Redução na oferta de contêineres vazios desafia mercado exportador

Com a redução no volume de importações no Brasil, em meio à pandemia e seus impactos sobre a economia global, os exportadores do país têm um desafio extra a ser vencido: a redução na oferta de contêineres vazios. O problema pode impactar nas exportações brasileiras, que atualmente estão em alta.

O aumento do volume das vendas externas em velocidade muito maior do que as importações provocou um desequilíbrio no fluxo dos contêineres para o Brasil. Com isso, os navios trazem menos equipamentos do que seria necessário para atender a demanda.

Felipe Schmidt, assistente de operações da Allog – que opera nos segmentos de logística internacional nos modais marítimo, aéreo, terrestre, seguro, carga projeto e ro-ro, desembaraço aduaneiro, carga líquida e logística integrada –, explica que as companhias marítimas vêm enfrentando limitações logísticas, já que parte dos contêineres que foram enviados à China ficou com cargas paralisadas no país asiático em fevereiro e ainda não retornaram ao Brasil. A expectativa é de que a situação comece a mudar a partir deste mês, já que os armadores acabam de fazer fretamento de um navio de contêineres vazios para equilibrar a oferta e a procura.

Efeito cascata

A paralisação de cargas nos portos chineses, definida pelo governo daquele país, foi uma medida de contenção de transmissão do novo coronavírus. “Em três semanas de paralisação das atividades portuárias, no inicio do ano, já se registrava uma queda significativa”, pontua Schmidt. Por consequência, operações em todo o mundo sofreram impactos, com reflexos na distribuição local dos produtos importados e um efeito cascata também no Brasil.

Para suprir a deficiência, armadores estão preenchendo espaços ociosos nas embarcações com contêineres vazios. Quem precisa deles, pode enfrentar filas e deixar a carga no chão por mais tempo do que o desejado. Em último caso, até deixar de exportar.

Estratégias

Para driblar a falta de contêineres neste momento e priorizar bookings do mercado, a Allog tem alimentado um alinhamento contínuo com os armadores para entender como está funcionando o controle de estoque e liberações diárias. A estratégia é um acompanhamento bastante próximo ao armador. “A meta é oferecer a melhor solução para as empresas. Trabalhamos com parcerias fortes com todos os armadores e, dessa forma, nossos bookings ganham prioridade para liberações”, observa Schmidt.

Com um incremento a mais da prontidão de carga, a Allog também vem buscando eliminar toda carga que possa não ser cumprida dentro dos prazos estabelecidos pelos armadores. “Desta forma, conseguimos eliminar junto ao armador tudo que estiver em excesso, causando um possível erro de cálculo, tanto para espaços nos navios quanto na reposição dos contêineres”, finaliza o assistente de operações da Allog.

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