Em 2016, a economia brasileira sofreu retração na maioria dos segmentos do País, principalmente o da indústria e o de serviços. Um levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que o cenário também não foi dos melhores para o setor de transportes.
A Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2016 foi estabelecida pela CNT em cima da percepção de 795 empresas brasileiras transportadoras de cargas e passageiros e mostrou que mais da metade (60%) delas sofreram diminuição da receita em 2016 e 58,8% precisaram reduzir o número de viagens.
“A restrição do acesso ao crédito para a compra de novos veículos e o aumento do custo operacional foram as principais dificuldades encontradas pelas empresas em 2016, além, é claro da crise econômica e política que afetou não só o setor de transportes, mas o Brasil todo”, relata Roberto Teixeira, diretor executivo da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros dos Estados do Paraná e de Santa Catarina, a Fepasc.
De acordo com a pesquisa, o aumento do custo operacional afetou 74,6% dos entrevistados. Além disso, 63,7% das empresas não adquiriram veículos novos em 2016 e 44,6% não pretendem adquiri-los em 2017. A crise política também apareceu no levantamento, já que para 90,7% dos empresários esse foi um fator negativo nos resultados econômicos do setor.
“Acreditamos que 2017 ainda será um ano complicado, mas temos a perspectiva de que pode ser economicamente melhor que 2016. O quadro de funcionários previsto para 2017 foi reduzido por grande parte das empresas, e o número de novas contratações não seguirá o aumento desejado, mas acreditamos que em 2018 o crescimento retorne aos padrões normais”, explica o diretor executivo da Fepasc.
A pesquisa da CNT ressalta que a recuperação do emprego é mais lenta que a da receita em todos os setores da economia após uma crise como a atual. Só o setor de transportes demitiu 52.444 trabalhadores de dezembro de 2015 a setembro de 2016. O quadro de funcionários previsto para 2017 foi reduzido por 58,1% das empresas e apenas 30% deve contratar novos funcionários.
Apesar de 53% dos empresários manifestarem aumento da confiança na gestão econômica atual, praticamente metade (49,3%) deles acredita que a retomada do crescimento da economia só será percebida em 2018.