Em coletiva virtual realizada no dia 15 de outubro último, a Scania anunciou a chegada à marca de 50 caminhões movidos a GNV e/ou biometano vendidos no país, um ano após a abertura do recebimento das encomendas. Trata-se de um fato histórico para o mercado brasileiro, que necessita mudar sua matriz energética para combustíveis mais sustentáveis.
Os 50 caminhões foram comercializados para transportadoras que atendem a embarcadores de diferentes indústrias, desde cosméticos a alimentos. “Os embarcadores que demandam essa alternativa ao diesel têm compromissos públicos com a sustentabilidade e o transportador sai na frente ao oferecer soluções que correspondam a esta expectativa. É aí que entra a parceria com a Scania. Nós estamos liderando esta transformação e apoiamos os clientes com soluções rentáveis que contribuem com a sustentabilidade nos âmbitos econômico, ambiental e social”, disse Roberto Barral, vice-presidente das Operações Comerciais da Scania no Brasil.
A transportadora que adquiriu o maior lote até o momento é a TransMaroni, que comprou 11 caminhões R 410 6×2 a gás. “Vale a pena reforçar que a empresa que comprou o maior volume ainda é a PepsiCo, com 18 unidades do G 340 4×2, que terão rotas por todo o país”, conta Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil.
Do lote de 11 adquirido pela TransMaroni, dois modelos foram entregues e já estão em operação. Um no transporte de carne para a JBS e o outro na entrega de produtos do Centro de Distribuição do Carrefour, em São Paulo, para as lojas do grupo. Quando todos estiverem entregues, outros embarcadores entrarão no sistema mais sustentável, dentre eles a Unilever.
“A Scania é o nosso maior parceiro no transporte. Já entrega um caminhão que consome muito menos combustível e isso, por si só, o torna mais sustentável do que os outros do mercado. Agora, trouxe o modelo a gás, que é ainda mais sustentável. Estamos crendo nesse propósito junto com a marca. Investimos nesta compra porque acreditamos no futuro”, explica Gustavo Maroni, diretor operacional na TransMaroni Transportes.
Já a RN Express, que encomendou o primeiro modelo na abertura das vendas na Fenatran 2019, comprou mais seis desde então. A RN recebeu duas unidades em maio (na entrega pioneira no Brasil) e ao comprovar o desempenho do produto pediu mais cinco unidades, sendo duas também já recebidas. No total, as sete carretas transportarão produtos da L’Oréal, Nestlé e da Nespresso.
Quem também já obteve mais caminhões sustentáveis foi a Jomed LOG. A empresa, que recebeu junto com a RN suas duas primeiras unidades do mercado nacional, em maio, encomendou mais três após registrar os resultados na operação de transferência de itens da L’Oréal.
A L’Oréal inspirou outras duas transportadoras que prestam serviço para a marca francesa de cosméticos, a CCL (acaba de fechar um caminhão a gás – P 340 4×2) e a Coopercarga (SC), com uma unidade do R 410 6×2. A Unilever terá três caminhões mais sustentáveis levando sua carga. As aquisições foram pelas transportadoras Transtassi (dois R 410 6X2) e Carsten (um R 410 6X2). A conta dos 50 caminhões movidos a GNV e/ou biometano fecha com a venda já anunciada de um modelo ao Grupo Charrua (RS), e de outras três que ainda não autorizaram a divulgação do negócio.
Os inéditos caminhões pesados Scania movidos a gás natural veicular (GNV) e/ou biometano são vocacionados para médias e longas distâncias. Seus motores são Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e movidos 100% a gás e biometano, ou mistura de ambos. Os motores não são convertidos do diesel para o gás, têm garantia de fábrica, tecnologia confiável e segura, com desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel. Além de serem 20% mais silenciosos. O caminhão a GNV reduz em até 15% a emissão de CO2, e o biometano, até 90%.
Sobre o abastecimento, Munhoz disse que há mais de 1.500 postos no Brasil que também abastecem com gás, mas precisam se adequar para atender caminhões. “As distribuidoras já estão investindo em compressores de alta vazão para abastecimento mais rápido”, garantiu. Segundo ele, a mudança para operações mais sustentáveis é um trabalho feito em conjunto entre todos os envolvidos.
“Importante ressaltar que a distância de 300 a 400 quilômetros entre os postos já garante o abastecimento, não precisa mais que isso.”