Segmento de sistemas e equipamentos de armazenagem enxerga oportunidades mesmo com economia instável

Companhias acreditam que, mesmo sem um rumo positivo na economia por enquanto, o segmento está aproveitando chances de negócios impulsionados pela fraca infraestrutura brasileira.

O atual momento econômico complicado que o Brasil atravessa está sendo visto pelas empresas atuantes no segmento de sistemas e equipamentos de armazenagem menos como uma crise e mais como uma oportunidade. Se os rumos econômicos ainda não se mostram positivos, chegou a hora dessas companhias se movimentarem para serem lembradas pelo mercado.

De acordo com Daniel del Campo Álvarez, CEO para a América Latina da SSI Schäfer (Fone: 19 3826.8080), num cenário econômico como o de hoje, as empresas procuram oportunidades para melhorar a eficiência. E isto pode ser feito, por exemplo, revisando os processos para entender se não há formas mais simples de fazer as tarefas, mesmo que isso não necessariamente envolva aportes em equipamentos. “Outro caminho é realizar pequenos investimentos em sistemas convencionais de intralogística, como um simples portapaletes ou um drive-in, que vai permitir ter uma melhor organização e aproveitamento do espaço e, consequentemente, evitará perdas por danos e permitirá uma densidade maior de armazenagem”, explica.

Para empresas que já estejam equipadas com este tipo de sistemas, outros produtos podem fazer a diferença, evitando investimentos maiores em propriedades e construções de novos galpões. “No caso, um sistema de portapaletes deslizante, sempre que o giro da mercadoria permitir, pode fornecer o dobro de capacidade de armazenagem na mesma metragem de superfície que um portapaletes convencional, sem engessar a seletividade, como no caso de um drive in”, ensina. Também é possível recorrer a um sistema de shuttles e, com frequência, a melhoria da produtividade chega com a implementação de um WMS, ou software de gestão de armazém, que traz a melhora do controle do estoque.

Em casos de operações mais evoluídas, Álvarez afirma que a automação traz uma série de vantagens que em tempos de dificuldades são ainda mais atrativas. “A eficiência para executar as tarefas, assim como a elevação da qualidade e do nível de serviço, são ingredientes que toda empresa quer incorporar aos seus processos”, lembra. “Sistemas de separação de pedidos, que permitem realizar a separação diária em um número reduzido de horas, trazem enormes economias no longo prazo. Obrigam as empresas a serem mais disciplinadas, ao tempo que lhes brindam mais competitividade. Às vezes, viabilizam novas operações com as que um determinado player vai angariar novos clientes e incrementar sua fatia do mercado”, continua o CEO da SSI Schäfer. Já em casos de armazenagem, sistemas automatizados podem trabalhar dia e noite, no horário que for mais conveniente para as empresas, segundo seu recebimento ou despacho, e precisam de mão de obra reduzida para trabalhar. “Armazéns verticais ainda permitem postergar ou cancelar investimentos em compra de terrenos para ampliação, assim como novas obras, ou talvez disponibilizar locais atualmente usados para armazenagem para outros usos, já que liberam grande quantidade de espaço.”

De acordo com Álvarez, “não existe nenhum setor que não possa se beneficiar de todo o acima exposto, da mesma forma que empresas de todas as regiões são passiveis de achar melhoras em suas operações. As perspectivas, portanto, são boas para empresas que, como a SSI Schäfer, tenham a oferecer soluções que tragam vantagens em termos de eficiência e competitividade. A melhoria logística não sabe de bons ou maus tempos; quando os tempos são bons, é obrigatório achar melhoras para conseguir atender a demanda sem explodir os custos. Quando os tempos não são tão bons, é preciso redobrar o pensamento e conseguir fazer mais com menos. No período atual, as vendas continuam aquecidas em todos os setores, seja indústria, varejo, e-commerce, atacado, 3PL”.

