A Scania trabalha com a perspectiva de alta de 10% a 20% na venda de caminhões acima de 16 toneladas em 2019 – faixa que abarca as categorias de semipesados e pesados. Caso a estimativa se concretize, os licenciamentos alcançarão volumes entre 58 mil e 63 mil unidades. O anúncio vai na contramão da Ford, que anunciou, nesta semana, que fechará já neste ano sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP).
Durante evento com jornalistas na fábrica da montadora, no mesmo município, nessa quarta-feira (20), o vice-presidente de operações comerciais, Roberto Barral, revelou que foi pego de surpresa com a decisão da concorrente, mas que isso não altera em nada os planos da Scania. “O momento da Scania no Brasil é excelente. Com a nova geração, temos uma nova fábrica. Temos um plano de investimentos de R$ 2,6 bilhões, iniciado em 2016, e daremos continuidade.”
Desde que a Scania começou a aceitar encomendas da nova geração, a partir do lançamento comercial dos veículos, em outubro no ano passado, a empresa já contabiliza 3.000 pedidos, o que equivale a 35% das vendas da fabricante em 2018. Esse volume, segundo Barral, já é suficiente para ocupar as linhas de montagem até abril ou maio.
O vice-presidente de operações comerciais adianta ainda que as expectativas para 2019 é de registrar um desempenho como o do ano passado. Em 2018, a Scania contabilizou 8.643 caminhões vendidos – uma de alta de 50% na comparação com 2017. A maior parte, 8.028 unidades, foi de pesados (um crescimento de 64% e participação de 23% na categoria), colocando a montadora como a terceira que mais vendeu no segmento, atrás da Mercedes-Benz e da Volvo.
O diretor comercial, Silvio Munhoz, aposta em um cenário econômico mais favorável e no aumento da confiança do transportador para respaldar a estimativa da fabricante. Aliado a isso, Munhoz destaca a projeção de mais um resultado robusto na safra agrícola brasileira. “A renovação e a ampliação de frota estão acontecendo e devem continuar. Já temos observado uma movimentação de compras no varejo e na indústria”, diz o diretor, ressalvando que os próximos meses serão decisivos em relação à consolidação das medidas econômicas por parte do novo governo.
A meta da Scania, comenta Munhoz, é de acompanhar a alta do mercado, mas reconhece o desafio de introduzir a nova geração de caminhões de maneira consistente na realidade dos brasileiros. Ele explica que, para a produção, ainda em fase inicial, a unidade de São Bernardo do Campo (SP) foi inteiramente reformulada, e passa agora por um período natural de adaptação para elevar o ritmo de produção. “Espelho das instalações na Suécia, a fábrica nasce junto com a nova geração, projeto que levou quatro anos e demandou 75 milhões de euros, especialmente para receber os novos produtos”.
Ônibus
A Scania também está confiante de que o desempenho no segmento de ônibus em 2019 será positivo e visa um incremento por volta de 15% nas vendas em comparação a 2018, na faixa acima de 8 toneladas. O gerente de vendas de ônibus, Alan Frizeiro, comenta que os rodoviários, segmento no qual é montadora vice-líder, continuarão aquecidos com previsão de alta de 20% e, nos urbanos, haverá “grandes oportunidades”.