TMS: uso cresce com as exigências do mercado

Vários fatores têm atraído as empresas a empregar o TMS. Por exemplo, busca de melhor gestão sobre operações de coleta e distribuição de carga com controle de movimentação e rastreabilidade total sobre produtos e redução de custos operacionais.

Quando se faz uma análise das tendências do mercado, uma das que surge é a de grandes investimentos em TI – Tecnologia da Informação, como forma de se manter competitivo num mercado cada vez mais globalizado.

Entre estas novas tecnologias está o TMS – Transportation Management System, ou Sistema de Gestão de Transporte.

Mas, o que o que mais tem atraído as empresas a empregar este sistema?
“A motivação do operador logístico se dá a partir da percepção de que sem um sistema adequado para gestão de transportes, sejam estes realizados por frota própria, sejam contratados a terceiros, os resultados ficam comprometidos, tanto sob a ótica da indefinição das margens – ou seja, o operador tem mais dificuldade de manter o controle de custos e, portanto, também terá dúvidas para apresentar seus preços –, quanto sob a visão da prestação de serviços propriamente dita – ou seja, sem um sistema de gestão, como ‘entregar’ os níveis de serviço que foram exigidos e com os quais se comprometeu ao ser contratado? Ao contrário do embarcador primário – que embarca cargas próprias –, o operador logístico tem no transporte um dos aspectos mais significativos de seu negócio e o foco adequado na gestão dos mesmos é imprescindível para assegurar o seu sucesso no mercado”. A avaliação é de Ricardo Gorodovits, diretor da GKO Informática (Fone: 21 2533.3503).

Pelo seu lado, Guilherme Salles, diretor da S&A Sistemas e Automação (Fone: 31 4501.0001), diz que o que mais tem atraído as empresas a empregar o TMS é buscar melhor gestão sobre operações de coleta e distribuição de carga com controle de movimentação e rastreabilidade total sobre produtos; planejamento no processo de separação de produtos por destino; controle de rota de distribuição; ocupação otimizada de carga em veículos; e redução de custos operacionais.

Análise semelhante faz Alexandre Bergamini, diretor técnico da Store Automação (Fone: 11 3083.3058). “O que mais tem atraído as empresas a empregar o sistema, em primeiro lugar, é para ter uma melhor gestão de transportes, pois, hoje em dia, os operadores logísticos atuam em um cenário muito mais competitivo e administram operações cada vez mais complexas; precisam prestar um excelente nível de serviços aos clientes, fornecendo informações on-line e praticamente em tempo real durante o lead-time de entrega das cargas; e necessitam ter um controle rígido dos custos da operação. Além disso, até pouco tempo atrás os operadores logísticos tinham como receita apenas as operações de armazenagem, etiquetagem, manuseio, etc. e, com o passar do tempo, perceberam que poderiam executar o trabalho de transporte integrado e, conseqüentemente, obter maiores lucros em sua operação”, explica o diretor técnico da Store.

Com relação a esta pergunta, Renato Ballaben, diretor de negócios da Trust Consultores & Associados (Fone: 11 3055.1711), também faz uma análise detalhada.

Ele conta que, atualmente, tanto os operadores logísticos quanto os embarcadores têm voltado a sua atenção para os mecanismos de otimização de recursos e, principalmente, para as ferramentas que propiciem a redução de seus custos administrativos e operacionais.

Segundo ele, o atual cenário brasileiro com relação à infra-estrutura logística, principalmente na sua malha de transportes e escoamento de produtos, apresenta uma deficiência muito grande de qualidade e disponibilidade de recursos, acarretando, impreterivelmente, maiores custos de fretes e, conseqüentemente, um impacto no preço final dos produtos.

“As empresas têm reagido ao aumento da competição global tirando proveito de novas tecnologias feitas para aprimorar seus processos de negócios e produção. Como resultado, muitas estão agora vivenciando uma redução significativa nos custos de produção, alçando-as a uma posição mais competitiva no mercado. As empresas de hoje também estão buscando aumentar sua lucratividade concentrando-se em outras áreas de suas operações com potencial para redução de custos”, analisa Ballaben.

Ainda segundo o diretor de negócios da Trust, uma área com potencial significativo para aumento da eficiência e redução de custos é a dos processos e atividades relacionados ao transporte de insumos e produtos. Muitas empresas estão procurando formas de gerenciar de maneira mais eficiente seus processos de transporte através do uso de ferramentas que facilitem auditoria e verificação de erros, intercâmbio eficiente de informações, negociação de contratos de frete, planejamento estratégico e tomada de decisões.

“São muitos os fatores que têm atraído a atenção para o TMS. O primeiro é que a maior parte dos operadores logísticos já implantou um WMS para as operações de armazenamento e, devido à expansão dos negócios em direção à distribuição, pressão por melhorias no nível de serviço ou racionalização dos processos, volta agora sua atenção para os softwares de TMS. Cabe ainda destacar que grande parte dos custos logísticos das empresas ainda recai sobre o transporte, e neste ponto o TMS tem papel fundamental na minimização deste custo”, completa Auro C. Raduan, gerente técnico da SEAC – Software Especializado Assessoria e Comércio (Fone: 11 6618.5154).

“Divisor de águas”?

Sobre o fato de a utilização desta tecnologia ser um “divisor de águas” dentro da logística, Gorodovits, da GKO, diz que é preciso avaliar a afirmação com cuidado.

“De fato, a implementação de um sistema, quando bem escolhido e implantado, com objetivos bem definidos e acompanhamento das metas de forma organizada, trará uma grande evolução no ambiente logístico da empresa. No entanto, muitos passos serão dados para poder se chegar até ali, uma evolução contínua, onde o principal paradigma a ser vencido é o de que nada pode ser feito para melhorar a operação e a sua gestão”, diz ele.

Já Salles, da S&A, acredita que, realmente, a utilização desta tecnologia é um “divisor de águas” dentro da logística, pois a velocidade da resposta de uma operação pode reduzir perdas, principalmente com cargas com prazo de validade, perecíveis e medicamentos, que requerem uma atenção maior dos centros de distribuição. Ainda segundo o diretor, essa evolução tecnológica permite que as empresas aumentem sua operação sem aumentar os custos finais com toda segurança de informações e dentro dos prazos estipulados.

Bergamini, da Store, também diz sim a esta pergunta, porque a tecnologia ajuda a dar direcionamento de valor a produtos e formas de trabalho, dando a melhor direção e orientando quais processos/atividades devem ser revisados.

“A utilização desta tecnologia é certamente um ‘divisor de águas’ dentro da logística, uma vez que propicia, entre outros benefícios diretos, o controle preciso dos processos de pagamentos, o efetivo gerenciamento dos custos de transportes, a eliminação de pagamentos indevidos ou em duplicidade – propiciando redução entre 4% a 10% nos custos dos fretes –, a conferência de 100% dos pagamentos efetuados às transportadoras, a redução significativa das inconsistências de cobranças, a redução do custo administrativo interno para pagamentos de fretes e a vinculação do pagamento do frete à comprovação de entrega”, afirma Ballaben, da Trust.

Ainda segundo ele, outros benefícios que podem ser observados com a adoção do TMS pelas empresas são: subsídios para uma melhor negociação e contratação de fretes, maior disponibilidade de informações, agilidade na tomada de decisões estratégicas da área, controle da eficiência e dos níveis de serviço das transportadoras e maior produtividade interna de recursos.

“Consideramos o TMS como um dos componentes do Sistema de Informações Logísticas ao lado do WMS e do Sistema de Gestão de Pedidos. O TMS é o único que pode controlar as operações externas à empresa,