Para conscientizar a população sobre a importância da mobilidade nas cidades, em setembro comemoramos a Semana da Mobilidade Urbana no Brasil. O momento de debate sobre melhorias, inovações e soluções necessárias ganha ainda mais atenção com a crise enfrentada pelos motoristas que trabalham com as grandes plataformas de mobilidade urbana, seja pelas altas taxas cobradas nas corridas ou pelos contínuos aumentos no preço dos combustíveis. O presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo – AMASP revela que, do começo da pandemia até agora, mais de 25% dos motoristas que percorrem a capital abandonaram as plataformas.
Em contrapartida, a inovação continua crescendo em busca de soluções que beneficiem ambos os lados: os profissionais que precisam de condições melhores de trabalho e renda e a sociedade que precisa de mobilidade e de serviços prestados com mais qualidade. É nesse cenário que se destaca a Machine, plataforma de tecnologia que permite que os próprios motoristas e empreendedores criem seus aplicativos de transporte regionais. Desde o seu lançamento, em meados de 2013, os aplicativos gerados com a tecnologia da Machine já tiveram mais de 130 milhões de solicitações.
“A mobilidade urbana tem ligação direta com o desenvolvimento social. Esse é o momento ideal para analisarmos inovações tecnológicas que estão melhorando o setor. É hora de trazer soluções e de se reinventar, como estamos fazendo com a ajuda daqueles que melhor entendem as dores dos motoristas: eles mesmos”, comenta Bruno Muniz, sócio-executivo da Machine.
Conheça três histórias de sucesso de motoristas que abraçaram essa tecnologia:
Bora 94
Ao encerrar o estágio em um escritório de advocacia, Fábio Lucas encontrou nos aplicativos de transporte uma nova oportunidade. Com a rotina das corridas, percebeu a necessidade de reinventar a mobilidade urbana de Marabá, no Pará, e lançou a Bora 94, plataforma que iniciou as operações em novembro de 2020 com 150 motoristas e que tem como grande diferencial o preço das corridas. Com taxa fixa de R$ 1 real por corrida realizada pelo motorista.
Fábio investiu menos de R$ 10 mil na criação da plataforma – fez um empréstimo de R$ 7 mil e vendeu seu iPhone para completar o valor. Hoje a Bora 94 conta com mais de mil motoristas cadastrados e planeja expandir a operação para outras cidades da região.
Moovecar
Jonathan Daniel tinha acabado de se casar e ter um filho quando o sogro o apresentou ao serviço de táxi na cidade de Porto Velho, em Rondônia. Como taxista, Daniel chegou a trabalhar até 16 horas diárias para sustentar a família. Em 2017, a chegada da gigante Uber varreu o mercado de táxi da cidade. Para não ficar parado, resolveu empreender com a reserva financeira que tinha.
Com a tecnologia Machine, viu a oportunidade de voltar ao transporte particular e criou a Moovecar, inicialmente com um grupo de 60 motoristas, em 2017. Logo ganhou destaque no transporte particular de Porto Velho, principalmente pelas baixas taxas que cobrava dos motoristas. Em pouco tempo, tornou-se franquia e expandiu as operações para cidades como Ji-Paraná. Hoje, a MooveCar possui cerca de 900 motoristas e está presente em cidades como Cuiabá (MT), Umuarama (PR), Ponta Porã (MS) e Tietê (SP).
A empresa também já está chegando em mais 9 cidades nos próximos meses.
Chofer 46
Cansados das plataformas de mobilidade urbana de Francisco Beltrão, no Paraná, dos valores taxados pelos grandes aplicativos e da insegurança em não saber o valor que conseguiriam no final do mês de serviço, um grupo de 10 motoristas fundou a Chofer 46 em 2019.
Após um mês, a operação já tinha dobrado de tamanho. Angelo Toniazzo, CEO e ex-motorista, viu a oportunidade de expandir o negócio para cidades próximas com mais de 50 mil habitantes por meio do modelo de franquias e investiu em melhorias na plataforma.
Hoje, a Chofer 46 conta com mais de 550 motoristas e está presente em mais 15 cidades de Santa Catarina e Paraná. O ponto forte dessa franquia é que a taxa do motorista varia de acordo com o trajeto, iniciando com R$ 0,80 centavos, mas nunca ultrapassando o valor máximo de R$ 3,50. Com isso, o motorista consegue ter real noção de quanto ganhou pela corrida realizada.