Segmento de pneus para empilhadeiras acompanha retração do país, mas caminha para a retomada

A retração do mercado, em razão da crise econômica, gerou grandes desafios para os mais diversos segmentos, inclusive o de pneus para empilhadeiras. Desafios estes que permitiram até um melhor posicionamento das empresas do segmento no mercado.

“Com a menor demanda no mercado industrial, diminuíram os turnos de trabalho, o número de empilhadeiras e, consequentemente, o gasto com pneus”, conta Vinícius Penna, gerente de vendas de pneus para veículos especiais comerciais da Continental Pneus Brasil (Fone: 0800.170061).

Como estratégia para amenizar os efeitos desse momento econômico adverso, a companhia está focando nas necessidades dos dealers e clientes finais. “Apesar da projeção de queda de 46,7% no volume de pneus comercializados em 2016, segundo a Anip – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, nossos resultados foram extremamente positivos”, comemora o profissional.

Penna diz que as empresas e os Operadores Logísticos têm investido constantemente em soluções inteligentes para reduzir custos operacionais. “Não basta apenas se atentar ao valor de aquisição dos pneus. É fundamental considerar os custos relativos à durabilidade, os impactos sobre o consumo de combustível, o tempo de parada das máquinas para as trocas, a remoção prematura dos pneus causados por falhas e os custos dos serviços inerentes a essas trocas”, explica.

Na opinião de Alexandre Stucchi, gerente de marketing para pneus agrícolas da Pirelli (Fone: 0800.7287638), em 2016, o segmento esteve alinhado ao cenário econômico brasileiro verificado ao longo do ano, tendo em vista que o movimento do setor de empilhadeiras depende diretamente da movimentação de cargas e mercadorias. “Não houve, entretanto, um declínio expressivo. O mercado de pneus acompanhou este cenário, por conta da forte atuação no fornecimento de pneus para uso profissional em diferentes setores”, expõe.

Para Marco Augusto, diretor geral da TVH-Dinamica (Fone: 19 3045.4251), 2016 foi melhor que 2015. “Tivemos um aumento de 10% das vendas em pneus não manchantes na região Sudeste do Brasil”, comenta.

Expectativas
Com relação a este ano que se inicia, Stucchi, da Pirelli, não acredita em um crescimento expressivo, mas em uma retomada suave das vendas e movimentação do setor.

A empresa aposta na recuperação do comércio internacional, com um aumento importante do uso de empilhadeiras portuárias. “Alinhado a este cenário, acreditamos que os produtos destinados a este segmento deverão apresentar um crescimento importante durante o ano de 2017 em relação a 2016, contudo ainda abaixo dos volumes de anos anteriores”, aponta.

Também otimista, Augusto, da TVH-Dinamica, diz que a expectativa é promissora, já que a previsão é que o PIB volte a crescer e a economia comece, ainda que lentamente, a girar novamente. De acordo com ele, os setores que se recuperam mais rápido e influenciam no segmento de empilhadeiras são os de bens de consumo, como alimentício, eletroeletrônicos e farmacêutico.

Será um ano desafiador, comenta Penna, da Continental. “Mas estamos fazendo a nossa parte investindo, aumentando e preparando a força de vendas. A meta é seguir expandindo a presença no mercado brasileiro a partir da oferta de novos produtos, do desenvolvimento de novas parcerias comerciais e de ações de vendas direcionadas”, complementa.

Novidades
A Continental iniciou, no ano passado, sua atuação nos mercados de pneus agrícolas, para mineração e underground mining (minas subterrâneas). A linha de comerciais especiais da marca cobre as mais diversas aplicações a partir de quatro diferentes tipos de construção: pneumáticos radiais e diagonais; superelásticos (maciços) e cushions (press-on bands). “O emprego desses modelos leva em consideração o tipo de carga a ser transportada, o ambiente da área de trabalho e o pavimento, além de dados relativos ao equipamento, tais como velocidade, distância a ser percorrida, carga, peso e elevação”, explica Penna.

A empresa também oferece no Brasil pneus OTR (material handling ou harbor) para operações portuárias, pneus agrícolas e algumas medidas de pneus florestais. Sua linha para empilhadeiras é chamada de material handling, composta por superelásticos, radiais, diagonais e cushions.

Por sua vez, a Pirelli tem investido em novas tecnologias voltadas a pneus de uso profissional, que visam melhorar a competitividade das empresas e reduzir o impacto ambiental. Um exemplo é o CI84, para empilhadeiras de pequeno porte, que proporciona mais horas de trabalho. Seu diferencial é ter uma maior camada de borracha na banda de rodagem, além de possuir protetores metálicos que reforçam a estrutura e conferem alta resistência a cortes e perfurações. “O pneu conta com maior estabilidade durante a execução do transporte de cargas, graças à elevada rigidez da estrutura, que minimiza as movimentações laterais. O desenho da banda de rodagem, com grande largura e profundidade, possibilita baixa adesão de sujeira”, conta Stucchi.

Já para as empilhadeiras de grande porte utilizadas em portos e Operadores Logísticos, a empresa dispõe dos produtos RM96, com desenho de banda de rodagem com barras de tração, e do RM98S, com banda de rodagem lisa.

Para 2017, a Pirelli já está trabalhando em uma novidade focando principalmente nas indústrias alimentícias, farmacêuticas e nas demais que exijam elevado grau de limpeza e conforto durante a operação.

No caso da TVH-Dinamica, a companhia iniciou em 2016 um trabalho forte com os locadores, disponibilizando pneus para teste de qualidade nos clientes. “Além disso, começamos as vendas por meio de um portal de vendas online, o que tem sido bem aceito, pois facilita e agiliza consultas de compras”, ressalta Marco.

A empresa oferece pneus da marca própria TotalSource, que possuem taxa extra de borracha natural no composto, que reduz a vibração e o aquecimento no contato com o solo, bem como anéis de aço, assegurando maior durabilidade ao produto. Os pneus maciços da TotalSource possuem vários modelos para diversos tipos de empilhadeiras, mudando apenas as dimensões. Todos são da linha Confort, sem trava.