Teca de Belém registra crescimento de exportações em 2016

O terminal de logística de carga (Teca) do Aeroporto Internacional de Belém (PA) registrou crescimento de 3,7% no volume de exportações em 2016 na comparação com 2015. A operação de voos diretos ligando a capital Belém a Miami (EUA) e também a Lisboa (Europa), novas oportunidades de negócios e a alta do dólar em relação à moeda brasileira estão entre os principais fatores responsáveis por esse resultado positivo. No total, foram processadas cerca de 628 toneladas de cargas, ante as 605 toneladas computadas em 2015.

Na lista de itens que lideram as exportações, estão peixes ornamentais – responsável por 45% do volume exportado; bexiga de peixe, com 33%, e polpa de açaí, com 11% dos negócios. De acordo com Emanoel Leite Junior, coordenador de Negócios em Logística de Carga, os voos diretos, com conexões em pontos estratégicos, como na rota Belém/Miami – com conexão para Ásia e, ainda, para Lisboa como ponto de partida para o continente europeu, foram decisivos para novos negócios em novos mercados.

Emanoel Leite Junior ressalta ainda que a crise econômica, no mercado doméstico, acabou por demandar a busca por novas oportunidades de negócios no exterior, como o envio de polpa de açaí para os Estados Unidos e Portugal. “Com base nesse trabalho, apostamos, para 2017, num crescimento de 5% a 10% no volume de exportações, com a abertura de novos mercados, por via aérea, ampliando, por exemplo, as vendas de polpa de açaí para outros países da Europa”, avalia.

MERCADOS
Atualmente, o maior volume de polpa vai para os Estados Unidos. Já a bexiga de peixe tem boa entrada em Hong Kong. Esse país também é um dos destinos do peixe ornamental, caracterizado como “animal vivo”, além de outros centros consumidores no mercado asiático, como ilha de Taiwan, China, Tailândia, Malásia e, ainda Reino Unido, na Europa.

Segundo o coordenador de Negócios do Teca de Belém, outro ponto que embasa boas perspectivas para este ano é a recuperação do volume de importações a partir da estabilização do dólar frente ao real nos próximos meses. “É uma aposta que fazemos, mas que também está conectada à recuperação da economia brasileira”, avalia.

Outra ação que vem sendo realizada para ampliar a presença de produtos paraenses no mercado internacional é o trabalho com os operadores logísticos. A proposta é alterar o perfil de transporte dessas mercadorias. Até 2012, 98% da movimentação de carga internacional destinada ao Teca de Belém passava nos aeroportos do Galeão (RJ), Guarulhos ou Viracopos, em São Paulo. Atualmente, com os voos diretos ligando Belém a Miami e a Lisboa, esse volume caiu para aproximadamente 20% do total. “Com essas ligações diretas, houve redução de custos com frete e também no tempo de transporte para o destino final”, ressalta Emanoel.

Em relação aos itens importados, majoritariamente, são do setor metal-mecânico, como peças ou partes de equipamentos direcionados para o polo siderúrgico de Barcarena, no estado; para empresas exploradoras de recursos minerais; equipamentos médico-hospitalares; de informática e eletrônicos. Além do Pará, o terminal de cargas de Belém atende ainda empresas dos estados do Maranhão e do Amapá.

Enquanto em 2016 o volume de importações registrou queda de 17%, por conta da desvalorização do real frente ao dólar e o desaquecimento da economia brasileira, a perspectiva, para este ano, é positiva, e isso em virtude da sinalização da estabilização do dólar americano. Caso esse cenário se configure, poderá demandar um ciclo de novas importações, avalia Leite. Outros dois fatos que contribuirão para esse resultado positivo é a construção das linhas de transmissão da hidrelétrica de Belo Monte e a execução de novos projetos de prospecção de petróleo na costa do Pará, que também poderão demandar um volume significativo de novas importações.

INFRAESTRUTURA
Instalado numa área de aproximadamente 1 mil m², o Teca de Belém é dotado de instalações administrativas e para a armazenagem das cargas (importação e exportação). Para isso, é alfandegado como Recinto de Zona Primária pela Receita Federal, órgão responsável pelo controle aduaneiro de toda a carga internacional que passa ou é armazenada nas dependências do terminal.

Há outras estruturas do governo federal para fazer o processamento burocrático das cargas, como Unidade de Vigilância Agropecuária/Ministério da Agricultura; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, ainda, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)/Ministério da Saúde.

A capacidade de armazenamento do local, por exemplo, para cargas comuns é de até 100 toneladas, envolvendo mercadorias soltas e de diversos tipos. No caso de cargas refrigeradas (entre 3 e 8ºC) – há espaço de até 35 m³ – que podem ser armazenadas em três câmaras frigoríficas. Atualmente, trabalham 10 empregados no Teca, todos do quadro da Infraero.