Rev. Transmissão de Força: MVC desenvolve tecnologia para a indústria automotiva

Priscilla Cardoso

 

A MVC (Fone: 41 2141.3200) lançou uma nova linha de peças desenvolvidas através de materiais plásticos de engenharia e compósitos. Através da tecnologia RTM-S (Resin Transfer Molding Surface), a empresa criou portas de caminhão-frigorífico, capôs de motor para ônibus e teto externo para caminhões. Já com a tecnologia VFC Light (Vacuum Forming com Compressão) desenvolveu revestimentos internos de colheitadeiras e veículos como, por exemplo, o teto do modelo TR-4 da Mitsubishi e do modelo Jimny da Suzuki.

“Trabalhamos no desenvolvimento desses componentes plásticos para a indústria automotiva há 17 anos. Decidimos investir nesse tipo de segmento pela possibilidade de inovação constante, a demanda, o potencial e pelo alto nível de tecnologia”, diz Gilmar Lima, diretor geral da MVC.

O VFC Light é uma tecnologia que utiliza polímeros termoplásticos reforçados com fibra de vidro longa utilizado em um processo misto de vácuo e compressão. O SuperLite, produto obtido pelo processo VFC Light, é um polímero reforçado com fibras de vidro longas ligadas entre si por partículas de resina termoplástica.

Já a RTM-S utiliza polímeros termoplásticos e termofixos juntos, reforçados com fibra de vidro. Segundo Lima, o material utilizado no VFC Light já existe no mundo, mas o processo de fabricação realizado pela MVC é inédito. E no caso do RTM-S, a novidade é exclusiva da empresa.

“Essas tecnologias foram desenvolvidas dentro da empresa, mas com apoio de um centro de tecnologia francês, o PPE – Polê de Plasturgie de L’est. Hoje podemos fazer praticamente um veiculo completo com plásticos de engenharia. A questão em alguns componentes, como, por exemplo, o chassi, é a competitividade”, afirma o diretor geral da MVC.

Entre as principais vantagens desses componentes estão, segundo Lima, a velocidade de implementação, a flexibilidade de design e projeto, a durabilidade, redução de peso, desempenho, sustentabilidade e baixo investimento. A redução de custos também seria outra vantagem com relação aos componentes convencionais.

“A avaliação de custo sempre tem de ser focada no custo total, considerando, inclusive, o investimento e a redução de etapas nos processos. Levando em consideração esse conceito do custo, podemos chegar a reduções que variam de 6% a 12%. No Brasil, principalmente em relação a veículos, ainda não temos o conceito do custo da utilização e em longo prazo, mas isto está mudando”, explica Lima.


Investimentos

O lançamento oficial da nova linha está previsto para este mês de fevereiro, e o foco da empresa é no mercado nacional. Com projetos em implantação e outros em negociação, a MVC esperar manter o crescimento que tem obtido todas as vezes que lança um novo produto.

“Ainda é cedo para fazermos esta projeção. O foco agora é na consolidação da tecnologia e na aceitação por parte dos principais clientes e mercado. Entretanto, a MVC cresce uma media de 30% em novos produtos e processo ao ano”, comenta Lima.

Anualmente, a empresa investe uma média de R$ 2 milhões em novos produtos. Nos próximos meses, estará lançando o TR-Lite, que consiste em um piso que utiliza material 100% reciclado de compósitos termofixos reforçados com fibra de vidro.

“Nosso foco é para piso de ônibus, vans e implementos rodoviários. O produto terá um preço competitivo com os pisos atuais de madeira, porém, será mais leve e com maior durabilidade”, explica Lima.

Com um crescimento de 26% em 2012, as expectativas dentro da MVC para 2013 são positivas. “Projetamos um crescimento de 30% este ano, mas a preocupação e o desafio na manutenção, melhora da competitividade e rentabilidade permanece”, conclui ele.