Setor industrial deve ganhar com a alta do dólar

A forte valorização de 46% do dólar nos últimos três meses deverá desencadear uma onda de substituição de importações por produtos nacionais. Economistas e representantes do setor produtivo apontam uma redução entre 10% e 20% do volume de importações com o novo nível do câmbio, acima de R$ 2. Isso representaria um ganho de até US$ 34 bilhões para a indústria brasileira, conforme cálculos feitos com base nos últimos números da balança comercial brasileira.

Entre os produtos que mais deverão ser beneficiados estão insumos como papel, aço, tecidos, máquinas e equipamentos, pequenos eletrodomésticos, alimentos e brinquedos, entre outros. "Em alguns casos a substituição de importação tende a ser imediata, como é o caso de alimentos e bebidas", avalia o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), José Ricardo Roriz.

No setor têxtil, a substituição de importação tem sido vista como uma grande oportunidade para retomar o mercado perdido para os chineses nos últimos anos. A Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) estima que o setor vai crescer mais que o PIB (Produto Interno Bruto) em 2009, especialmente por causa da demanda maior das confecções pelo tecido de fabricação nacional. "Qualquer fatia de mercado que a indústria recupere representa um volume de produção grande e muita gente empregada", argumenta o presidente do SindiVestuário (Sindicato da Indústria do Vestuário), Ronald Masijah. As empresas brasileiras têm 94% do mercado e produzem 6,4 bilhões de peças de roupas por ano.

Como o setor têxtil, a indústria de máquinas e equipamentos festeja a possibilidade de reconquista do mercado perdido para os importados. Segundo o vice-presidente da Abimaq, José Velloso Cardoso, com a desvalorização do dólar frente ao real, a indústria local perdeu competitividade e o País passou a importar até produtos com similar nacional. "Agora, com a mudança no câmbio, a importação deixa de valer a pena", disse.

 

Fonte: Diário do Grande ABC – www.dgabc.com.br


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