Startup revoluciona forma como transportadoras pagam seus abastecimentos aos postos de combustível

Após o governo federal anunciar o corte do ICMS sobre os combustíveis em pelo menos 22 estados brasileiros, os preços praticados nas bombas vêm sofrendo quedas não vistas desde o período pré-pandemia. De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina caiu de R$ 7,127 para R$ 6,49, uma diminuição de 8,98%, se tornando o menor preço médio por litro desde outubro de 2021. O óleo diesel, por sua vez, ainda não sofreu fortes quedas desde o corte no ICMS, e segundo a agência o preço médio praticado na primeira semana de julho foi de R$ 7,52.

Diante desse cenário de alta, as empresas de transporte rodoviário de cargas vêm buscando alternativas para diminuir os impactos desses altos valores em suas operações. Criada em 2020, uma startup paulistana chamada Gasola tem ganhado espaço entre as alternativas para o segmento, responsável por movimentar cerca de 60% de tudo aquilo que é produzido no país.

Segundo o empresário e fundador do Gasola, Ricardo Lerner, a startup surgiu como uma alternativa aos cartões de frota. “Somos um novo meio de gestão de abastecimentos para empresas que possuem frota. Acreditamos que quanto mais próxima e direta a relação entre postos e empresas, melhores negociações são geradas para ambos os lados. Assim, com um aplicativo e com contas correntes digitais criadas na nossa plataforma, conseguimos melhorar as taxas de lucro dos postos e ao mesmo tempo gerar descontos médios de R$ 0,22 por litro de combustível abastecido para as transportadoras”.

O modelo de negócio desenvolvido pelo empresário e sua equipe tem obtido sucesso desde sua criação. A startup teve um crescimento de 500% até o final do ano passado, e neste primeiro semestre de 2022 anunciou um novo aumento de 70%, transacionando R$ 440 milhões/ano em combustível pela plataforma.

“Atualmente estamos com 700 postos ativos e 195 transportadoras como clientes. O crescimento está em linha com as nossas expectativas, e estamos aumentando nossa atuação em serviços financeiros. No ritmo atual, devemos transacionar R$1 bilhão pela plataforma até final do ano”, afirma Ricardo.

Atualmente, a startup possui duas formas de pagamento distintas aos postos. No modelo tradicional, o posto é responsável por analisar a documentação e dar o aceite no cliente. O preço e o prazo de pagamento são negociados entre o posto e a transportadora diretamente, não havendo custo na utilização da plataforma por parte do posto. Já no modelo D+1, o pagamento dos abastecimentos aos postos de combustível é feito pela startup em D+1 por meio de uma plataforma 100% digital. O recebimento para o posto é garantido pelo Gasola assim que o posto anexa a nota fiscal do abastecimento, e o pagamento é feito via uma conta corrente digital, com taxas similares às de cartão de débito.

A expansão dos negócios vem com um investimento maior no modelo D+1. “Para o posto a vantagem é receber o abastecimento à vista, o que ajuda o seu fluxo de caixa, já que os postos compram o combustível muitas vezes à vista ou antecipado. Já para a transportadora, como o pagamento ao posto é realizado à vista e sem os altos custos dos cartões de frota envolvidos na operação, o poder de negociação aumenta e é possível conseguir preços mais atrativos”, analisa Lerner.

De acordo com a startup, as empresas que começaram a pagar direto os postos pela plataforma conseguem ganhos com os descontos aproximadamente seis vezes maiores do que os valores de contratação da empresa.