Prorrogação do IPI é positiva, porém insuficiente, diz varejo

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e o Serviço de Proteção ao Crédito (CNDL/SPC) classificam como positivo o prolongamento do período de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros e eletrodomésticos. No entanto, reafirma posicionamento de que o benefício é pontual e beneficia setores específicos da economia brasileira, não sendo capaz de produzir efeito na economia brasileira como um todo.
 
Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Jr, o crescimento exclusivo nos setores de automóveis e de móveis e eletrodomésticos causa retração em outros segmentos econômicos por conta de uma lógica mercadológica: é natural que os produtos disponibilizados pelo mercado concorram entre si. “O consumidor que compromete a renda na compra de um carro certamente deixa de consumir outras mercadorias”, explica Pellizzaro Jr.
 
Dados sobre o crescimento do varejo brasileiro divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 16 apontam crescimentos retraídos nas atividades de vestuário e de supermercados, por exemplo, de apenas 0,4% e 0,7%, respectivamente, na relação entre maio e junho deste ano. Por outro lado, nota-se um crescimento expressivo nos setores de veículos e motos (16,4%) e de móveis e eletrodomésticos (5,3%), ambos beneficiados pelo IPI, em vigor desde maio deste ano.

A CNDL acredita que as autoridades da área econômica devem propor medidas mais amplas, que atinjam e aqueçam a economia brasileira de forma mais ampla e homogênea. “Não podemos beneficiar única e exclusivamente determinadas atividades em detrimento de outras. Neste momento, o governo precisa propor medidas de desoneração tributária e de expansão do crédito para toda economia”, pondera Pellizzaro Jr.