No Brasil não existem ainda dados oficiais, exceto as pesquisas informais que a MundoGEO, promotora desde 2015 da feira DroneShow, faz regularmente consultando a oferta do mercado e os dados oficiais divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Importante salientar que muita coisa pode mudar no ritmo de crescimento, tendo em vista alguns fatores, como possíveis flexibilizações na regulamentação, rápido desenvolvimento tecnológico e a imprecisão na definição do retrato da área de prestação de serviços.
A cadeia produtiva do setor é formada pelos drones, a tecnologia embarcada – incluindo uma infinidade de sensores – e as ferramentas de processamento das imagens. Completam esta cadeia os prestadores de serviços, uma parte que hoje vem crescendo muito e se pulverizando.
No Brasil e no restante do mundo já se pode sentir três tendências. Empresas jovens criadas para atuar no setor se multiplicam para atender muitas necessidades, mas nem sempre têm capacidade para atender grandes demandas. Desta forma, existem duas alternativas que vêm se apresentando. Grandes demandantes preferem absorver a tecnologia e montar processos internos para atender suas necessidades, como é o caso de algumas empresas que atuam no setor florestal e na agricultura, mais especificamente no setor de cana-de-açúcar. Outra tendência são empresas já existentes, nos setores de mapeamento, inspeções, assessoria agrícola, entre outras, que estão incorporando a tecnologia dos drones aos produtos ofertados aos seus tradicionais clientes. Voltemos aos números do mercado nacional. Em 2017, a MundoGEO mapeou 720 empresas do setor de drones no Brasil e traçou o primeiro retrato do perfil das empresas e dos mercados que estas estavam buscando.
A tendência verificada nos gráficos acima foi que a maioria das empresas era de prestadoras de serviços e que estas estavam se apresentando para executar várias atividades, demonstrando um foco difuso, pois ela permitia resposta múltipla e pode se perceber isso claramente.
Vamos analisar os dados oficiais do DECEA e da ANAC que constam nas tabelas abaixo. A evolução dos números é impressionante, mas também revela uma grande diferença de drones e pilotos registrados. Ou seja, ainda é grande o número de operadores, quer seja para uso recreacional ou profissional, que não solicita autorização no sistema do DECEA (SARPAS) para operar seu drone.
Infelizmente, na pesquisa que realizamos não foi possível acessar os dados da ANATEL, que com certeza vão apontar uma quantidade ainda maior que a ANAC (SISANT), sem falar naqueles drones que nem registro têm. Caberá também levantar junto às seguradoras a quantidade de seguro obrigatório já existente. Se olharmos os últimos anos, temos certeza que o copo está quase cheio, se bem que este copo não para de crescer… Avançamos muito pelo excelente trabalho da ANAC e do DECEA, que estão atuando na vanguarda mundial do setor de drones. Além disso, os órgãos se segurança estão mais informados sobre o assunto e atuando primeiramente na ponta, orientando e iniciando um trabalho mais ostensivo de fiscalização, que vem permitindo em alguns casos punições fortes sob o ponto de vista penal e financeiro aos operadores responsáveis e coresponsáveis ou contratantes. Em 2019, a expectativa é excelente também para as aplicações de mapeamento. O Ministério da Defesa fez finalmente um movimento, no fim do ano passado, apesar de tímido ainda, e lançou uma portaria flexibilizando suas regras para quem quer usar drones para produção de dados precisos.