Rumo ALL diz que vai investir R$ 4,7 bilhões no Paraná

A concessionária Rumo ALL vai investir R$ 4,7 bilhões em ferrovias no Paraná, R$ 1,5 bilhão em manutenção da malha, em 18 meses, e R$ 3,2 bilhões, em expansão, em cinco anos. Na última quinta-feira, o presidente da empresa, Julio Fontana, participou de reunião em Curitiba com o governador Beto Richa (PSDB) e representantes de 16 entidades para apresentar os projetos.

A reportagem pediu entrevista na Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra), mas a assessoria afirmou que o governo não tinha nada mais a declarar além do que foi divulgado por meio de nota à imprensa. Segundo a nota, o presidente da Rumo ALL afirmou que a companhia vem acelerando investimentos de curto e médio prazos com o objetivo de melhorar as condições da malha ferroviária do Estado, que se deteriorou nos últimos anos.

Um dos objetivos dos investimentos seria ampliar a participação da ferrovia no transporte de grãos até Paranaguá. “Temos muitos desafios, como superar uma malha malcuidada e terminais pulverizados, com locomotivas e vagões antigos e as restrições de acesso ferroviário pela Serra do Mar até Paranaguá”, disse ele, segundo a nota do governo do Estado.

Avaliação

Em entrevista para a Folha, o presidente da Federação das Associações Comerciais do Paraná (Faciap), Guido Bresolin Júnior, disse que saiu da reunião com a sensação de que as condições para o transporte ferroviário no Paraná vão melhorar. “Sentimos que há um ambiente propício para o diálogo da concessionária com o governo e a sociedade. E que haverá melhorias nas ferrovias.”

O superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa, também ficou animado. “Quando essa empresa assumiu, a situação da malha estava muito comprometida. Não havia manutenção necessária e os vagões estavam em péssimo estado”, afirma. Ele se refere à fusão da antiga ALL com a Rumo, braço logístico do grupo Cosan, que teve início em fevereiro de 2014 e foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) um ano depois.

Para Costa, os investimentos são “extremamente importantes” para a redução do custo logístico do Paraná. Ele espera que, nos próximos anos, haja um aumento significativo no escoamento de grãos pelo Porto de Paranaguá, por meio da ferrovia. “Hoje, apenas 20% da produção chega no porto de trem”, alega.

A reportagem também pediu entrevista na ALL Rumo. Mas a assessoria diz que os executivos estavam em viagem e não poderiam atender. A Folha solicitou à empresa que detalhasse os investimentos que serão feitos. E também perguntou por que, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a malha sul da ALL carregou menos carga em 2014 do que nos anos anteriores. Segundo a CNT, de 2011 a 2013, foi uma média de 48,5 milhões de toneladas úteis por ano. Já, em 2014, houve um recuo para 46 milhões de toneladas úteis.

Fonte: Bonde News