Portos privados tiveram crescimento de 52% nos últimos 10 anos

Há mais de uma década que 65% de toda a carga transportada pelos portos brasileiros passa pelos terminais de uso privado (TUPs). Os TUPs apresentaram crescimento de 9,3% em 2017 comparado ao ano anterior. Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (15/2) em evento da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que divulgou as estatísticas do setor aquaviário de 2017.

Para o diretor-presidente da Associação de Terminais Privados (ATP), Murillo Barbosa, os dados reforçam a alta capacidade de operação dos TUPs e as projeções de aumento no investimento e expansão do setor. A convite da Antaq, a ATP fez destaques em relação à movimentação de contêineres, como em Chibatão (AM) e Porto Itapoá (SC), que, em curto prazo, têm previsão de investimentos em equipamentos e modernização da infraestrutura para aumentar a área de armazenagem e expansão do cais. Já no médio prazo, o TUP Porto do Pontal pretende iniciar suas obras no segundo semestre deste ano.

“As soluções logísticas para o País passam pelos terminais de uso privado, que são a nova tendência no cenário portuário com a construção de grandes complexos a exemplo do Porto do Açu”, afirmou o presidente da ATP. Ele destacou que o desafio do setor é a melhoria na infraestrutura terrestre e aquaviária do País.

Entre as principais mercadorias transportadas, o minério de ferro é o carro-chefe das exportações, com participação de 58%, seguido pela soja (10%), contêineres (7%), milho, açúcar, petróleo e derivados- que responderam pelo crescimento de 4%. O principal destino das exportações é a China, seguido pela Holanda e Malásia-que são entrepostos comerciais de distribuição para outras regiões. Em quarto lugar está o Japão e logo após os Estados Unidos.

Apenas na exportação de minério de ferro, 88% da carga enviada a outros países, o equivalente a 349 milhões de toneladas, passa pelos portos privados. Somente 12% são exportados via portos públicos, o que corresponde a 46 milhões de toneladas.

O diretor-geral da Antaq, Adalberto Tokarski, garantiu que o objetivo do órgão é “visualizar o que precisa ser melhorado na gestão portuária, tirar a burocracia e dar agilidade ao setor”. Em sua apresentação, ele destacou o crescimento de 511% na movimentação de cargas do TUP Hidrovias do Brasil Vila do Conde, que movimentou cerca de 4,7 milhões de toneladas em 2017, tendo a soja e o milho como principais mercadorias.

Também ressaltou o crescimento de 164% na movimentação de cargas do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), da operadora logística VLI, que transporta mercadorias como fertilizantes, soja, milho, açúcar e de 50% no Porto Sudeste do Brasil, que exporta minério de ferro.