Softtek aponta 6 tecnologias que moldarão o futuro da Logística

É fato que o comércio e consumo enfrentam uma nova era predominantemente digital, que vem moldando comportamentos e criando um perfil de consumidor cada vez mais consciente e exigente.

E com o avanço progressivo nas modalidades de e-commerce e omnichannel – com prazos de atendimento mais curtos, uma grande variedade de produtos, exigência de altos níveis de serviços e entregas cada vez mais pulverizadas –, a evolução do comportamento de consumo caminha em paralelo com a aplicabilidade de novas tecnologias digitais.

“Diante deste cenário, o conceito da Logística 4.0 nunca esteve tão relevante, merecendo o mesmo tratamento quando falamos da aplicação de novas tecnologias. Por isso, conhecer as tendências tecnológicas do setor pode ser um fator determinante para antecipar a detecção de problemas, melhorar o planejamento e execução de processos e otimizar operações, impactando a cadeia como um todo. E isso vai desde as tecnologias mais conhecidas, e já amplamente utilizadas no mercado, até as mais disruptivas”, explica João Roberto Azarito, engenheiro mecânico e de produção com mais de 30 anos de experiência em supply chain e manufatura, que atua como executivo da Softtek Brasil, multinacional mexicana líder no setor de TI na América Latina.

Dentre os benefícios do investimento em tecnologia para o setor logístico, estão: redução de inventário; redução de custo operacional; redução de custo de frete; redução no lead time de atendimento; melhoria no nível de serviço ao cliente; e incremento de receita, seja pela redução de rupturas ou pelo ganho de competitividade.

Abaixo, confira as tendências tecnológicas mapeadas pela Softtek que seguirão em alta em 2023, bem como as novidades previstas para o setor nos próximos anos.

Big Data

Uma das tecnologias mais utilizadas pelo setor logístico é o Big Data. Isso porque há uma enorme quantidade de dados gerados em toda a cadeia de supply chain, com uma infinidade de fatores que podem influenciar todos os processos da cadeia de suprimentos, desde o planejamento de demanda e suprimentos até o monitoramento da execução.

Para tratar e obter informações e insights de negócios diante deste volume enorme de dados é necessária a aplicação de métodos analíticos de Big Data e Data Mining, que permitem armazenar, transmitir e processar grandes quantidades de dados, que não podem ser processados e analisados por ferramentas tradicionais e tecnologias de banco de dados.

Inteligência Artificial e Machine Learning

A Inteligência Artificial é o campo de desenvolvimento de sistemas computadorizados e robôs capazes de tirar conclusões e tomar decisões que imitam ou vão além das capacidades humanas. Ela está no centro de muitas tecnologias, como robôs e drones autônomos ou sistemas avançados de planejamento e monitoramento de demanda.

Machine Learning é uma subcategoria da inteligência artificial que utiliza algoritmos para aprender automaticamente e reconhecer padrões de dados, aplicando tal aprendizado para tomar decisões cada vez melhores.

Uma boa engenharia de dados, muitas vezes baseadas em Big Data e Analytics, é a base para decisões e conclusões corretas a serem tomadas pela Inteligência Artificial e Machine Learning.

“Podemos considerar Big Data, Inteligência Artificial e Machine Learning o ‘cérebro’ por trás da Logística 4.0 e o que vai permitir um planejamento mais preciso, considerando uma quantidade enorme de fatores de influência, permitindo o monitoramento da realização do plano e orientação quanto a ações corretivas inteligentes que podem levar ao tão falado supply chain autônomo”, explica João.

Internet das Coisas (IoT)

A conectividade com a IoT em Logística 4.0 funciona, principalmente, possibilitando a troca de informações com objetos inteligentes, tais como contêineres inteligentes, pallets, embalagens, veículos, prateleiras, empilhadeiras, infraestrutura, portos, terminais etc.

Um exemplo prático são empresas especializadas nesse tipo de serviço, por meio do qual se conecta um contêiner inteligente dentro de um navio para monitorar o conteúdo dele, a temperatura e a posição geográfica (via GPS). Com tudo isso, é possível antecipar problemas, manter a previsão de chegada atualizada e identificar a necessidade de ação em qualquer momento.

O mesmo vale para o transporte rodoviário e para operações em fábricas e CDs (centros de distribuição), onde é possível escolher operações e pontos estratégicos para adotar dispositivos inteligentes conectados à Internet das Coisas (IoT) e colher informações em tempo real, otimizando ações, caso necessário. Também é possível automatizar tarefas de contagem e verificação feitas por humanos, e por isso mais passíveis de erros.

Alguns dos principais benefícios da adoção desta tecnologia são a visibilidade e a possibilidade de tomada de decisões antecipadas, evitando rupturas.

Inteligência Amplificada (Augmented Intelligence)

Para os próximos anos, pode-se esperar uma maior aderência e aplicabilidade da Inteligência Amplificada (Augmented Intelligence).

Esta tecnologia busca combinar inteligência humana com inteligência artificial para desenvolver sistemas que permitam combinar a experiência, o pensamento estratégico e o senso comum do ser humano com a capacidade de processamento e decisões em situações repetitivas da inteligência artificial.

Cobots ou Collaborative Robots

Os Cobots ou Collaborative Robots são uma classe especial de robôs autônomos, desenvolvidos para trabalhar em colaboração com o ser humano em um mesmo espaço físico.

Considerando, por exemplo, a operação de um armazém, algumas operações, como a armazenagem de caixas ou pallets completos e fechados, podem ser realizadas por robôs autônomos, sem a participação humana. Porém, quando pensamos em armazenar vários itens em um pallet /endereço de armazenagem com itens soltos ou envoltos em embalagens de diferentes tamanhos, formatos e resistência, há um desafio no que se refere ao desenvolvimento de manipuladores com sensores que “substituam” o tato para fazer operações desse tipo com segurança e qualidade. A mesma análise se aplica a operações de separação de pedidos (picking) sortidos, ou seja, em peças ou embalagens múltiplas.

“Nestes casos, o que temos visto são Cobots fazendo os deslocamentos maiores e os humanos, as operações mais delicadas de armazenagem ou picking, sendo poupados de grandes deslocamentos, o que traz grandes ganhos de produtividade”, relata João.

Blockchain

A utilização de Blockchain na logística deve crescer ainda mais nos próximos anos. Isso porque através dele é possível registrar transações, validar documentos e consolidar informações em um mesmo banco de dados acessado por todos os envolvidos.

“O fato é que estamos vivendo uma grande revolução na logística. Quem dominar e aplicar tais tecnologias mais cedo, garantirá grande vantagem competitiva. Lembrando que é preciso realizar cuidadosa análise de retorno em cada projeto de implementação e adequar os custos às realidades do negócio de forma a obter retorno sobre o investimento. Afinal, a tecnologia está aí para ajudar, e não para criar empecilhos. Se implementada de forma consciente, a tecnologia é capaz de transformar toda a cadeia de consumo”, complementa João.

Ainda segundo o executivo, no futuro essas tecnologias serão amplamente utilizadas e trarão benefícios enormes em termos de produtividade, redução de custos, redução de prazos e erros.

“A tendência é uma nova realidade que possibilite o atendimento de pedidos em tempos cada vez mais curtos, com custos sustentáveis. Claro que um futuro mais distante para algumas tecnologias, e mais próximo para outras. Daí a importância da análise de aplicabilidade para o negócio e da montagem de roteiro (roadmap) de adoção”, conclui.