Sinergia entre WFS e Montana Grill otimiza a cadeia de suprimentos da rede de franquias

O impacto dos custos de transportes sobre a receita das empresas brasileiras é de 12%, segundo a Fundação Dom Cabral. As entregas de longa distância são o fator mais representativo de custo logístico (50%), seguido pelos deslocamentos em áreas urbanas (20%). Por esse motivo, estruturar a gestão logística é essencial para o bom andamento e crescimento do negócio.
Sabendo disso, o Montana Grill (Fone: 19 3935.8984), tradicional rede de grelhados que possui cerca de 100 lojas distribuídas em quatorze estados brasileiros, vem investindo no aprimoramento da gestão de sua cadeia de suprimentos.
O primeiro passo para alcançar o alto nível de profissionalização foi contratar uma empresa especializada para mediar o relacionamento das unidades com os fornecedores, que são todos homologados. A rede escolheu a W Food Service (Fone: 19 3881.1627), especializada na gestão logística para redes de alimentação com sede em Valinhos, SP, para atuar na compra, revenda e gestão de vendas diretas de suprimentos. “Nós armazenamos, controlamos os estoques e pedidos e realizamos as entregas para todos os franqueados”, explica o diretor da W Food Service, Caio Toledo.
Hoje, 65% dos produtos utilizados no preparo dos pratos da franquia são recebidos pela companhia, garantindo a realização de pedidos customizados, entrega em dia e segurança para franqueador e franqueado.
Os outros 35% são, em sua maioria, produtos de mercearia que não são concentrados no Operador Logístico porque, segundo Toledo, o valor agregado é baixo e não compensa o transporte, sendo mais fácil comprar localmente. Além desses, também fazem parte dessa minoria commodities e hortifrúti. “Existe também a compra das bebidas utilizadas na loja, que são fornecidas por um único fornecedor que é responsável pela venda e entrega”, acrescenta o superintendente da rede Montana Grill, Maurício Albuquerque.
“A facilidade de compra e organização das unidades franqueadas, a redução no tempo de recebimento das mercadorias e a homologação de produtos são algumas das vantagens desse modelo de trabalho. Ao final de cada mês são gerados relatórios para monitoramento dos serviços, o que permite o aprimoramento constante das atividades, de acordo com a necessidade de cada rede de franquia”, ressalta Toledo.
Para os franqueados, os maiores benefícios são a praticidade de compra via sistema e a possibilidade de fazer pedidos em quantidades adequadas, sem ter de pagar preços mais altos por isso.
Sobre a revenda de suprimentos, Toledo explica que é o processo de operação logística tradicional feita pela WFS, que consolida a operação por meio de compra e revenda. Por exemplo: quando a franqueadora homologa um fornecedor e negocia um preço com ela, é a WFS que faz a análise tributária e a precificação com frete. O markup pré-definido é colocado na planilha e aprovado pela franqueadora. A partir daí, a companhia compra e insere no estoque.
A adoção do modelo contribuiu para o crescimento da rede, que, com esta gestão, otimizou a cadeia de suprimentos e pôde expandir com segurança sua atuação em todo o território nacional e com custos menores.

Relacionamento
A relação entre as parceiras é baseada na confiança. “Quando iniciamos o trabalho, o Montana tinha menos de 10 franquias. Nós temos outra empresa que fornece as carnes para toda a rede. Como fazíamos a entrega com excelência, começamos a levar os molhos e, em seguida, outros alimentos e materiais”, explica Toledo, destacando que a chave para dar certo é um entender o negócio do outro.
Já Albuquerque conta que a qualidade e a padronização dos produtos, assim como a disponibilidade dos itens oferecidos no cardápio, são fundamentais para a conquista e fidelização dos clientes. “Por isso, a logística é um quesito essencial para o nosso negócio. É muito importante poder contar e confiar em parceiros que entendem e vivenciam isso”, conta.
Antes da parceria, os franqueados lidavam com diversos fornecedores e tinham um processo muito complexo na loja. “Com a gestão logística, essa etapa foi simplificada. Outro ponto importante da escolha pela WFS é a padronização dos produtos, além do fato de conseguirmos assegurar a qualidade dos produtos que são usados nas lojas”, acrescenta o superintendente da rede.

Tecnologia
Para a troca de informações sobre o processo logístico, é utilizado um sistema chamado Mercado W, que integra Operador Logístico, franquias, franqueadora e fornecedores. Com ele, a franquia consegue encontrar sua nota fiscal, saber quando foi aprovado o pedido e quando será entregue, por exemplo. É possível, também, visualizar uma grade de entrega e todos os produtos disponíveis. Já o franqueador consegue controlar o pedido das lojas, saber qual delas comprou ou deixou de comprar algum item, bem como incluir e excluir produtos, entender se eles estão sendo vendidos dentro do valor negociado, etc. A franqueadora pode policiar o franqueado, o fornecedor e o Operador Logístico.
“O Mercado W apresenta todo o relatório de comportamento do franqueado, assim, conseguimos priorizar a visita dos consultores às franquias. Por exemplo, temos como saber se loja está sonegando venda para a franqueadora. Será que ela está usando produto não homologado? Com esses dados em mãos conseguimos focar no trabalho: que lojas vamos visitar para entender por que não está comprando? Nosso preço está fora? O serviço está ruim?”, explica Toledo.
Além disso, todo o processo de compra é feito pelo Mercado W por uma grade pré-definida, isto é, o franqueado sabe o dia e a hora limite que ele tem para fazer pedido e exatamente o dia que ele vai receber. O sistema tem todos os itens disponíveis de todos os fornecedores. O franqueado compra tudo e toda a entrega é consolidada e entregue junto.

Desafios
Segundo Toledo, o maior desafio logístico na área de alimentos/restaurantes é a padronização dos produtos. Para se ter o mesmo produto em São Paulo e no Nordeste, é preciso padronizar o fornecedor. A partir daí, o desafio é a armazenagem e o transporte desses produtos, pois todo o processo deve ser feito de maneira correta para cada tipo de produto: frio, congelado ou seco, com o objetivo de manter a qualidade em toda a cadeia logística.
“Essa preocupação reflete na estrutura do nosso Centro de Distribuição, em toda a nossa frota e, principalmente, em nossos colaboradores. Além das dimensões continentais que temos em nosso país, acarretando em óbvia complexidade de transporte, temos também uma situação tributária extremamente complexa. Sendo assim, a estratégia e a adaptação, dentro dos limites da lei, da parte tributária são o principal desafio a se equalizar para este modelo de negócio”, expõe.
Para o diretor da W Food Service, sem uma boa gestão logística, fica difícil expandir a rede, pois não se consegue abrir uma loja padronizada no Brasil inteiro, por exemplo. “Uma gestão logística adequada facilita a expansão, permitindo criar a identidade da rede em qualquer lugar do país.”
Sobre as maiores dificuldades logísticas, Todedo diz que os processos criados são bem definidos e conhecidos por todos os envolvidos e devem ser respeitados, por isso é muito difícil ter problemas do tipo.

Edilaine Cristina – Consultora de empresas atuando especialmente em Planejamento Tributário e Reestruturação Societária. Autora de diversos artigos na área tributária empresarial. Vasta experiência em tributos diretos e indiretos, transações corporativas e participações em M&As – Fusões e Aquisições. Sócia da VignaTax e especialista em Gestão Tributária pela FIPECAFI/USP.