Filipe Cousandier, gerente comercial da Bertolini Sistemas de Armazenagem (Fone: 54 2102.4999), acredita que o cenário de armazenagem atual encaminha para um panorama cada vez mais exigente e que demande projetos especializados para os diversos tipos de operações, e que estejam ainda mais focados na redução de custos e otimização na logística. “Tanto para sistemas convencionais do tipo portapaletes e drive-in, como para sistemas mais automatizados, como carros satélites, portapaletes deslizantes e transelevadores, estes fatores estão sempre envolvidos. No atual cenário do país, projetos de grande magnitude envolvem grandes planejamentos, principalmente se for trabalhado com algumas linhas de credito”, lembra.

E sobre as perspectivas em 2015, pelo cenário atual de governo, momento econômico e retração de mercado, a perspectiva não é das mais otimistas. “Os negócios potenciais que existem estão sendo bem disputados e vamos continuar investindo em novas parcerias. Temos uma previsão de melhoras a partir do segundo semestre de 2015”, afirma Cousandier.

Para Afif Miguel Filho, diretor comercial e industrial da Scheffer Logística e Automação (Fone: 42 3239.0700), o mercado de sistema de movimentação está numa fase de novas oportunidades: “as empresas não estão buscando equipamentos e, sim, soluções”. As companhias provedoras de solução entregam equipamentos integrados a sistemas gerenciáveis, capazes de atender diversos setores do mercado, como bebidas, automobilístico e distribuidores. “No momento, presenciamos uma crescente busca por estas soluções, fato marcado pelo alto número de orçamentos em andamento. Porém, considerando o momento econômico atual, o tempo de decisão para investir nestas soluções está maior”, completa.

A infraestrutura logística carente é lembrada por Flávio Piccinin, gerente operacional da Isma (Fone: 19 3814.6000), como um dos impulsionadores do mercado de sistemas de armazenagem, que segue promissor em termos de negócios – uma vez que o processo de armazenagem é muito relevante para as organizações e pelo fato de haver uma carência em infraestrutura logística grande no país. No entanto, ainda segundo Piccinin, o setor é “extremante sensível ao custo do crédito e ao câmbio, uma vez que importantes insumos possuem como referência de preço a moeda americana e há um importante volume de projetos que é viabilizado através de recursos de terceiros”.

De acordo com José Arsénio, diretor geral da Beumer Latinoamericana Equipamentos (Fone: 19 2129.1700), a automação dos processos não implica necessariamente num alto investimento em tecnologia. Como exemplo, ele cita a aplicação de um sistema de classificação que, mesmo simples, irá proporcionar um aumento do desempenho, seja no crescimento do fluxo processado, seja na diminuição dos erros na distribuição. “A automação dos processos torna-se, cada vez mais, um fator diferenciado que envolve a redução de custos operacionais e possibilita levar as operações a novos níveis de eficiência, exatidão e disponibilidade”, afirma.

Ao comentar sobre as perspectivas, o profissional acredita que, mesmo com um cenário macroeconômico marcado por inflação persistente e o encarecimento do crédito, há necessidade de investimento em automatização de sistemas para melhor e mais rápido atender a demanda do mercado. Segundo ele, este setor se caracteriza pelo grande crescimento da concorrência, devido à constante mudança de comportamento e gosto dos consumidores e ao forte ritmo de expansão do comércio eletrônico. “Além disso, a automação permite a redução dos custos operacionais da empresa, fator essencial em um momento de desaceleração da economia do país”, completa.

Competitividade é o que espera a Mecalux do Brasil (Fone: 0800 770.6870) para o ano de 2015, devido ao cenário pouco favorável da economia interna. Como analisa Flávio Zarbinati Junior, supervisor comercial da empresa, o aumento do câmbio inibirá as importações e as elevadas taxas de juros desestimularão o consumo e, por sua vez, o crescimento econômico neste ano. “Acreditamos que este seja um momento em que os investimentos em logística serão fundamentais para qualquer empresa se manter competitiva no mercado atual, pois, sem dúvida, o aprimoramento das atividades logísticas é de vital importância para a redução de custos de uma companhia”, afirma.

