Scania implanta laboratório logístico para reduzir emissões de CO2 e otimizar custos operacionais

Cobertura: Carol Gonçalves

 

No último dia 27 de outubro, a Scania convidou três jornalistas especializados em logística para uma coletiva em sua planta, em São Bernardo do Campo, SP, com o objetivo de mostrar os resultados do SLL – Scania Logistics Lab, um laboratório com foco em testar e colocar em prática as soluções de transporte sustentável da empresa.

Após seguirmos todos os protocolos de segurança em razão da Covid-19, Adolpho Bastos, vice-presidente de Logística da Divisão Latin America, apresentou a história do SLL, que foi criado em 2017, como parte do compromisso global assumido em 2015, de reduzir em 50% a emissão de gás carbônico no fluxo logístico e de transporte terrestre até 2025.

Segundo ele, a sustentabilidade do sistema de transporte não depende somente de operar caminhões. “Trata-se da conectividade, da visualização, da melhoria do consumo de combustível, do constante componente de inovação, do treinamento dos motoristas, ou seja, o SLL nos abriu um mundo de oportunidades de melhorias em toda a cadeia logística, para nós e nossos parceiros”, explicou.

 

Monitoramento

O SLL analisa diariamente as entregas que os fornecedores deverão fazer e, com base nesta informação, calcula a rota ideal para o transporte, além de monitorar em tempo real a carga, o caminhão e o motorista para que o transporte tenha a máxima eficiência energética. “Com o rastreamento, os motoristas podem evitar tráfego em trechos congestionados, além de adequar a sequência de trechos da rota em tempo real. Isso também permite a obtenção de dados acerca do controle de abastecimento, quilometragem percorrida, horas trabalhadas, horas paradas e outras informações relevantes, promovendo a economia de energia e a redução dos custos operacionais”, complementou Bastos.

Mais do que ouvir o executivo, pudemos ver seu funcionamento na prática, através da Transport Control Tower, uma central de controle de operações dos caminhões Scania equipada com televisores conectados aos sistemas de gestão e câmeras que monitoram as docas de recebimento.

Nela, todos os processos são monitorados, com indicadores claros e bem completos de cada operação, com horários estimados de chegada e o acompanhamento dos resultados através do Portal de Transportes da Scania. O processo envolve, ainda, um sistema de confirmação de entrega dos fornecedores e otimização de cargas para melhor ocupação dos caminhões. Todas essas informações permitem uma rápida ação diante de qualquer intercorrência.

 

Números e operações

Até o momento, o SLL atua com uma frota de 28 caminhões, sendo 18 para o transporte de contêineres e 10 siders (dois bi-trens). Quatro deles são movidos a gás natural. Os modelos são R450, G360, P360 (GNC) e G410 (GNC). Desde 2016, os caminhões Scania já vêm equipados com o dispositivo de conectividade C300.

Importante salientar que o monitoramento dos fluxos de transporte envolve veículos de outras marcas, já que eles são operados por parceiros, como JSL, Tegma e Ritmo. A Scania movimenta cerca de 90 caminhões, incluindo 28 da própria marca, que também são operados por seus parceiros.

A operação de transporte ocorre em três fluxos. O de contêineres se dá entre o Centro Logístico da Scania, localizado em Mauá, Grande São Paulo, e o Porto de Santos, litoral de São Paulo. O fluxo de milk run atende os estados de Minas Gerais e São Paulo, além da região Sul, envolvendo a coleta de peças nos fornecedores. Já o fluxo interplantas de peças ocorre entre o Centro Logístico e a planta. Vale ressaltar que esses fluxos trabalham com cargas de retorno e logística reversa de embalagens, quando necessário.

Para o primeiro trimestre de 2021, está programada a mudança de local do Centro Logístico: de Mauá, para São Bernardo do Campo, reduzindo em 25 km a distância para a planta, otimizando ainda mais a operação.

 

Resultados

Comparando os resultados antes e depois da criação do SLL, a Scania obteve:

  • Redução de 30% na emissão de CO2
  • Redução de 20% nos custos operacionais
  • Redução de 40% no consumo de combustível
  • Melhor transparência no relacionamento com os fornecedores, por meio de entrega coordenada e solução de desvios.

 

Em relação ao filling rate, ou seja, à taxa de ocupação dos veículos, os resultados são, até agora:

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“O mundo está atravessando mudanças radicais. As tendências globais de urbanização, preocupação ambiental e tecnologia devem andar juntas para fazer essa mudança”, destacou o VP de Logística da Scania.

Com esse projeto, a empresa também permite que seus parceiros aprimorem suas operações. Por exemplo, em relação aos motoristas, de 2018 para cá, muitos evoluíram de um perfil C ou D para A ou B, ou seja, melhoraram sua dirigibilidade a partir de novas atitudes aprendidas no processo.