O complexo portuário de Itajaí ficará sem operações por, no mínimo, mais 21 dias. A afirmação foi do secretário especial de Portos, Pedro Brito, em visita ao Porto Municipal e terminais privativos instalados na foz do Rio Itajaí-Açu na tarde de hoje, 02. De posse dos estudos técnicos feitos pelos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviária (INPH) e com os resultados de batimetria realizada no canal de acesso e bacia de evolução de Itajaí, Brito afirma que o calado está comprometido, o que impede sua navegabilidade.
“Os estudos comprovam que nosso canal está com o calado de 22 metros em alguns pontos e de oito a seis metros em outros, o que quer dizer que, mesmo com o Porto de Navegantes em condições de operar e o Porto de Itajaí com parte de sua estrutura intacta, os navios não podem chegar até o cais”, disse Brito. Motivo pelo qual foi iniciado nesta semana um processo simplificado de contratação de uma dragagem emergencial, que será custeada por recursos da União.
A dragagem completa, segundo o secretário, terá a duração de 90 dias, contados a partir de segunda-feira. “Mas as operações do berço não atingido e do berço zero, que está sendo construído pelo Teconvi e em fase final de construção, e do Porto de Navegantes, poderão ser retomadas no prazo de 20 a 30 dias do início dos serviços”, afirma.
Reconstrução
Paralelo a dragagem, serão iniciadas, também na próxima semana, as obras de reconstrução dos berços atingidos pela enchente. As obras serão concluídas no prazo mínimo de seis meses, período em que o Porto de Itajaí vai operar com a metade de sua capacidade. Três dos quatro berços público do porto de Itajaí (os de número 1, 2 e 3) desmoronaram pela força das águas. Trechos do cais foram destruídos e o Armazém terá que ser demolido. O berço 4 não foi danificado. Sem operar, o porto deixa de movimentar diariamente US$ 33,5 milhões. Prejuízo que tende a ultrapassar a marca de US$ 1,2 bilhão até que as operações sejam retomadas parcialmente.
“O Complexo Portuário do Itajaí-Açu movimenta mensalmente mercadorias de todo o País. Somos o segundo porto no Brasil em movimentação de contêineres. A tragédia, além de atingir toda a população da região, ainda tem reflexos comerciais na economia brasileira”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, Arnaldo Schmitt Júnior.
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, as avarias no complexo portuário de Itajaí também impactaram no adiamento das metas de exportação do País para 2009.
Recursos
A União disponibilizou R$ 1,6 bilhão para ser investido na recuperação dos estragos causados pelas cheias no Brasil. Desse montante, 90% será destinado a SC e R$ 350 milhões para o complexo portuário de Itajaí. Brito acredita que os recursos serão suficientes para todos os reparos necessários, mas afirmou que, caso haja necessidade de mais recursos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu em suplementar.
Fonte: Revista Portuária
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