Segundo Zarbinati Junior, a falta de investimentos em alguns setores, como o de transportes, ou qualificação de mão de obra no Brasil, por exemplo, torna a logística um desafio para qualquer empresário. “Por sua vez, o armazenamento se tornou um ponto de atenção por também ser um setor estratégico no processo logístico, e com o devido uso deste recurso, as vantagens competitivas, como redução de custos e prazos de entrega, entre outras, podem ser mais facilmente alcançadas. Vantagens estas que, provavelmente, não seriam obtidas em um armazém pouco aproveitado, com processos falhos, sistemas mal dimensionados e baixa acuracidade de estoque”, lembra.

Para Ariel Oliveira, solution sales manager da viastore Systems (Fone: 19 3305.4100), o momento econômico gera incertezas e, como as soluções da companhia, em grande parte, são investimentos de longo prazo, “a conclusão óbvia é de que os projetos estão diminuindo ou tendo seus prazos de decisão postergados. Porém, notamos que o mercado não está totalmente parado e diversos segmentos estão pensando em resolver ou equacionar seu problema de logística neste momento, onde os volumes estão menores e propiciam tempo para se dedicar aos problemas”, explica. Assim, Oliveira afirma que a perspectiva para o ano de 2015 é de muitos projetos, mas poucas vendas, com recuperação se dando a partir do último quadrimestre. “Especificamente para a viastore, o ano de 2015 será melhor do que 2014, com um crescimento de mais de 20%.”

Marcos Antonio Costa, gerente comercial da Cassioli Brasil (Fone: 11 3109.6400), acredita que “no caso dos sistemas automáticos, incluindo transelevadores e automação de material handling, o momento econômico é totalmente desfavorável, tendo em vista que o FINAME deixou de ser atrativo sob o aspecto das taxas de juros e da participação do BNDES”. No entanto, a companhia segue otimista em relação ao segmento de automação. “Independente do momento econômico, investimos em novas tecnologias e, principalmente, na nacionalização dos componentes, aproveitando o fato de termos uma fábrica no Brasil objetivando preços competitivos, não correndo os riscos das constantes variações cambiais”, afirma.

Já para Vinicius Vendrami Malucelli, gerente de negócios da Águia Sistemas (Fone: 42 3220.2666), as perspectivas são muito boas. “Estamos com vários sistemas em desenvolvimento. Os sistemas dinâmicos, que aliam armazenagem com movimentação, estão tendo muita procura devido aos ganhos de produtividade. Assim como os sistemas autoportantes, que dispensam a construção prévia de áreas de armazenagem. Estamos, também, muito satisfeitos com a área de automação, que tem fornecido várias soluções de transportadores para aumentar a produtividade das áreas de picking e expedição”, explica.

Porém, segundo Ruben Mesas, diretor da System Brasil (Fone: 19 2111.2000), hoje o mercado ainda não valoriza a automação do almoxarifado. “As empresas não duvidam em aumentar o investimento numa nova linha de produção. Porém, o armazém continua sendo sempre uns dos últimos itens na lista de investimentos”, lembra. “O investimento é aprovado quando os erros na gestão justificam o investimento, ou a falta de espaço vira um gargalo insuperável. Entretanto, segundo o nosso entendimento, já é tarde. Antes de fazer o investimento a empresa já perdeu muito dinheiro, sem perceber. E esses prejuízos poderiam ter sido evitados com a aplicação do armazém automático”, continua.

