No mês de outubro último, a Tracker do Brasil (Fone: 11 4002.7002), especializada em rastreamento e localização de veículos por meio da tecnologia LoJack, promoveu o I Seminário Tracker de Transporte e Logística, no qual os palestrantes convidados falaram sobre a importância dos sistemas de monitoramento para segurança e eficiência nas operações logísticas.
Para o presidente da empresa, Fredy Zuleta, o debate foi importante em virtude dos constantes aumentos dos números de roubo e furto de veículos de carga, já que no terceiro trimestre de 2009, a companhia registrou 877 ocorrências, contra 798 no mesmo período em 2008.
No evento, que contou com a presença de empresas de logística, transportadoras, seguradoras e gerenciadoras de risco, Francisco Carlos Gabriel, diretor da Advance Gerenciamento de Riscos (Fone: 11 2207.6400) e ex-diretor da Gristec (Fone: 11 3807.3397), destacou que de uns anos pra cá a preocupação passou a não estar restrita apenas ao transporte, mas também aos demais setores da logística.
“Se não bastassem os roubos em rodovias, têm ocorrido muitos casos de furtos dentro de armazéns”, argumentou Gabriel. Por conta disso, ele disse que os embarcadores passaram a exigir que todos os caminhões que entram em suas unidades fabris devem possuir sistema de monitoramento, para que seja possível localizá-los ao longo de toda a cadeia, até o momento da entrega dos produtos.
O diretor da Advance ressaltou que hoje em dia é muito comum bandidos agirem dentro das transportadoras. Por isso, é necessário que haja um controle extremamente eficaz no que diz respeito ao vazamento de informações, além de uma legislação mais rígida para combater este cenário absolutamente desfavorável no transporte de cargas no Brasil. “Não há mais roubos de carga esporádicos. O que há é uma máfia por trás disso tudo”, comentou.
Na sequência do seminário, Jacinto Júnior, vice-presidente da Ramos Transportes (Fone: 11 2955.1500), lembrou que no início da década de 1980 os principais alvos de roubos de veículos eram os carros-fortes. No entanto, quando os bandidos se deram conta de que, muitas vezes, caminhões com carga podem estar transportando valores maiores do que os próprios carros-fortes, resolveram mudar o foco de atuação, já que praticamente não havia segurança em um caminhão de carga. “Eles só precisavam render o motorista, e não mais um segurança armado”, comparou.
Desde então, tecnologias para garantir a segurança do caminhão e da carga começaram a ser pensadas e até hoje são aperfeiçoadas constantemente para driblar a inteligência dos ladrões, que planejam e executam verdadeiras operações de roubo. “É por isso que todos os veículos da Ramos (750 próprios e 1.250 agregados) contam com sistema de rastreamento”, revelou, endossando o discurso do palestrante anterior, ao dizer que ultimamente os roubos de carga têm sido feitos por grupos extremamente organizados.
Por sua vez, o diretor Nacional de Operações da Tracker do Brasil, Carlos Alberto Betancur Ruiz, após assinar embaixo de tudo o que foi dito pelos palestrantes que o antecederam, disse que a maneira mais eficaz de combater o roubo de cargas é aliar ações institucionais a um bom gerenciamento de riscos e tecnologias embarcadas. “As despesas com sistemas de monitoramento e rastreamento não deveriam ser vistas pelas empresas como gastos, mas, sim, como investimentos que ajudam a reduzir os índices de sinistralidade, custos operacionais e com seguros, além de possibilitar redução da carga de trabalho de funcionários”, acrescentou Gabriel, da Advance.
Em seguida, lembrando outro aspecto do gerenciamento de riscos, Jacinto Júnior, da Ramos, apontou que o controle do tempo de direção é algo que também merece muita atenção por parte das empresas que transportam carga, já que há casos de motoristas que dirigem por um tempo muito maior do que o determinado por lei, o que pode acarretar uma série de riscos ao próprio motorista e, também, à carga.
Na opinião do vice-presidente da Ramos Transportes, utilizar equipamentos de rastreabilidade só pelo fator segurança é o mesmo que perder a cereja do bolo. “As tecnologias devem ser usadas, também, para o planejamento e controle de informações ao longo de toda a cadeia logística. Elas são fundamentais, por exemplo, para que uma entrega seja feita no menor tempo possível, com mais qualidade”, afirmou.
Nesse sentido, Gabriel, da Advance, explicou de que forma este controle de status da entrega pode impactar nos negócios de uma empresa: “o consumidor, quando está no supermercado, por exemplo, vai comprar o produto que estiver na gôndola. Se por algum motivo a entrega não tiver sido realizada no prazo estipulado, a empresa acaba perdendo clientes. Por isso, hoje, os embarcadores exigem um planejamento preciso para que todas as etapas logísticas sejam cumpridas com sucesso”.
Para encerrar, Ruiz, da Tracker, salientou que há diferença entre as tecnologias disponíveis para o gerenciamento de frotas: “as empresas precisam avaliar o que elas precisam, antes de contratar uma empresa de rastreamento. Se o objetivo é monitoramento de carga, o GPS/GPRS é a melhor alternativa, pois o veículo será acompanhado na tela de um computador 24 horas por dia. Mas se a preocupação for com o roubo e furto, a radiofrequência é mais indicada, uma vez que não sofre a interferência de inibidores, que cortam o sinal dos equipamentos de GPS”.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.