A Speedbird Aero, plataforma de logística de drones – considerada líder no desenvolvimento de sistemas inteligentes de aeronaves não tripuladas (UAS) – e a Thales, líder global em alta tecnologia, unirão forças em uma parceria inédita no Brasil para criar sistemas de gerenciamento de tráfego de drones que serão utilizados para aplicações de entrega no país.
O trabalho conjunto envolverá equipes de engenharia da Thales no Brasil, Estados Unidos e França para desenvolver operações Beyond Visual Line-of-Sight (BVLOS), quando o piloto remoto não tem alcance visual da aeronave. Nos próximos três anos, as duas empresas continuarão focadas em estudos de viabilidade econômica de tecnologias, infraestruturas e modelos de negócios para projetos-piloto no Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo e, possivelmente, em outras localidades durante esse período.
A Thales apostou nas oportunidades de negócios do mercado de aeronaves não tripuladas e investiu no desenvolvimento e integração de sistemas que permitem o controle do espaço aéreo para plataformas ATM e UTM. “Já temos projetos na América Latina, Estados Unidos, Europa e Oceania e agora contamos com o apoio da Speedbird para reforçar nossos planos para o Brasil”, afirma Luciano Macaferri, diretor geral da Thales Brasil.
A Speedbird Aero foi a primeira empresa do país autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a realizar entregas comerciais com drones e já possui contratos com iFood, Grupo Pardini, Natura, Claro, BRF, entre outros clientes nacionais. Fora do Brasil, a Speedbird Aero já opera em Israel e Estados Unidos, e foi recentemente a primeira empresa autorizada a voar de um aeroporto internacional ativo em Eilat, Israel, e a fazer as primeiras entregas de material biológico BVLOS de 25 km entre hospitais no Norte do país.
De acordo com o CEO da Speedbird Aero, Manoel Coelho, “a parceria estratégica com a Thales trará a tecnologia e experiência necessárias no espaço ATM/UTM para apoiar e expandir as operações comerciais diárias de BVLOS da Speedbird no Brasil e em outros países. Será um grande passo na construção de operações de entrega de drones comerciais seguras, escaláveis e sustentáveis.”
Oportunidades no mercado de drones no Brasil
Na avaliação de Macaferri, da Thales, o país deve continuar trabalhando para estabelecer um ecossistema seguro, com tecnologia de alta performance para uma gestão integrada de tráfego que permita monitoramento, detecção e classificação de aeronaves não tripuladas, com resposta rápida a casos de ameaça e sem riscos à aviação civil. “Esse cenário gera inúmeras oportunidades para empresas com expertise no segmento aeroespacial, principalmente para aquelas com tecnologia local, vantagem competitiva que deve ser o grande diferencial nesse mercado.”
A Thales está presente no Brasil há mais de 50 anos e hoje possui três unidades fabris em São Bernardo do Campo, SP, Barueri, SP, e Pinhais, PR. Entre 2015 e 2022 foram investidos mais de 15 milhões de euros em crescimento, transferência de tecnologia e inovação. Dois dos principais resultados desse investimento foram a criação do Avionics Service Center, com capacidade para atender todas as companhias aéreas da América Latina, e o investimento feito em 2022 para apoiar o desenvolvimento da aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL) pela Eve, empresa da Embraer, no Brasil e, agora, uma das prioridades de negócios da empresa no Brasil é o mercado de drones. O Brasil deve ser o principal mercado de drones da América Latina e algumas pesquisas, como a da Drone Industry Insights, estimam que até 2026 esse negócio poderá movimentar cerca de US$ 373 milhões anuais. Para a Thales, que já tem know-how nesse nicho de mercado – hoje, duas em cada três aeronaves decolam e pousam com tecnologia Thales –, essa projeção reforça o potencial para parcerias como a firmada com a Speedbird Aero.