Momento econômico

Vários vetores impulsionam a adoção de sistemas de movimentação e armazenagem de materiais, como aumento da demanda, acuracidade, aumento da produtividade e redução de custos, segundo Malucelli, da Águia Sistemas. Hoje, no atual momento econômico, as empresas estão sendo pressionadas a reduzir custos, principalmente com aumento da produtividade da equipe e de maior eficiência no uso dos recursos disponíveis. “Nestes quesitos, os sistemas de armazenagem de materiais desempenham um papel fundamental, propiciando um melhor uso das instalações civis da empresa, permitindo que o custo por volume armazenado seja reduzido significativamente. Estes sistemas permitem armazenar uma quantidade muito maior de produtos nas mesmas instalações disponíveis, com uma fração do custo de construir novas áreas”, explica.

Ainda de acordo com o profissional, com a redução das áreas de armazenagem, concomitante com o aumento de volume armazenado propiciado pelas estruturas de armazenagem, há uma consolidação dos estoques em menos áreas, trazendo um ganho logístico importante e otimizando a movimentação dos materiais. “Já os sistemas de movimentação de materiais trazem ganhos expressivos de produtividade. Com a movimentação automatizada, a equipe foca no que é essencial e deixa grande parte do trabalho de movimentação para os equipamentos que agregam assertividade e produtividade, fazendo mais com os mesmos recursos. Tipicamente, consegue-se reduções de mais de 20% nos gastos com mão de obra; ou, de forma equivalente, consegue-se mais de 25% de ganho de produtividade”, conclui.

O principal desafio das empresas, hoje, é adotar um sistema logístico eficiente que garanta um diferencial estratégico em meio a um mercado cada vez mais competitivo, na visão de Cousandier, da Bertolini. A escolha da melhor opção para cada tipo de operação é importante para atingir os resultados esperados, como a redução de custos operacionais, diminuição das perdas e o aumento da velocidade nas operações logísticas. “Nesse bom gerenciamento, as empresas conseguem disponibilizar seus produtos na quantidade solicitada e nos lugares certos. Essas vantagens permitem que as empresas se mantenham competitivas diante da conjuntura econômica, apresentando diferenciais importantes para seus clientes. Existem diversas opções para se chegar a estes resultados. Um bom exemplo é o autoportante, que surge como uma solução para as empresas facilitarem seus processos”, explica.

“Os sistemas e equipamentos de armazenagem permitem as empresas se diferenciarem perante a concorrência devido ao máximo aproveitamento do espaço disponível, expedição dos produtos de forma rápida e eficiente, redução dos custos, melhor controle do estoque e minimização de erros consequentes da intervenção humana”, continua Arsénio, da Beumer.

Segundo Oliveira, da viastore, muitos segmentos estão operando com sua logística no limite há tempos, o que gera alto custo operacional e um nível de serviço bastante aquém da necessidade real. “Com o atual momento econômico e a sua consequente baixa de volume, enxergamos diversos segmentos que desengavetaram projetos de melhorias, aumento de eficiência e redução de custo. As soluções de automação da intralogística vêm ao encontro destes objetivos, ou seja, fazer mais com menos”, analisa.

As operações de armazenagem e estoque, independente do cenário econômico vigente, possuem importante papel dentro das organizações e neste período não é diferente, segundo Piccinin, da Isma. “Há segmentos que estão com baixa demanda, porém, estão aproveitando para adequar a sua infraestrutura de armazenagem, ou ainda, segmentos que, em função das variações e alta da moeda americana, se viram na necessidade de aumentar os seus estoques a fim de manter a sua competitividade para o mercado interno. Ou seja, os sistemas de armazenagem são uma ferramenta fundamental na busca de equilíbrio operacional das organizações”, afirma.

