Rastreabilidade ajuda a turbinar logística reversa

A Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil e o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) uniram esforços para aperfeiçoar os processos de destinação de embalagens pós-consumo de defensivos agrícolas para proteger o meio ambiente.

O objetivo das duas entidades sem fins lucrativos é rastrear, em tempo real e com máxima precisão, todos os fardos de embalagens recebidos pelo instituto no território nacional. Para isso, foram escolhidos os padrões de identificação globais GS1 SGTIN e GS1 DataMatrix.

Além de oferecer os padrões de identificação que incluem o código de barras de imagem em duas dimensões (GS1 Datamatrix), a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil fornece ao projeto sua experiência em processos de rastreabilidade, com o objetivo principal de aperfeiçoar o Sistema Campo Limpo (programa de destinação de embalagens vazias e sobras pós-consumo de defensivos agrícolas), implantado em 2002, que tem o inpEV como entidade gestora. O sistema já recebeu e deu destino correto a mais de 600 mil toneladas de embalagens de defensivos agrícolas até hoje.

Esse ecossistema envolve 112 indústrias produtoras de defensivos agrícolas, mais de 1,8 milhão de produtores rurais e 4,5 mil canais de distribuição; além da estrutura do inpEV com 304 postos e 107 centrais de recebimento, e realização de recebimentos itinerantes para se e aproximar de pequenos agricultores que estão distantes das unidades fixas.

“Anteriormente, fazíamos o registro manual do material recolhido no campo para colocar nos sistemas; agora, a leitura dos códigos no padrão global da GS1 vai fazer o registro quando a carga é recolhida às nossas centrais de recebimento”, explica Mario Fujii, engenheiro agrônomo e gerente de logística do inpEV. Fujii enfatiza a importância da automação com a afirmação de que o inpEV atingiu a abrangência e a responsabilidade de dar destino adequado a 94% das embalagens plásticas primárias comercializadas no Brasil, evitando que sejam descartadas no meio ambiente.

Benefícios da inovação em economia circular

1. Processo escalável – Com a implementação do padrão global de rastreabilidade da GS1, o Sistema Campo Limpo passará a ter todas as centrais de coleta e recicladoras no País padronizadas, com gerenciamento online que proporcionará excelência em todo o processo de inventário. Com a definição da estrutura e responsabilidade do processo, ganha-se agilidade e tempo, sendo perfeitamente escalável para novas centrais.

2. Automação – Com a eficiência na automação de alta tecnologia no processo de coleta e reciclagem, o Sistema Campo Limpo passa a ter um processo monitorado, tornando-se um case de sucesso global do agronegócio ao contar com o que há de mais moderno em rastreabilidade dos padrões GS1.

3. Estratégia – Com a tecnologia orientada a dados com 100% de confiabilidade, todas as informações são consolidadas em tempo real, agilizando a tomada rápida a tomada de decisões no Sistema Campo Limpo.

4. Pessoas e recursos – Com a eliminação do processo manual e de trabalho operacional, sujeito a erros, os times do Sistema Campo Limpo agora passam a dedicar ainda mais tempo para atividades mais estratégicas do sistema.

5. Sustentabilidade – As melhores práticas no manejo e destino das embalagens de defensivos agrícolas protegem o meio ambiente e os trabalhadores das consequências do descarte. Além disso, a aplicação correta do descarte atende a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

6. Rastreabilidade no Sistema Campo Limpo – Pioneirismo do projeto em aplicar os padrões GS1 promove a rastreabilidade de todas as embalagens na cadeia deste setor, o que vai aumentar a eficiência já comprovada do sistema e ampliar os resultados positivos para a sociedade.

7. Impacto na sociedade – Além dos benefícios a quem manuseia as embalagens e a todo o setor do agronegócio, o projeto causa impacto em todos os setores ao promover economia circular. Este projeto também poderá se estender a qualquer outro setor da economia.

Fontes: INPEV E GS1 BRASIL