da indústria da navegação marítima relacionada à movimentação do petróleo e seus derivados.