E Mesas, da System Brasil, continua: “neste momento de crise, os equipamentos automáticos de armazenagem ajudam, e muito, as empresas na redução de custos”. Entre os benefícios, o profissional lista a redução de retrabalhos, evitando devoluções de pedidos mal preparados; a recuperação de espaço, reduzindo valor de aluguel de depósitos alternativos; o aumento da eficiência no picking; a redução de operadores envolvidos nesta operação; a melhor ergonomia para os operadores, com redução do afastamento; a redução do uso das empilhadeiras e consequente redução de custo com sua manutenção; e eventuais danos em prateleiras e máquinas. “Está comprovado que o investimento na automação do armazém paga-se sozinho, em menos de dois anos”, ressalta.

Novos nichos

Segmentos novos estão surgindo como potenciais clientes de companhias que atuam com sistemas e equipamentos de armazenagem. No mesmo sentido, regiões geográficas se mostram grandes impulsionadoras do setor, abrindo o leque de oportunidades para as empresas deste mercado.

“Para além do mercado mais tradicional, como empresas de distribuição, as companhias que fornecem para a indústria Just in time, como a automobilística, vêm investindo na automatização de seus armazéns na busca por redução de custos, sustentabilidade, rapidez, eficiência e melhor controle da produção”, lembra Arsénio, da Beumer.

Outro nicho de mercado lembrado pelo profissional como promissor é o de aeroportos, que enfrenta constante crescimento de passageiros, necessitando armazenar as bagagens despachadas antecipadas, no early chek-in, para posteriormente serem encaminhadas para o destino final.

Sobre as regiões promissoras, dada a centralização das empresas na região Sudeste, esta se apresenta como a mais promissora no uso de sistemas e equipamentos de armazenagem de forma geral, segundo Arsénio. Cada vez mais se verifica que é nesta região que as empresas centralizam seus centros de fabricação ou distribuição para o resto do país. Como consequência, torna-se necessária a instalação de sistemas dos mais simples aos mais complexos.

Segundo Costa, da Cassioli Brasil, a principal vantagem em atuar com os sistemas de armazenagem automática é que todos os segmentos de mercado são potenciais usuários, desde fabricantes, distribuidores, e-commerce, e estão se adequando para venderem menores quantidades, com pedidos mais fracionados, exigindo sistemas específicos de separação de pedidos aptos a atenderem pequenas quantidades de SKU´s por pedido.

As regiões Sul e Sudeste representam até 70% de todas as demandas, de acordo com o profissional. “Acreditamos que a maior concentração das atividades industriais, a dificuldade e o custo na contratação dos serviços de mão de obra e até mesmo o custo do metro quadrado das áreas industriais ocasionam uma maior demanda por sistemas automatizados”, lembra.

Piccinin, da Isma, nota que o agronegócio está mais interessado em sistematizar a armazenagem, buscando a maximização dos espaços e o ganho de desempenho nas operações logísticas. E lembra: o Brasil está passando por um processo de descentralização dos mercados consumidores. “As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste sempre foram importantes, porém, aumentaram substancialmente a implementação de grandes projetos para a armazenagem de materiais.”

Todos os segmentos que no passado recente estavam no limite, pensam hoje em soluções de automação, como lembra Oliveira, da viastore, com destaque para o varejo, moda, alimentício e farmacêutico. “Sem dúvida nenhuma, a região Sudeste vem em constante crescimento, muito em função do alto custo de mão de obra e de área. Porém, a região Sul apresenta maiores oportunidades no momento. Em nosso entendimento, isso ocorre devido ao fato desta região possuir a maior quantidade de cases de sucesso com automação, ou seja, os potenciais clientes enxergam o benefício da automação na prática”, analisa.

Segundo Malucelli, da Águia Sistemas, a questão de nichos envolve mais o que ele chama de “necessidade horizontal e não setorial”. “Conforme Michael Porter, grande especialista em estratégia competitiva, eficiência operacional não é diferencial para nenhuma empresa, mas sua obrigação de executar da melhor forma possível. Nesta linha, dar o melhor uso possível às suas instalações civis e as melhores condições de produtividade à sua equipe é atividade de toda empresa o tempo todo. É justamente nos momentos em que o mercado exige maior eficiência, como o atual, que se destacam as empresas que melhor usam seus recursos. Em todas as empresas onde a armazenagem e a logística interna são importantes, os sistemas de movimentação e armazenagem de materiais são essenciais para ganhar produtividade, eficiência e atravessar os momentos mais críticos do mercado”, afirma.

Para Cousandier, da Bertolini, já é sabido que as regiões Sul e Sudeste sempre impulsionaram o país. “Porém, temos regiões em constante crescimento, como a Norte e a Nordeste. Também sabemos que todas elas dependem muito das linhas de credito e de uma economia forte, pois se algo não vai bem no país, as regiões mais fracas acabam sofrendo mais.”

No caso da Scheffer, as ações feitas nos últimos anos envolvem as regiões de São Paulo e Paraná. Outras obras estão em andamento em outros estados, como Amazonas e Minas Gerais. “Mas acreditamos que em qualquer região do Brasil, onde existam clientes buscando tecnologia, esses equipamentos podem ser utilizados”, lembra Miguel Filho.

“Na verdade, considerando que no Brasil a gestão da armazenagem, salvo exceções muito específicas, continua sendo manual ou com limitada incorporações de tecnologia, todos os setores da economia são mercados potenciais para os nossos produtos. Obviamente o setor mais demandante destes tipos de equipamentos é o industrial”, continua Mesas, da System Brasil. Na sua visão, os maiores investimentos ainda se encontram nas regiões Sul e Sudeste, e o Nordeste tem a mesma potencialidade para negócios que essas duas regiões.

 

Contrato assinado

As companhias do setor, apesar da economia atual, têm o que comemorar. Projetos importantes foram fechados nos últimos meses e ampliaram suas participações no mercado.

Bertolini: parceria com a Black&Decker para fornecer estrutura para o CD localizado em Uberaba, MG, como portapaletes e mezanino. No total, 17.000 posições-palete foram instaladas para armazenagem de eletrodomésticos e ferramentas elétricas e manuais. A Bertolini também concluiu a instalação de estruturas portapaletes deslizantes no frigorífico Cooperativa Neuland, no Paraguai, e na Cotripal, no Rio Grande do Sul.

Beumer: assinou contrato com uma empresa do ramo automobilístico para gestão e controle dos green tyres, um projeto internacional com grande participação da equipe de engenharia do escritório do Brasil.

Cassioli Brasil: instalou um sistema de armazenagem automático miniload para armazenagem de caixas modelo KLT na Indústrias Romi, em Santa Barbara D´Oeste, SP. A Tondo, de Caxias do Sul, RS, recebeu um sistema de armazenagem autoportante para paletes, com sistema de handling. No Rio de Janeiro, RJ, a Mercatto recebeu um sistema de armazenagem automático – miniload com sistema integrado de picking e sorter de alta capacidade. Enquanto isso, a Metalúrgica Mor, de Santa Cruz do Sul, RS, investiu em um sistema de armazenagem autoportante para paletes e caixas, com picking e handling da Cassioli.

Mecalux do Brasil: está programada a instalação de um armazém autoportante com a capacidade de aproximadamente 35.000 posições-palete em ambiente congelado, para uma conceituada indústria brasileira de batatas pré-fritas em 2016. Está concluindo a montagem de armazém automático no interior de São Paulo e tem programada a entrega de mais dois projetos nesta região ainda em 2015.

Scheffer: em Extrema, MG, está finalizando o novo CD do Grupo CRM, com um sistema de armazenagem autoportante para 20.352 posições-paletes, movimentados através de 4 transelevadores de dupla profundidade; um sistema com carros de transferência automáticos integra o sistema de armazenagem ao processo de picking (produto ao homem). Este projeto conta, também, com um sistema de sortimento para caixas, o qual realiza a distribuição dos produtos conforme os pedidos de cada loja. Também está instalando um novo armazém automático autoportante climatizado para a Cacau Show em Itapevi, SP.  O armazém contará com 23.772 posições-palete, divididas em 4 corredores com transelevadores de garfo telescópico de dupla profundidade. No armazém, os transelevadores serão integrados com transportadores. Este sistema conta, também, com um sistema de carregamento automático de carreta, que transportará as cargas da fábrica para o CD e do CD para a fábrica. Recentemente também concretizou a venda de um armazém automático autoportante para a Cooperativa Castrolanda em Castro, PR, que contará com 17.640 posições-paletes, divididas em 2 corredores com transelevadores com carro satélite para 7 profundidades, e transelevadores integrados com transportadores, carros de transferências e elevadores de carga.

System Brasil: vendeu produtos para empresas como Petrobras, Embraer, Neodent – do Grupo Straumann, Scania, FMC e Gestamp.

viastore Systems: a companhia está atuando no gerenciamento total do Terminal de Carga (TECA) do Aeroporto de Viracopos, com uma solução WMS integrada com todos os sistemas do aeroporto. Ao todo, são mais de 80.000 m² e 700 usuários. O projeto levou mais de mais de um ano e está em prática desde março último.

 

Investimentos

Águia Sistemas: investiu na ampliação do parque fabril em 2014. Aumentou em 20% a área construída e adquiriu um novo equipamento de corte a laser.  O aporte chegou a R$ 10 milhões.

Bertolini: trabalhou na estrutura e aperfeiçoamento da unidade de Colatina, ES. Com o aporte, ganhou muito em capacidade produtiva, chegando a duplicar a capacidade da empresa.

Beumer: no Brasil, tem investido em know-how humano através da capacitação da equipe local às novas tecnologias, o que tem permitido a participação em grandes projetos internacionais, como o Aeroporto Internacional de Bogotá, Colômbia, e o Austria Post.

Mecalux do Brasil: investiu em uma moderna linha de produção de longarinas (componentes estruturais) com perfiladeiras automáticas e soldas robotizadas. Investiu, também, em um sistema de gestão comercial no início de 2015, implementando um CRM (Customer Relashionship Management), e atualmente todos os comerciais contam com o auxílio desta ferramenta no atendimento ao cliente em todo o Brasil.

Scheffer: aportou em 2014 cerca de  R$ 1 milhão em uma linha de pintura a pó para o setor fabril.

System: impulsionados pelo crescimento do Modula, armazém vertical automático de bandejas da companhia, no mundo, a System está duplicando a sua capacidade de produção na Itália, e montando uma nova fábrica em Maine, nos Estados Unidos.

 

Ulma Handling Systems renova web site brasileiro

A Ulma Handling Systems (Fone: 11 3711.5940), especializada no desenvolvimento de sistemas automatizados para movimentação e armazenagem de materiais em parceria com a empresa japonesa Daifuku, acaba de colocar no ar seu web site www.ulmahandling.com.br completamente renovado e multilíngue.

A ferramenta é de fácil navegação e os visitantes podem visualizar as soluções por tipo de demanda e projetos que a empresa desenvolve, tanto no Brasil quanto em outros países.

O web site ainda permite conhecer a equipe de profissionais que integram a companhia, os valores e a história da empresa, notícias de última hora e estudos de caso que viraram referência em diversos setores.

“O novo web site foi desenhado para obedecer a um contexto de comunicação em que, além das redes sociais, os profissionais do mercado e a mídia desejam detalhes dos projetos, com privilégio de fotos e vídeos. Apresentamos nossas atividades, equipe e inovações em produtos para setores específicos, como o Hospitalar ou mesmo o novíssimo robô IK Pal”, destaca Edurne Unzueta, responsável pela área de Comunicação da Ulma Handling Systems. “O web site nos permite estar próximos de nossos clientes e prospects, sendo uma ferramenta potente de comunicação e interatividade com o mercado”, finaliza.